Dlales: Multiverso (Parte I)

O universo de Alêiou

Quando Sephiorah chegou ao sul do universo de Alêiou, acabou se deparando com estruturas que cruzavam toda esta imensidão. Pode-se dizer que nessa universalidade, o que mais se destacavam eram as pontes compostas essencialmente por estrelas e ligas. Essas pontes estavam todas construídas no mesmo nível geométrico, como se a altura máxima fosse zero, enquanto suas pilastras de sustentação caiam até a borda inferior da membrana universal, sempre negativas ao nível zero. Esse comportamento das pilastras era ainda mais peculiar em sua manifestação existencial, pois, as estrelas que as compunham escorriam com lentamente, como uma verdadeira cachoeira de estrelas, que se estendia até o fim inferior deste universo, onde dava origem ao um oceano de estrelas, raso até este momento.

Todas as assombrosas construções eram capazes de emitir a própria luz. Contudo, elas emitam luzes de acordo com a região em que estavam, mas essa regra não era capaz de atingir essas estruturas como um todo, pois, nelas algumas outras cores se misturavam em meio à cor majoritária, sendo filtradas posteriormente pelas pilastras que desaestrelavam no infinito oceano. Lá em baixo, na imensidão de estrelas misturadas, cada uma delas se organizavam, conforme as suas cores, e assim se eram vistas cores de todos os tons, mas cada qual com a sua corrente marítima que ia sempre até a borda deste universo, gerando um efeito de queda reversa, pois, enquanto as esferas caíam das pilastras, ao chegar na borda, elas escalavam de volta para o começo das pontes.

Até então, com as suas colossais asas, Sephiorah apenas planava. Diferente do universo anterior, este estava com vivo, mas sem nenhum sinal de vida biológica, estando em perfeito estado de harmonia. As radiantes estrelas davam a cada segundo uma ideia do quanto a arte e a beleza podem se fazerem presentes em projetos de magnitude inimagináveis, podendo até mesmo surpreender todos aqueles que não são do seu próprio universo.

Sephiorah ao passar por cima de uma das pontes recolheu imediatamente as suas asas, lançando-se por cima de uma ponte composta essencialmente por pulsares, com uma fina camada de liga que era resistente o bastante para permitir a função de piso ou estrada.

Por não haver nenhum ser vivo neste ambiente, o Unir começou a se aliviar de todos aqueles sentimentos ruins que acabou absorvendo no universo de Jareth. Contudo, em sua mente, a sua preocupação para com aquele senhor ainda não se reduzia a completamente nada. Para Sephiorah, imaginar que um dos membros mais importantes para Cólutus tentou se autodestruir anteriormente, era algo que exigia uma extrema atenção e sensibilidade.

Enquanto o Unir caminhava pela ponte, uma corrente elétrica saia por de baixo da sola dos pés dele, gerando uma reação em toda a plataforma daquela ponte. Essa reação se deu ao fato de todas as partículas desta passarela estavam entrelaçadas, como se tivessem sido programadas para possuírem a ação de sensor. Mas tal momento não se resumia apenas a tamanha condição, ela ia além, quando Sephiorah dava um passo seguido do outro, ocorria uma combinação de situações única. Sob a plataforma era gerada uma neblina elétrica, levemente dispersa, movendo-se levemente até o centro. No piso, uma onda de eletricidade surgia do sentido da borda até o centro.

Conforme Sephiorah mantinha o seu caminhar pela plataforma, não por uma razão de ter decidido chegar até o centro andando, mas apenas por que a beleza neste ambiente era tão única, que isso agitava toda a sua essência, levando-o ao comportamento de um verdadeiro contemplador. O que o Unir não era capaz de perceber, era que ele estava preso na estrutura.

Toda aquela beleza escondia algo imprevisível, pois, Alêiou instalou em todas as suas estruturas uma função de inibição. Essa função tem por objetivo impedir a passagem de qualquer desconhecido, prendendo-o permanente na ponte ou até que o senhor deste universo a desative. Contudo, até o momento não havia nenhum sinal do senhor deste universo se manifestando.