O universo de Alóis

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Quando Sephiorah chegou ao Universo de Alóis, deparou-se com um ambiente que se diferenciava em alguns detalhes quando comparado ao anterior. Desprovido naturalmente de estrelas, as enormes estruturas que se manifestavam neste universo eram gigantescos canais ligados ao centro deste universo.

Existiam nesses canais, barragens que apresentavam comportamentos de válvulas automáticas de vasão, separação e processamento da matéria ou energia que passavam por elas. Com isso, cada canal ficava responsável na produção de um tipo específico de liga, fazendo uso e reuso de ligas existentes neste universo.

Diferente do universo de Alêiou, neste não havia um enorme e deslumbrante castelo como o de Luz, mas uma enorme torre, composta em essência por uma liga negra. A torre apresentava um comportamento de funil, manifestando-se desde o topo deste universo, como uma plataforma plana, afinando-se conforme decaía até a inferioridade deste universo.

Os canais, por sua vez, manifestavam-se suas estruturas por camadas. Os maiores canais se encontravam também na parte superior, com alguns processando a matéria bruta, enquanto outros transferiam parte das matérias e energias processadas ou não para canais finos, que por sua vez davam inicios aos processos de refinamento, encaminhando assim seus produtos para a Torre Negra ou para outros canais cada vez mais finos.

Neste universo, dois canais paralelos, mas de sentidos opostos, garantiam a troca de matéria e energia entre os universos de Alêiou e Alóis. Contudo, com a destruição do canal de ligação, essas duas estruturas foram completamente abaladas, pois, ambas as construções iam se dissipar no vácuo do espaço.

Com a pequena máquina de Alêiou no ombro esquerdo, Sephiorah planava pela imensidão deste espaço, mas sem nenhuma vontade de parar para contemplar as estruturas, pois, diferente do universo anterior, este além de ser quase desprovido de beleza e luz, não era muito agradável aos olhos do Unir. Contudo, os canais eram obstáculos interessantes, dando emoção nesta sua viagem até o topo da Torre Negra.

Ao chegar à plataforma, Sephiorah recolheu imediatamente as suas asas, enquanto a máquina descia do ombro esquerdo do Unir. Até este momento, não havia nenhum sinal do senhor universal deste ambiente. Sem muito tempo para esperar, Sephiorah resolveu ir a caça dele, chamando a máquina de volta ao seu ombro, revelando novamente as suas asas, descendo até a parte mais fina da torre.

Quando o Unir chegou, deparou com Alóis extraindo uma essência do menor e mais fino canal existente em todo este universo. E espantado com a presença de Sephiorah, Alóis logo questionou sobre isso:

Meu senhor! O que fazes por aqui? – Disse Alóis em um rígido tom.

Tenho apenas como objetivo, concluir uma missão. – Disse Sephiorah extremamente calmo. – Por mim, ela já estaria concluída, pois, o seu irmão já se demonstrou extremamente capaz.

Alêiou... – Disse Alóis fechando os punhos, demonstrando certa irritabilidade. – Como sempre! Por mais que seja o meu irmão, um construtor, ele não seria nada sem mim.

Isso é verdade. E é por essa razão que estou aqui. – Disse Sephiorah.

A revelação da presença de Sephiorah neste universo despertou em Alóis uma emoção nunca antes sentida por ele, pois, após a origem dos dois incoerentes universos no centro de Dlales, tudo que ele sentia era inferioridade para com o seu irmão. Contudo, não demonstrava tristeza, mas sim a necessidade de buscar encontrar algum reconhecimento, um mérito.

Tal busca, acabou motivando Alóis a criar uma essência única, sendo ela a que estava sendo extraída naquele fino canal. Essa essência, de natureza mais concentrada do que a rara liga utilizada por Alêiou para unir os cristais, desencadeava em qualquer matéria uma reação de fusão que permitia a união de qualquer elemento com outro, por mais incompatíveis que fossem.

Dlales: Multiverso (Parte I)Onde histórias criam vida. Descubra agora