Falta cinco dias para iniciarem os jogos de eliminatórias, para os jogos de inverno, hoje vamos pegar a ficha para sabermos com qual escola vai ser a primeira partida.Na hora do almoço o treinador me chamou até sua sala, lá encontrei o técnico também, esses dois quando estão juntos são assustadores.
– Mandou me chamar treinador Jhon? – pergunto parando perto da sua mesa.
– Sim, aqui está a ficha de escalas do primeiro jogo e se ganharmos das outras, as escolas que vamos enfrentar na final esta ai – diz apontando para a ficha em minha mão.
Leio o nome das escolas que vão competir esse ano, são todas muito boas, os meninos não vão gostar nada, nada da última ser a Zarkas, disso tenho certeza. Me despeço do treinador e sigo para a sala de aula, aula essa que foi um pouco difícil me concentrar, imaginando a reação de todos ao ver a lista que o treinador me entregou e para completar meu dia ganho um trabalho de biologia sobre a formação do corpo humano, para a apresentação terei que fazer uma maquete.
Na hora do treino reuni todos em frente ao quadro de avisos, onde montei a planilha de jogos.
– Muito bem pessoal, como podem ver o primeiro jogo da nossa escola é contra os Winstboys – falo observando as reações deles.
– Essa não é aquela escola só de garotos, igual a Zarkas? – Gabriel, o novato, pergunta levantando a mão.
– É sim, eles são muito bons nos passes e na hora de receber, algo que eles não são muito bons é no bloqueio, nessa hora eles acabam se atrapalhando mais tenho certeza que eles vão trabalhar nisso e é por isso, que vamos treinar técnica simples mais eficazes – explico com base nas minhas pesquisas sobre eles.
– Nossa, a assistente sabe de tudo – Júlio fala.
Assopro o apito dando início ao treino, enquanto os observo faço anotações sobre a posição de cada um, acho que vou mudar à posição de alguns, os adversários deve saber onde é a base de cada um, se mudarmos vamos pegar-los de surpresa, vou conversar sobre isso com o treinador.
– Assistente Goullartd, o que houve com o seu pescoço? – Lucy pergunta no intervalo do treino.
Automaticamente levo a mão até meu pescoço, onde tem um band-aid cobrindo o chupão que Brayan fez ontem.
– Ah isso, não foi nada. Foi só um inseto que me picou e eu cocei – respondo alto o suficiente para que o autor do crime escute.
Olho discretamente para ele, flagro um sorissinho de lado no canto de sua boca.
Idiota. Agora está se achando.
– Eu tenho uma pomada ótima, para picadas de inseto, se quiser – oferece, mas descarto com um aceno de mão.
– Não precisa, minha mãe já comprou uma – minto.
Ela concorda com a cabeça e volta ao que estava fazendo, que é encher as garrafas dos meninos com chá gelado com limão, Lucy é uma ótima garota, um pouco desastrada, já perdi a conta de quantas vezes ela já derrubou o balde de água, só essa semana, mas ela é prestativa e isso é bom para ela e para o time.
– Assistente, por que nosso time não tem uma torcida, como as outras escolas? – Lucy pergunta de repente.
– Bom, eu não sei, os reservas nunca se importaram e eu também nunca tive tempo para organizar uma – respondo confusa pela sua pergunta repentina.
– Eu posso organizar uma para os jogos de inverno? – dá para ver o brilho em seus olhos.
– Claro, porque não. Eu só posso te desejar boa sorte então – lhe respondo.
Quase no final do treino, algumas meninas do segundo e do primeiro ano, aparecem no clube para ver os garotos jogarem.
– Brayan, você está saindo com alguém? – uma delas pergunta, me surpreendendo.
Os meninos o olham curiosos.
– Sim, é a...
Antes que ele fale algo que nos comprometa, o pego pelo pulso e saio o arrastando para fora, o levo até atrás da quadra.
– O que acha que ia dizer à elas? – pergunto exasperada, com o coração pulsando nas orelhas.
– Eu ia dizer a verdade, que eu estava saindo com você – responde tranquilamente.
– Você não pode contar para ninguém, que estamos saindo, ouviu – digo brava tentando me acalmar.
– Por que não?.
Lá vem ele com o por que, tudo tem um por quê.
– Porque eu não quero que todos saibam ainda – respondo com a testa vincada.
– E quando podemos contar sobre a gente? – da para ver em seu semblante que ele quer contar logo.
– Quando eu terminar a escola – falo sem ter certeza.
– Tudo bem, promete? – pergunta parecendo uma criança.
– Prometo – e para celar a promessa, deixo ele me beijar.
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Vida Crua
RomanceEla queria se livrar dele. Ele queria estar cada vez mais próximo dela. Naiume Goullartd, 17 anos, assistente do clube de basquete da escola Seiko, entrou para o clube por causa da paixonite pelo capitão, até ter sua primeira desilusão amorosa...