(Parte 2) O universo de Alêiou

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O Unir com o seu sereno olhar, alinhou toda a sua postura física, com destaque para a sua cabeça, como se ele olhasse para o horizonte e ignorasse a imagem de Alêiou naquele ambiente. O seu objetivo não era destratar a conduta do senhor deste universo, mas sim de fazê-lo perceber que existem erros que não podem ser previstos, ou muito menos terem as suas dimensões calculadas.

Alêiou, senhor das maiores construções desta existência! – Disse Sephiorah com uma voz extremamente calma, enquanto ela era acompanhada por outro som ainda mais doce logo no fundo, um verdadeiro calmante para a alma de qualquer um. – Reflita sobre a sua existência, por acaso não se esqueceu de algo?

Alêiou foi até a sua mais remota memória, processando após isso uma a uma de todas as suas vivências até este momento, mas nada respondia ao questionamento levantando por Sephiorah.

Como previsto. – Disse Sephiorah, desta vez de olhos fechados. – Os colapsos que andam acontecendo estão destruindo até mesmo a supremacia dos senhores universais. A racionalidade que sempre foi vista como quase suprema, agora de nada vale. – Em toda a sua essência, procurou nomear o que estava acontecendo. – Todos vocês, todos, estão enlouquecendo. No curto espaço de tempo em que eu estive desacordado, fui capaz de sentir a autodestruição de vinte e oito universos! Tal fenômeno nunca aconteceu! – Disse Sephiorah calmo e indignado ao mesmo tempo, pois, em seus pensamentos, ele deveria ser aquele que deveria suportar tamanha responsabilidade neste momento.

Alêiou sem ter como reagir à tamanha verdade, não conseguia sequer se expressar, a não ser ter que ficar ali, ouvindo o seu regente proclamar palavra por palavra. E enquanto Sephiorah ia caminhando até a entrada do Castelo de Luz, as estrelas iam se reanimando com a manifestação do poder dele, implicando até mesmo na reconstrução de toda aquela enorme estrutura, apagando o seu rastro de destruição como se não fosse nada.

Contudo, uma assombrosa movimentação começava a ser sentida ao lado do universo de Alêiou e Alóis. Isso forçou Sephiorah a fechar seus olhos, que aio saber do que se tratava, disse:

Mais um... Não irei interferir desta vez – Disse o Unir mantendo todo o seu esplendor – Senão descobrirmos o motivo que justifique tantas irracionalidades, toda esta existência encontrará o seu fim logo.

Entretanto, Sephiorah conseguia sentir algo confrontando o senhor do universo que estava prestes a encontrar o seu fim. E isso, assim como no universo das sombras densas, aquilo chamava a sua atenção, mas desta vez, talvez pela distância, era impossível para ele identificar do que se tratava.

Não vim até aqui para ficar solucionando problemas de senhores universais que não conseguem compreender o que anda passando em suas essências e em seus universos. O meu objetivo é exato, e por isso não posso perder o meu foco em nenhum instante, por mais que eu pare para admirar as belezas providas e desenvioladas por senhores universais como você.

Então por qual razão não faz isso com o universo de Hijus? – Disse Alêiou espantado enquanto se referia ao universo que continuava a manifestar as anunciantes vibrações do fim que estava por vir. – Por mais que você seja o meu senhor, sua conduta não é justa.

Sentindo-se ofendido pela ousadia manifestada por Alêiou, Sephiorah buscou calma nas profundezas de toda a sua essência. Retornando-se como aquilo que ele é, um Unir, respondendo a tamanha situação da seguinte maneira:

Primeiro! – Disse Sephiorah com a sua potente voz - Quem é você para questionar as minhas decisões? – E se referindo ao universo de Hijus, continuou. - Aquele universo não tem nada para contribuir para com toda a existência do Dlales. Caso eu interfira no fim de mais um universo, mediano como o de Hijus, poderei voltar a ficar novamente sem energia. Existem escolhas e razões que são superiores a qualquer uma das minhas vontades, e isso interfere diretamente em todas as minhas decisões. Alêiou, você como um senhor universal deveria compreender isso melhor do que ninguém.

Dlales: Multiverso (Parte I)Onde histórias criam vida. Descubra agora