Coloco a mão em seu ombro e aperto devagar, sinto seu corpo ficar tenso, mas para sua surpresa e a minha também, sento-me em seu colo.— Eu vou limpar o beijo dela da sua boca, tirar o gosto dela de você — digo.
Apróximo de sua boca, roço meus lábios nos seus, mordo de leve seu lábio inferior o puxando entre meus dentes, após ele fazer o mesmo com meu aprofundamos o beijo, de repente ele nos vira jogando minhas costas na cama.
Dez minutos depois sua camisa já foi para o espaço, minha saia está enroscada na minha cintura, suas mãos bobas passeam por todo meu corpo enquanto as minhas estão paradas em suas costas.
°°°
Abro os olhos devagar, sinto algo duro precionando minhas bochechas e como uma bomba relógio, flashes do que aconteceu a tarde, mesmo que não lembrasse, o garoto dormindo e sem roupas ao meu lado não me deixa esquecer, nem a dorzinha que persiste lá.
Me levanto devagar, caminho até o banheiro nas pontas dos pés para não acorda-lo, tomo um banho para relaxar o corpo, aproveitando para lavar os cabelos que estava quase cinco dias sem ver água, apesar de não estar tendo jogos, temos treinos e atividades escolares. Volto para o quarto já vestida e pronta, Brayan continua dormindo, ao olhar o relógio de cabeceira no criado-mudo percebo que está quase na hora da mamãe chegar, os trigêmeos e as gêmeas estão na casa dos nossos avós para passar o final de semana.
— Brayan — cutuco seu braço — Brayan, acorda. Minha mãe vai chegar logo — bato em seu ombro.
— Hum...
O filho da mãe só se vira para o outro lado, com isso acabo me irritando e soco suas costas com força, fazendo-o sentar de uma vez na cama com uma expressão de dor no rosto.
— Au! Por que fez isso? — pergunta enquanto passa a mão onde bati.
— Porque você não acordava. Anda, levanta, minha mãe vai chegar logo — aviso.
Quando ele finalmente se levanta, saio do quarto caminhando até a cozinha com o estômago roncando de fome, já faz algumas horas que ele não vê comida, abro a geladeira procurando por algo fácil e rápido de se fazer, acho pão de forma integral, presunto defumado e queijo mussarela, para fazer um misto quente.
Depois de tudo pronto em cima da ilha da cozinha, pego dois copos e a jarra de suco, Brayan aparece com os cabelos molhados vestido com suas roupas de mais cedo, quando ele saiu do clube.
— Eu fiz um lanche — falo indicando a cadeira para ele se sentar.
— Obrigado — agradece antes de enfiar o misto-quente na boca — Naiume, porque não avisou que esse pode ser o último jogo que vai participar como assistente? — pergunta parando de comer.
Faço o mesmo, o encarando.
— É assim todo ano Brayan, só me esqueci que dessa vez, eu também irei sair do clube — respondo suspirando, porque havia me esquecido completamente disso — E, você vai aceitar ser o novo capitão?.
Antes que ele possa responder, mamãe aparece na porta da cozinha nos assustando, ela entrou tão calada que nem a escutamos entrar.
— Mãe, quase me matou de susto — digo com a mão no peito.
— Se assustou por que? Estava fazendo algo que não devia? Olá, Brayan — questiona e só ai parece perceber que estou acompanhada.
— Olá, sra. Goullartd — ele a comprimenta de volta tímido.
Desde quando esse garoto é tímido, acabamos de transar pela primeira vez e ainda por cima na minha casa, e agora ele se faz de tímido.
— As crianças ligaram? — ela pergunta caminhando até a geladeira.
— Não — respondo voltando a comer.
— E do que estavam falando? — dá para ver a curiosidade estampada em sua testa.
— Brayan, foi chamado para ser o novo capitão do time — conto.
— Nossa, mais isso é muito bom, parabéns — o felicita.
— Obrigado, mas eu ainda não aceitei.
— Por que? — mamãe pergunta confusa.
— É isso que estou tentando entender. Você já foi capitão no fundamental, não vai ser diferente de agora, só os garotos que não são os mesmos — digo fazendo-o me encarar de boca aberta.
— Como você sabe que fui capitão no fundamental? — questiona largando a comida de lado.
Digamos que sei bastante coisa sobre o Brayan e seus tempos de escola, no fundamental, e não foi pelo histórico escolar dele que descobrir.
— Eu pesquisei — é a única coisa que respondo.
Ele não precisa saber que fui até sua antiga escola e nem que procurei seus antigos colegas, não mesmo.
— Pesquisou sobre mim?.
— Não pesquisei só sobre você, mais sim sobre todos — mentira, foi só sobre ele.
— Tá bom — dá para ver em seu rosto que ele não acreditou.
— Brayan, o ponto onde quero chegar é, não vai ser difícil para você ser o capitão, já que sabe como ser um, além disso os jogadores do primeiro e segundo ano te respeitam e gostam de você. Mas se não quiser seja rápido em responder, porque tenho que pensar em outra pessoa — falo me levantando da cadeira.
Deixo as louças sujas na pia e caminho de volta para o meu quarto, como a porta está aberta escuto minha mãe dizendo algo para ele, só não entendo o que é, mais sei que é sobre mim.
Alguns minutos depois ele aparece escorrando-se na umbreira da porta, com as mãos no bolso me olhando enquanto finjo que estou lendo um livro deitada na cama. Ele se aproxima devagar, sentando-se na beirada da cama com as costas apoiada na cabeceira.
— Sua mãe perguntou se posso passar a noite aqui, aparentemente é perigoso duas mulheres ficarem sozinhas em casa — puxa assunto.
Fico surpresa pela ousadia de mamãe, não sei porque ainda fico surpresa.
— Ela está só exagerando, estamos sozinhas à quase dois dias, quer dizer eu estou já que ela trabalha no hospital a maior parte do tempo e só vem para casa dormir — fecho o livro, sabendo que não poderei ler mesmo agora, guardando-o no criado-mudo.
— Está bem. Aceito ser o novo capitão, só não... Conta agora, tá? — pede.
O encaro surpresa por ter aceitado bem rápido.
— Esta falando sério ou só esta brincando comigo? — pergunto séria sentando-me em posição de índio.
— Estou falando sério.
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Vida Crua
RomanceEla queria se livrar dele. Ele queria estar cada vez mais próximo dela. Naiume Goullartd, 17 anos, assistente do clube de basquete da escola Seiko, entrou para o clube por causa da paixonite pelo capitão, até ter sua primeira desilusão amorosa...