Parte (5) A Construção de um império.

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Por alguma razão, de natureza desconhecida, a ação que fora manifestada por Kélios acabou despertando um comportamento diferente na máquina que servia de companhia para Sephiorah e Jareth, pois, um líquido esbranquiçado e brilhante começou a derramar da pele dela, como se estivesse sangrando. Essa situação começou a assustar todos os senhores, uma vez que tudo isso acontecia aos grunhidos de dor da criatura. Era algo tão perturbador que, aqueles senhores começavam a sentir suas próprias peles sendo rasgadas.

E após certo tempo, todo esse conturbado momento parou... A Criatura se acalmou, mas inesperadamente deu outro susto em todos os que estavam ao redor dela. Sua boca começou a salivar, e seus olhos ficaram vermelhos. Despertando, pela primeira vez, o sentimento de terror em todos eles, pois, ela os encarava como se desejasse consumir a existência de cada um. E de fato era isso, mas algo muito mais cobiçado chamava ainda mais a atenção dela, o mais brilhante universo de todos, Coliseu.

Com o objetivo de controlar a situação, Sephiorah se viu no direito de tentar intervir no comportamento daquela criatura, com o objetivo de aplicar nela a influência de um Unir... Mas foi tudo em vão, pois, quando o senhor de Cólutus tentou fazer isso, uma força muito superior a dele, e de energia completamente desconhecida, acabou descarregando nesse Unir, um conjunto de sensações e pensamentos que foram o suficiente para fazer o Sephiorah se ajoelhar de dor, como se toda a energia dele tivesse sido drenada.

E com aquela máquina imune as influências de qualquer unir, todos eles se sentiram ameaçados e amedrontados, imóveis ao olhar sanguinário da criatura. Mas algo chamava mais a atenção dela do que a existência de um Senhor Universal Regional... O mais brilhante de todos os universos... O Coliseu.

Com tamanha incompreensão se manifestando por meio de uma máquina, ela foi até a borda que separava o Universo de Séphios do Universo de Coliseu. E todos aqueles senhores, mesmo amedrontados, resolveram acompanhar os movimentos dela que se resumiam em caminhar ao lado daquela brilhante membrana... Até que ela olhou para Sephiorah, pela última vez antes de realizar uma ação inesperada para todos...

O Coliseu sempre foi inacessível para qualquer ser, e todos sabiam disso, e por tal limitação, em nenhum momento eles pensaram como poderiam adentrar no Coliseu. Contudo, aquela máquina sabia como, pois, com o seu corpo composto por cristais, o que restava a ela era apenas uma alternativa, revelar a aqueles senhores o caminho para o conhecimento.

A criatura encarou a membrana do Coliseu como se estivesse com uma raiva extrema daquele obstáculo, enquanto salivava muito mais do que antes e manifestava aqueles seus olhos vermelhos que, desta vez, arrepiavam ainda mais com a brilhante luz condensada que saia da pele dela. Após isso, a máquina se lançou contra o Coliseu, sendo liberadas partículas de todas as cores, enquanto a máquina ia sendo corroída, aos gritos de dor, por aquela membrana universal.

A cada sinal de dor que era emitido por aquela criatura, algo perturbava aqueles senhores que se sentiam incapazes de conseguir solucionar o problema. E em um completo de desespero, Jareth se arriscou a salvar a máquina, tentando influências a membrana daquele universo. Tal influência acontecia por meio da manifestação de sombras densas que, ao saírem do corpo dele, elas iam até aquela membrana, mas sempre que encostava naquela luz, uma grande quantidade de energia era liberada para todos os lados.

Com o tempo, já quase se esgotando, o sentimento de perca ia ficando cada vez mais evidente em todos ali presentes... E isso perdurou até que todo o corpo daquela criatura fosse completamente destruído por aquela estranha força da natureza, restando apenas o cristal que garantia a vitalidade da máquina.

Sephiorah, com um semblante de tristeza, observou o cabisbaixo Jareth, mas ele precisava compreender o que acabara de ocorrer com aquela máquina. Para isso, ele ficou de frente com o ponto do ocorrido, e reparou que o cristal da criatura não só permanecia naquela membrana, como também ia se afundando nela. Como se a única restante daquela entidade estivesse furando a membrana daquele universo.

- Alêiou... – Disse Sephiorah. – Gostaria que você respondesse a um questionamento, pode ser?

- Sim... Sim senhor... – Respondeu Alêiou. – O que o senhor gostaria de saber?

- Quais são as chances de produzir uma máquina feita completamente de cristais universais?

- Senhor, é quase impossível, cristais são elementos raros! – Respondeu Alêiou com clareza. – O que o leva a pensar que necessita de uma máquina construída feita apenas de cristais?

Nesse momento, Sephiorah abriu sua mão direita, revelando um cristal universal em estado de atividade. Contudo, ele começou a energizar o objeto, até que o mesmo fosse capaz de envolver, com a sua luz, uma parte do braço daquele Unir.

- Observe o que eu quero dizer. – Disse Sephiorah levando seu braço direito para trás. – Nesse momento ele concentrou a sua energia, ao máximo, lançando aquele cristal contra o Coliseu, como se fosse o arremesso de uma pedra.

Quando aquele objeto, energizado, se chocou contra aquela membrana, ele deu ocorrência ao mesmo efeito de partículas que se manifestaram durante o momento de interação entre aquela máquina e o Coliseu. A diferença é que a energização de Sephiorah dava um impulso adicional, fazendo com que aquele cristal fosse muito mais além do que o avanço daquela máquina. Contudo, mesmo indo tão longe, não era capaz de revelar nada a mais, como se aquela brilhante membrana fosse muito mais grossa e densa do que qualquer outra existente em todo o Dlales.

- Alêiou... Responda-me mais uma coisa... – Dizia Sephiorah, enquanto encarava o buraco, feito por ele, no Dlales. – E se usássemos cristais regionais para a construção dessa máquina?

- Senhor! Isso será loucura! São eles que sustentam cada universo existente do Dlales... – Dizia Alêiou.

- Sim, eu sei... – Respondeu Sephiorah a situação. – Mas eu ando pensando em fazer uso de algo único... Fundi-los, para criar a máquina que precisamos para atravessar aquilo, e nos fornecer informações do que se trata esse universo. Além disso, ela poderá conservar e gerar a sua própria energia em caso de necessidade, pois, ela sempre estará recebendo fragmentos de novos cristais que forem surgindo no Dlales.

- O que tem em mente, Sephiorah? – Disse Nálitos se intrometendo na conversa.

- Criaremos uma máquina de natureza, até então, única. – Respondeu Sephiorah, dando uma ordem em seguida. – Vamos todos até o castelo... Lá darei mais detalhes dessa construção.

Dlales: Multiverso (Parte I)Onde histórias criam vida. Descubra agora