20°

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Desço o morro e os moradores me olhavam das janelas de suas casa com pena, sigo pra casa e quando chego vejo a mesma vazia, entro e subo pro meu quarto, pego um roupa de frio e sigo pro meu antigo quarto, tranco a porta e vou pro banheiro, tomo uma banho quente demorado, saio enrolada na toalha e visto a minha roupa, me jogo na cama e apago, acordo e sinto que tô sendo observada, levanto da cama e vejo Duda, Bi, Terror, MT e Grego me olhando, saio do quarto e vou pro meu, escovo os dentes e saio, vou pra cozinha e pego um pão comendo com presunto e queijo

Duda: amiga hoje tem churrasco na casa de um aliado dos meninos- fala entrando na cozinha animada
Eu: legal, mas hoje eu vou pra praia- falo comendo e ela me olha sorrindo
Duda: então eu vou com você
Eu: para, você vai pra esse churrasco com o resto do pessoal, eu vou pra praia sozinha- falo saindo da cozinha, vou pro meu quarto e visto um biquíni preto com um vestido também preto, pego só o meu celular colocando 50 reais na capinha, calço o meu chinelo e saio de casa

Vou andando pro pé do morro mas no meio do caminho tenho o desprazer de ver a guria nojentinha lá

Nojentinha: olha quem temos aqui, a corna da fiel do Terror- fala rindo da minha cara e eu reviro os olhos seguindo o meu caminho- o que foi, tá com medo do maridinho- fala me provocando
Eu: primeiro, não sou porra nenhuma do Terror, tu deu pra ele ontem? Parabéns- falo e bato palmas- tu fez o que metade das putas desse morro faz todo dia, segundo, tu lave a sua boca antes de vim falar de mim, tu não conhece a porra da minha caminhada pra vim falar merda de mim, terceiro, tu quer o Terror? Pega ele e enfia no meio do teu cu arrombado, quarto, ele não é meu maridinho e duvido muito que seja um dia, então faz um favor de pegar ela opra você e me deixar em paz- falo e termino de descer o morro, saio do morro e olho pra onde aquela puta tava vendo Terror me olhando estranho

Vou andando pelo Rios e Janeiro até um ponto de ônibus, entro e sigo pra uma praia deserta, quando chego desço e já vou tirando o meu chinelo andando com ele na mão, começo a andar pela areia e me sento em uma rocha, olho o mar e fico lá pensando na vida, na minha vida, faço um coque bagunçado no cabelo, sinto as lágrimas caírem pelo meu rosto e eu tento segurar, olho pro meu lado e vejo uma figura masculina de costas pra mim, eu conheço essa pessoa, saio andando pela areia enquanto limpo o meu rosto, sinto uma mão segurar o meu braço, olho e vejo a Duda me olhando preocupada, abraço ela e solto todo o choro de uma vez

Duda: que foi meu amor?- pergunta fazendo carinho no meu cabelo
Eu: eu não aguento mais, isso tá doendo demais, quando eu penso que tô bem vem uma dor no peito e vejo que eu nunca vou estar bem, eu não meu sinto bonita, não me sinto suficiente, eu não me sinto bem, vocês me vêem sorrindo, brincando e dançando mas só eu sei como eu estou mês sentindo um lixo- falo e sinto outra pessoa me abraçando também

Naquele momento eu me desliguei de tudo, só aquele abraço, aquele perfume, aquele homem me abraçando, me fez me sentir melhor, limpo o meu rosto e olho pra ele, ele me olha com um olhar de culpa, forço um sorriso pra ele e saio andando sem rumo pela areia deixando eles parados na praia, saio da praia e pego um ônibus de volta pro morro, chego e subo pra mim casa, entro e já subo pro meu quarto, me jogo na cama e fico um bom tempo olhando pro teto, nem vejo o tempo passar, vejo alguém entrar no quarto e me olhar assustado, ele vem até mim e deita do meu lado, não falo nada apenas fico observando o teto assim como ele, viro de lado e acabo dormindo assim, acordo com um peso na cintura, abro os olhos e vejo Terror e Duda dormindo agarrados a mim, sorrio com isso e me aconchego mais nos braço deles, fico observando eles até sentir a Duda colocar a cabeça no peito, abraço ela, olho pro Terror e vejo um pequeno sorriso nos seu lábios, me aconchego no seu braço e volto a dormir.

Vendida ao DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora