Agora vamos ter o terceiro jogo contra os Birboines, eles são famosos por serem agressivos em quadra. E acabamos de comprovar isso, eles já mandaram dois dos meus jogadores para a enfermaria e o juiz não fez nada.
– Gabriel e Júlio, vão entrar no lugar do Scott e do César – digo quando eles sopram o apito dando final ao primeiro set – Lucy assume meu lugar, vou até a enfermeira ver como eles estão.
Entrego a prancheta para ela ir anotando tudo o que está acontecendo para por no relatório, saio da quadra pela lateral, não é muito difícil achar a enfermaria. Quando entrei César estava recebendo atendimento da enfermeira local.
– Como ele esta? – pergunto chamando a atenção dos dois.
– Ele está ótimo, só dois dias de molho e vai estar pronto para outro – ela responde.
– E o Scott? – olho ao redor da sala, o procurando.
– Ah, ele já recebeu atendimento, mas disse que queria ficar um pouco sozinho e foi para o vestiário – César diz se levantando.
Concordo com a cabeça e olho para meu relógio de pulso, percebendo que falta só dois minutos para o jogo acabar, nossa como o tempo passou tão rápido assim.
– Ainda dá tempo de assistir o último minuto do jogo assistente, eu posso ir sozinho para o vestiário – César diz.
Estou o ajudando a voltar para o vestiário, claro que quero assistir o final do jogo, mas como assistente não posso deixar um jogador machucado sozinho.
– Não, eu vou ajudar você e não sei como Scott está ainda – digo descartando sua ideia.
Abro a porta do vestiário, ajudando César a sentar no banco, escuto o som da água caindo dos chuveiro, o que indica que Scott está no banho, um minuto depois ele volta já vestido, sentando-se ao lado do amigo.
– Como você está se sentindo? – pergunto um pouco preocupada.
– Eu estou bem, só frustado por não ter jogado até o final do jogo – responde e posso ver em sua expressão a frustração evidente.
– Scott, a frustração faz parte da vida, é ela que nos ajuda a seguir em frente – falo para tranquiliza-lo e acho que funciona, porque ele sorri discretamente balançando a cabeça.
De repente a porta do vestiário se abre e um bando de jogadores alegres e suados entram espafalhatosos gritando.
– Nós ganhamos, nós ganhamos – comemoram.
Depois de toda a agitação dos garotos, eles foram tomar banho, enquanto Lucy e eu fomos arrumar nossas coisas no ônibus e ela me contou tudo o que aconteceu no jogo quando estava na enfermaria.
– Ganhamos por pouco, Brayan parecia desconcentrado no jogo depois que a senhorita saiu – conta e eu a olho com a testa franzida.
Para comprovar ela me mostra suas anotações e ela esta certa, vou ter que falar com ele.
– Lucy, você vai fazer o relatório hoje, está bem? – pergunto ela me olha assustada.
– A srta está falando sério? Eu não sei se consigo – diz e posso jurar que ela esta tremendo.
– Claro que pode, está treinando para ser assistente e eu pensei em colocar todos os jogadores para fazer o relatório – conto a ideia que tive semana passada.
– Eu não acho uma boa ideia – ela diz fazendo-me olha-lá interrogativamente.
– Por quê? – pergunto.
– Bom, é só olhar para eles. Eles não gostam de escrever, faz isso nas aulas por obrigação e eles só pensam em basquete – responde timidamente, me deixando pensativa.
– É, você tem razão. O capitão também não pode porque já faz parte de outro clube – concordo com ela.
– Pode deixar que eu faço.
Como estamos em semana de provas, os garotos não puderam sair para comemorar e como sei que alguns estão indo mal, por isso, vamos fazer um clube de estudos na casa de Lorenzo.
– Sua mãe foi muito gentil em nos deixar reunir aqui, agradeça a ela por mim e pelos os outros – falo enquanto nos sentamos na mesa da sala de jantar.
– Tudo bem, eu falo para ela depois, ela está louca para que eu passe e vá para a faculdade logo. Algo sobre curtir a solteirice sem filhos para atrapalhar – diz dando de ombros.
Revisamos as matérias que eles estavam com dificuldades e a última que estamos estudando é matemática.
– Essa está errada, muda X para Y aqui e Y por X aqui – aponto para a questão no caderno de Murilo.
Enquanto o ajudo, sinto um pé encostar na minha perna, de peimeira acho que pode ter sido um dos meninos que esbarrou sem querer, mas quando o pé volta a alisar novamente minha perna, levanto a cabeça observando todos mais o único que está me olhando é Brayan, com seu irritante sorissinho de lado.
Ele faz um sinal com a cabeça, indicando a cozinha, nego com a cabeça e ele volta à alisar minha perna, penso em chute-lo por baixo da mesa mas fico com medo de acertar os outros por engano e desisto, tenho que aguentar isso até o final dos estudos.
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Vida Crua
RomanceEla queria se livrar dele. Ele queria estar cada vez mais próximo dela. Naiume Goullartd, 17 anos, assistente do clube de basquete da escola Seiko, entrou para o clube por causa da paixonite pelo capitão, até ter sua primeira desilusão amorosa...