O universo de Jareth

73 18 201
                                    


Após a conversa com Alber, Sephiorah chegou ao universo de Jareth, um universo que tinha como um senhor que manifestava a sua forma física por meio da coordenação de sombras densas por toda a estrutura de seu corpo, como se fizesse parte do universo ao qual ele regia.

O universo de Jareth é constituído por um imenso oceano de sombras densas, acreditando-se até que um dia todo esse oceano sombrio já fora capaz de emitir algum tipo de brilho ou luz natural, mas que por alguma razão, esse universo se transformou no que é agora, algo escuro e extremamente frio. A natureza do universo de Jareth se diferencia muito da do Segundo Universo Central, pois, em Jareth existem matéria e energia, por mais frias que sejam. Embora aparente ser um universo de natureza neutra, não se engane, por mais frio e aparente inóspito que ele possa ser dos demais, esse universo apresenta uma liga de influência de altíssima complexidade, pois, pode abrigar formas peculiares de vida que são constituídas dela, como colossais criaturas que nadam em meio a todo este oceano escuro.

O motivo da vinda de Sephiorah para este universo foi algo que partiu de sua vontade natural. Lá no fundo, ele sabia que a ideia vir até tal ponto, era algo necessário, como se fosse para ajudá-lo a encontrar respostas sobre o Segundo Universo Central, uma vez que, de todos os universos anteriores a tal evento, apenas o de Jareth era o que mais se aproximava da incoerente existência no centro de todo o Dlales. E como todo Senhor Universal deve conhecer a natureza de seu universo, para o Unir não existia ninguém melhor que Jareth para estudar o incoerente fenômeno.

Enquanto adentrava as densas camadas deste universo, Sephiorah havia percebido uma movimentação agonizante que chamara a sua atenção por um breve instante, forçando-o a caminhar sob a superfície deste oceano. E enquanto caminhava, o Unir percebeu que tudo isso era resultado de criaturas que estavam em um estado profundo de agonia e sofrimento. Tal situação, completamente desconhecida por Sephiorah, fazia-o questionar um sentimento ainda mais desconhecido que começara a desabrochar em sua essência. Naquele instante, surgiram sentimentos e sensações na essência de sua natureza que nunca foram sequer imaginados. Estavam entre eles a dor, o sofrimento e o medo da morte que se aproximava, algo causado justamente ao ver aqueles seres. E mesmo envolvido com todas essas desconhecidas sensações, Sephiorah se manteve enquanto um Unir, dando continuidade ao seu único objetivo naquele universo, que era o de encontrar Jareth.

Enquanto o Senhor de Cólutus se aproximava do escuro e sombrio salão de Jareth, o Unir ia sofrendo ainda mais com todas aquelas atormentadoras sensações que pareciam esmagar a sua essência a cada segundo naquele universo. Mas ele já esteve diversas vezes neste Universo, então por qual razão, desta vez, ele se sentia tão agoniado? A verdade se escondia na peculiar situação a qual o mesmo estava envolvido. Afinal, para os olhos de quem nunca conheceu o medo, a dor e o sofrimento... o que era tudo aquilo? Para piorar a sua situação, durante todo o seu trajeto, corpos de diversas criaturas já sem vida boiavam neste oceano de sombras, com algumas raras exceções que envolviam criaturas que ainda lutavam pelas suas vidas.

Pelo fato de tudo isso ser desconhecido, Sephiorah não conseguia pensar em nenhuma contra reação, pois, por alguma razão, até ele percebeu que sua habilidade natural de unir, que envolvia a reconstrução, seria incapaz de devolver a vida para aquelas criaturas.

Com Sephiorah estava tão perto de chegar ao centro do Universo de Jareth, que já se era capaz de observar a gigantesca estrutura do salão do Senhor das Sombras Densas. Era um gigantesco castelo que, incrivelmente, era a única coisa neste universo que emitia luz própria. A estrutura possuía quatro torres, donde derramavam delas, sombras densas, que logo desaguavam no oceano sombrio. Este universo não era encarecido de estrelas por apenas ser escuro, na verdade elas estão em todas as partes, escuras, apagadas e se esfriando aos poucos. As únicas estrelas sobreviventes deste universo estavam agrupadas na estrutura que compunha o belo castelo.

Dlales: Multiverso (Parte I)Onde histórias criam vida. Descubra agora