A angústia de Sephiorah.

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                O Dlales vibrava de uma maneira diferente para todos os seres neste mar de universos. A informação de que os Unirs planejavam criar duas máquinas para buscarem respostas no massivo universo composto de energia, era algo que alegrava a todos os seres...

Embora a felicidade começasse a retornar para o Dlales na região de Cólutus, Sephiorah adentrava o planeta de Alber como se aquela fosse a sua última vez em tal mundo, pois, a magnitude de sua presença não diminuía apenas em tamanho, mas também em manifestação. O medo e a desconfiança emanavam da essência de Sephiorah como a energia de uma estrela, era perigosamente radiante.

E, como se esperasse pelo seu senhor, Alber o aguardava de pé. A posição em que Alber se encontrava era a de pernas fechadas e com as mãos para trás.

- Há algo que você deveria fazer. – Dizia Alber ao seu senhor.

- Tudo que eu preciso fazer é levar o cristal regional até o centro do Dlales, mas não sei se serei capaz de concluir com tudo isso. – Respondeu Sephiorah a Alber. – Além disso... algo, em mim, despertou um certo pavor.

- E o que poderia despertar o pavor de um Unir? – Indagou Alber.

- Antes de todos os senhores retornarem para as suas regiões, eu fiquei em Séphios por mais um tempo, enquanto eu contemplava o que fora construído nele. Foi quando uma estrela surgiu diante dos meus olhos, como se tivesse criada do nada, e logo em seguida, ela desapareceu por um breve instante, onde reapareceu completamente destruída, com manchas negras que consumia o resplendor e o calor de um astro.

- Destruída como se fosse uma explosão? – Disse Alber interrompendo Sephiorah.

- Não. Essa destruição é diferente de qualquer outra que já conheci. – Respondeu Sephiorah. – Como posso explicar... a matéria contida naquela estrela havia entrado em um colapso que eu não conseguia compreender. Observar algo assim é assustador, pois, tudo em o Dlales está encontrando o seu fim de maneiras diferentes. Antes, tudo que aqui encontrava o seu fim, renascia de alguma maneira, mas após esses estranhos colapsos no centro do Dlales, bem... parece que isso está trazendo um fim real ao Todo.

- Se tu és capaz de compreender isso, deveria estar animado com a construção das máquinas que são visadas pelos seus semelhantes. – Disse Alber saindo de sua posição, enquanto levava suas mãos até o rosto de seu senhor. Quando tocou em Sephiorah, ele continuou dizendo: - Meu senhor, o que há em ti é medo. Desde a origem do Dlales, muitas coisas já encontraram o seu fim, mas outras encontraram uma forma de transcender o conceito de existir, e assim renasceram. Não há motivos para que você continue cultivando esse sentimento, pois, se isso ocorrer, no final só haverá dúvidas e incertezas sobre os seus verdadeiros sonhos e objetivos.

E, como se Alber nunca estivesse ali, ele desapareceu assim que Sephiorah abriu seus olhos. O Unir já não conseguia mais sentir a presença daquele ser que um dia era apenas uma sombra recém chegada em um pequeno planeta. E, de certa forma, as palavras proferidas por Alber marcavam a sua essência.

Depois desse momento, já se sentindo reconstituído, Sephiorah foi até o seu Cristal Regional. O unir encarava, em tom de despedida, aquele cristal. Foi quando uma sensação tomou conta do seu corpo, revelando que o cristal regional nunca era apenas um simples objeto suspenso na imensidão do espaço mas sim algo vivo que se dedicava sem cessar para garantir a harmonia entre os universos de sua região.

"Sephiorah, não existe. O Caos está consumindo universo após universo. Não há razão para se ter medo quando o conhecimento está em ti." – Dizia o Cristal ao Sephiorah.

Neste momento a alma de Sephiorah emanava uma tristeza nunca antes observada por nenhum ser de Cólutus. Contudo, não era uma tristeza como a de Jareth, não era uma depressão em ascensão, mas sim um sentimento de luto. E enquanto o Unir se aproximava do cristal, ele ia tentando acalmar o Unir:

"Sephiorah, a luta pela liberdade sempre exigiu sacrifícios. Não sinta medo. Apenas acredite."

Quando Sephiorah removeu o cristal de posição, uma poeira escura começou a cercá-lo. Era algo tão violento que o corpo do Unir se sentia perturbado, logo em seguida, uma esfera negra começou a se concentrar no posto de onde estava o cristal regional, até que toda aquela escura poeira se concentrou nesse ponto se cristalizando em algo extremamente escuro logo em seguida.

E após isso, Sephiorah já não sentia mais vida em seu cristal regional, mas percebia que ainda havia energia nele, uma energia que anestesiava a sua consciência do Medo, como se o seu corpo estivesse sendo possuído. E carregando o cristal regional consigo, a entidade de Sephiorah se movia até à ponte de acesso do Séphios. Quando os pés dele tocaram aquela estrutura, uma corrente elétrica começou a consumir o corpo do Unir, algo que ultrapassou todas as barreiras da dor e, nessa hora, Sephiorah percebeu que não poderia desistir, por mais que o seu corpo sofresse com tudo isso. E dessa forma ele se manteve até conseguir chegar ao centro do Dlales.

Dlales: Multiverso (Parte I)Onde histórias criam vida. Descubra agora