Hoje é dia do jogo contra os Zarkas, é perder ou ganhar, estamos todos nervosos, um dos jogadores acabou de passar mal.
— Hoje é um dia importante, joguem, se divirtam mas, façam bonito se não quando esse jogo acabar eu vou...
— Espancar vocês — eles completam.
Levo minha mão a boca escondendo o sorriso bobo que queria escapar.
— Tudo bem, cinco minutos para o jogo, vamos — aviso olhando meu relógio de pulso.
Saimos do vestiário caminhando até a quadra, do outro lado estão nossos adversários enquanto eles ficam se preparando para o jogo, eu vou para meu lugar na arquibancada, ao lado do técnico, assim que o jogo começa presto atenção em tudo e anotando qual jogador deve ser mudado no segundo set.
É verdade que melhoramos muito, mais parece que os Zarkas melhoraram mais ainda, eles estão bloqueando quase todas as cestas, principalmente Diego.
132 – 158
Este é nosso placar final.
Me levanto com o intuito de ir até Brayan, mas antes de chegar lá o vejo saindo da quadra, faço um sinal com a mão para Lucy cuidar de tudo para mim, enquanto saio atrás dele, ao entrar no vestiário não o vejo mas antes de sair para procurar-lo novamente, escuto sons de fungados parecido com de alguém chorando, caminho até a ala dos chuveiros, encontro Brayan sentado no chão com a cabeça apoiada nos braços cruzados em cima dos joelhos.
Exito um pouco antes de levar a mão até seu ombro, o aperto de leve para dar apoio a ele, seus ombros começam a balançar e logo soluços são ouvidos, percebo que ele está chorando. Passo os braços por seu pescoço, o abraçando por trás.
— Por que está chorando? — pergunto.
— Não estou chorando — responde limpando o rosto no braço.
Ele segura minhas mãos nas suas, entrelaçando nossos dedos.
— Desculpe, não vou poder leva-lá as finais — fala e ai me lembro do que conversamos alguns dias atrás, sobre nunca termos chegado as finais de um jogo de basquete.
— Então, você tem que se tornar o capitão, treinar mais para me levar até as finais — digo e ele concorda com a cabeça.
Alguns minutos depois voltamos para a quadra para comprimentar os Zarkas e parabeniza-los por chegar as finais, não só Brayan mais alguns jogadores pareciam desconfortáveis ao comprimenta-los. Ao guardar todos nossos pertences no ônibus, voltamos para a escola e depois cada um volta para suas casas.
Fiquei quase uma semana sem ver Brayan, logo após o jogo os terceiristas e eu deixamos oficialmente o clube de basquete e ai vieram as provas, os vestibulares para a faculdade e o cursinho preparatório, ele também esteve ocupado com trabalhos e como capitão do time. Hoje é a primeira vez que o vejo depois disso tudo.
— Não achei que ficaria tanto tempo sem vê-lá, senti saudades — diz me apertando em seus ombros.
Tive uma surpresa ao sair do curso preparatório e encontrar Brayan me esperando, então viemos para sua casa, seus pais não estão em casa e sua irmã está viajando em trabalho, estamos sozinhos em seu quarto.
— Você já foi capitão no fundamental, deveria saber disso tudo, não? — pergunto virando a cabeça de lado para vê-lo melhor.
— É, mais era o fundamental, eu só tinha que dizer algumas palavras motivadoras, agora tenho que fazer relatórios e ajudar o treinador com estratégias e um monte de coisas — o sinto suspirar atrás de mim.
— Você vai dar conta — falo para motiva-lo.
O quarto de Brayan é bem mais arrumado do que eu poderia imaginar, julgando pela sua personalidade eu diria que ele era bem desorganizado e bagunceiro, mas é como dizem, as aparências enganam.
— Eu vou pegar algo para comermos, me espere aqui — diz antes de sair do quarto.
Ele tem muitos livros aqui, nunca imaginei que ele gostasse de ler, ele realmente gosta de surpreender. Minutos depois ele volta com uma bandeja cheia de comida e bebidas, apos comer ajudo com algumas tarefas da escola.
Pelo resto da tarde ficamos assistindo filmes e atualizando algumas séries também, nem vi quando anoiteceu e nem quando adormecemos, só percebi quando acordamos no meio da noite com uma movimentação na casa.
— Que barulho foi esse? — pergunto virando-me e apoiando meu rosto em seu peito.
— Não é nada, é a Samanta chegando — responde abraçando minha cintura — Volte a dormir.
— Hum.
Resmungo antes de voltar a dormir novamente, quando acordo tem três pares de rostos me encarando, reconheço a mãe dele, a Samanta, mas não o terceiro rosto, o de um senhor na mesma base de idade do meu pai, cutuco Brayan para que acorde, mas justamente agora esse imbecil tem que ter sono pesado, me canso de faze-lo acordar assim e dou um tapa forte no meio de seu peito fazendo-o sentar-se na cama de uma vez.
{ Gente, eu queria pedir para vocês ignorarem as tatuagens que algumas vezes vai aparecer, o Brayan não tem tatuagens, tá }.
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Vida Crua
RomanceEla queria se livrar dele. Ele queria estar cada vez mais próximo dela. Naiume Goullartd, 17 anos, assistente do clube de basquete da escola Seiko, entrou para o clube por causa da paixonite pelo capitão, até ter sua primeira desilusão amorosa...