🏀 Capitulo 19 🏀

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   Na manhã seguinte finalmente conseguimos ir embora, apesar de as estradas estarem molhadas e escorregadias, chegamos ao meio dia e cada um seguiu para sua casa, menos é claro, meu cão fiel.

— Vo... Você quer entrar? — pergunto quando paramos no portão da minha casa.

  O folgado não pensa duas vezes antes de ir entrando, como se a casa fosse dele, encontramos as gêmeas e mamãe na sala toda arrumadas.

— Naiume, por que não avisou que Brayan viria? — Clara pergunta fazendo drama.

  Como sempre.

— É, se tivesse avisado não teriamos marcado compromisso — Carla continua.

— Olá, Brayan, tudo bem? Se soubesse que viria com Naiume, eu não sairia — até mamãe caiu nas graças desse pirralho.

  Toda vez que mamãe o vê fica parecendo uma adolescente, que se apaixona pela primeira vez.

— Tchau mamãe, meninas — aceno com a mão, para que elas entendam e vão logo para onde iam.

— Tchau, se protejam — fico vermelha na última parte, quando penso que ela já vai embora, ela volta parecendo ter se lembrado de algo — Ah, Pablo está dormindo, Paulo e Pietro estão no clube de estudos, devem voltar daqui a pouco — avisa e agora sim ela se vai.

   Suspiro de cansaço e começo a caminhar para meu quarto seguida por Brayan, largo minhas coisas perto da cama e ele deixar as dele ao lado da porta, fechando-a atrás de sí.

— Naiume, posso sentar na cadeira onde você estuda? — pede e estranho seu pedido, mas é o Brayan né.

— Tá, pode — respondo enquanto me deito na minha cama.

  Viro a cabeça observando ele mexer nas minhas coisas, até parar na xícara que ele me deu, sempre deixo o nome virado para a parede, para não mostrar seu erro.

— Quem é Naiome? — pergunta ao girar-lá na mão, olhando o nome.

— E eu que vou saber, foi você que me deu ela — respondo.

— Deixar para lá — diz colocando-a em seu lugar.

  Ele se levanta, sentando-se ao meu lado na cama, deitando metade do corpo por cima do meu, encostando sua boca na minha, de repente a porta se abre nos assustando.

— O que esse homem está fazendo aqui e ainda por cima, na sua cama, Naiume? — Pablo entra praticamente gritando.

  Empurro Brayan de cima de mim, me levantando da cama.

— E posso saber o porque de entrar assim no meu quarto gritando e sem autorização? — devolvo a pergunta o fazendo se calar.

— Quando o papai não esta eu sou o homem da casa — responde como justificativa.

— Eu sou a mais velha e a mamãe sabe. Agora sai do meu quarto — aponto para a porta e a contragosto ele sai — Acho melhor você ir embora.

  Me viro para ele que nega com a cabeça, segurando minhas mãos puxando-me contra seu corpo, encostando a cabeça em minha barriga.

— Não quero ir embora — fala apoiando seu queixo na minha barriga, me olhando com olhos pidões.

— Mais você não pode dormir aqui, tem sua própria casa — digo puxando seus cabelos entre meus dedos.

  Meia hora depois ele vai embora e eu vou tomar banho para dormir um pouco, ainda estou cansada da viagem.

  Desde que comecei a namorar Brayan meus dias passaram a ser agitados e com uma surpresa diferente dia após dia, acho que eu não me sinto assim desde antes da vovó morrer.

   ( Naiume, não
    consigo dormir ).

          [ Bebe chá de
           erva - cideira ].

   ( Quero dormir
     com você :) ).

       [ Mas não vai ].

  Desligo o celular, mas o sono não vem, rolo de um lado para o outro na cama, pego o celular de novo e percebo que tem uma nova mensagem.

     ( Me encontre no
      parque, perto
      da sua casa ).

  Penso um pouco antes de responder.

     [ Em dez minutos
      estou ai ].

  Me levanto indo até o guarda - roupa para pegar um casaco de frio e calço meu par de tênis, ao sair de casa tomo cuidado para não fazer barulho e acordar todos lá dentro.

   O parque está deserto quando chego, a não ser pelo moreno sentado no balanço, ele está todo agasalhado, de olhos fechados e fones - de - ouvido, me sento no outro balanço, ao seu lado e com o movimento ele abre os olhos verdes brilhantes.

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Vida CruaOnde histórias criam vida. Descubra agora