Eu gritei K.O

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- SEU AMOR ME PEGOU....... NOCAUTEOU. TONTEOU. FUI A LONA FOI K. O. - Gritava Anna rebolando a bunda até o chão enquanto Jéssica erguia a mão pro alto e a latinha.

- FICA O OLHAR! VOU TE FALAR FUI A LONA COM O SEEEUUU..... COM O SEEEUUU AMOR! - Eu também cantava mostrando meus dotes com forró em alguns momentos.

O carnaval na cidade tinha chegado e estávamos na rua junto do grupo de amigos seguindo um trio elétrico, depois disso iríamos para uma festa particular, a rua lotada e nos três estávamos com short e top combinando, eu de vermelho, Anna de prata e Jessica de dourado.

Carregava uma latinha na mão enquanto andávamos com a multidão parando para dançar e cantar.

- Eu sento, tu senti! - Jessica cantou.

- Eu esperooooo que você entenda que o meu amoooor. - Anna cantou.

- QUE O MEU AMOOOR É DE QUENGA! - Gritei junto virando a latinha de cerveja. - Meninas, já volto vou jogar no lixo.

- Tudo bem, caso se perca me manda um zap. - Jessica disse puxando Anna para um beijão daqueles enquanto eu me afastava atrás de uma kata de lixo, passando por várias latinhas no chão e acabo pegando mais algumas e jogo todas na lixeira, tiro da pochete o álcool em gel passando na mão e volto a andar.

Já não via as meninas e paro para pegar meu celular, as pessoas passam em volta de mim, contornando-me como se eu fosse uma pedra em um Rio. Enquanto procuro o contato da Jessica ou da Anna e ligo o 4g para enviar uma mensagem, um cara passa voando levando meu celular.
Nesse momento meu coração se desespera. Eu não tinha visto e o menino já sumiu na multidão, começo a hiperventilar enquanto a Pablo cantava "Rá Rá Ratibum é big é big seu bumbum".

Eu estava no meio da cidade a tarde sem as meninas e meu celular foi roubado, não tinha nem como ir atrás do rapaz por que não vi ele, simplesmente sua mão pegando o iPhone. Merda! Sabia que devia ter comprado um celular pra usar na rua e só servir para ligação.
Algumas pessoas começam a me empurrar e eu nervosa com a situação me desespero mais ainda e desequilíbro caindo no chão, quando um grupo vinha na minha direção eu erguia o braço no rosto gritando socorro e espero ser pisoteada.

- CUIDADO! - Alguém grita e sinto braços me erguendo do chão e sou levada para uma calçada, fico um pouco zonza e me seguro em um tecido que reconhecia como uma camiseta, erguia o olhar vendo um par de olhos azuis sorrindo para mim com uma expressão incrédula. - Tinha que ser você.

Não podia acreditar que Henry estava ali naquela mesma rua e pulando carnaval, o moreno usava um short de corrida e regata azul com os pêlos do seu peitoral aparecendo na gola em formato "u". O mesmo estava suado e cheio de glitter como se tivessem jogado nele.

- Senhor Cavill, o que faz aqui?

- O mesmo que você, flor. - Ele disse pondo uma mecha do meu cabelo na parte de trás da orelha, abria um sorriso fofo e então me afasto dele.

- Obrigada, mas pode me empresta seu celular? Me perdi de uns amigos. - Não ia ficar perdendo tempo admirando a beleza dele, precisava encontrar as meninas e pelo azar comprar um celular novo.

- Aonde está o seu? - Achava tão lindo a forma como ele juntava as duas sobrancelhas formando um "v" Entre elas.

- Fui roubada, aconteceu. - Dava de ombros com a mão estendida, ele entregava o seu celular também tirando de uma pochete.

Pochetes são feias mas em carnaval são muito úteis.
Naquele momento Luísa Sonza cantava "Vou na garupa pa pa pa."

- Não imaginava que fosse uma mulher de carnaval.

- E eu digo o mesmo. - Seu celular era o último lançamento, mas tinha certeza que ninguém roubaria de um homem daquele tamanho.

Digito o número da Anna que era o único que lembrava e ligo para ela.
Conto as duas o que houve e marcamos de nos encontrar na festa, não tinha mais graça eu ficar na rua agora, elas dizem que tão indo para lá agora e eu desligo entregando o celular ao Henry.

- Obrigada, agora preciso ir.

- Espera. - Sua mão vai direto em meu cotovelo me segurando. - Vou com você, por segurança.

Queria negar mas sinceramente? Eu estava apavorada.

- Tudo bem. - Aceito e ele me acompanha andando ao meu lado, em um momento o mesmo me puxa pela cintura evitando que eu seja empurrada e depois disso segura minha mão entrelaçando os dedos.

Estava quente e eu não gostava de segurar mãos suadas, mas a mão dele encaixou tão perfeitamente na minha que acabei corando e deixei. Andamos alguns quarteirões até sair da muvuca e encontrar o tráfego.

- Vou te chamar um Uber.

- Não preci.... - Ia recusando mas ele já mexia no aplicativo, olhando aquele homem sendo tão gentil eu acabo tomando uma decisão. Provavelmente era a bebida, eu estava levemente alcoolizada. - Quer ir comigo? A festa vai ser incrível.

Cavill me encara por um momento e abria um sorriso tão lindo que podia sentir meu útero gritar.

- Quero.

O Chefe do meu pai (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora