O Chefe do meu pai (+16)

Sonhos

Julho

Agosto

Setembro

E eu odeio minha vida! Depois de sangrar novamente, os médicos disseram que minha gravidez era de alto risco, quase perdemos o bebê mas graças ao socorro rápido tudo correu bem. Fiquei meu mês inteiro de férias no hospital. Quando Agosto chegou tive que pedir demissão da escola, era para ser só afastamento mas como uma escola particular eles não estavam nem aí para minha gravidez, então recorri a demissão.
Ainda estava na casa do Henry, fiquei chateada com ele, mas sinceramente? Isso não importa agora, o que ele fez ou deixou de fazer enquanto estávamos separados, o que importa é o que ele faz agora. Henry era um bom homem e estava ao meu lado.

Por falar nisso, Miguel e Daniel não param de vim me vê, Jéssica eu ignorei suas mensagens, aquela falsa! Mas a Ana assim que ela teve oportunidade veio me vê, ganhei vários presentes e eles não me deixavam sozinha. Ana comprou alguns pelúcias e roupinhas de corujas, Miguel trouxe roupinhas o bastante pro bebê ser um super herói diferente a cada dia. Já o Daniel só trouxe coisas pra mamãe aqui, como comidas para me relaxar.

Eu tinha bons amigos e a quem contar. Mas meu pai não disse nada ainda, não recebi ligação e nem mensagem.

- Ele não te disse nada? - Perguntei ao Miguel em uma tarde que ele estava vendo De volta para o futuro comigo.

- Nada, gata. Nem comigo ele tá falando, já a mamãe...-Ele jogou uma jujuba na boca.

- O que a Patrícia disse? - Pergunto de forma ríspida, nem ela, minha própria mãe. Nem ela tinha me ligado, recebi algumas mensagens do resto da família nas redes sociais, mas esperava mais dos meus próprios pais.

- Ela perguntou como você aí eu falei pra ela o que tinha acontecido aí ela disse que estava pondo você nas orações dela. - Dou uma risada, grande mãe ela é.

- Pelo menos ela disse algo. - Respondia, meu pai era um homem muito orgulhoso as vezes, mas não esperava isso dele.

Em um outro dia eu estava com o Daniel, vendo filme e falando mal do casal, ele pediu desculpas milhões de vezes, ganhei várias massagens e acabei perdoando ele.

- Só não mente mais tá bom? - Pedi a ele, Daniel era um amigo que eu não imaginava que faria e agora não consigo me ver sem ele.

- Vou me mudar, vizinha. - Ele disse do nada enquanto o principal derruba a porta do banheiro do hotel da mocinha e encontrou outro cara lá.

- Vai para aonde? Não me diz que é pra fora do país. - Reclamo bebendo meu suco natural.

Uma informação, agora eu só vivo em casa, não tô em repouso absoluto ainda, volta e meia uma enfermeira vem me da soro, mas só estou engordando quietinha no sofá.

- Seu irmão me pediu para morar com ele.

- Aí. Meu. Deus! - Dou um gritinho, deixando o suco na mesinha e abraçando ele, eu estava tão feliz pelos dois. Era óbvio que não era só tesão. Os dois se amavam muito. - Eu tô tão feliz por você!

- Eu também! Agora vamos ser irmãos também. - Quando ele diz isso ele me mostra a aliança e eu dou outro gritinho de felicidade!

Era muito bom vê que tudo estava indo bem, eu só queria ter essa felicidade também, mas sempre que uma notícia boa vinha, recebia outra não tão boa.
Por exemplo a vaga no museu, eles até me queriam lá, mas não podia trabalhar agora, teria que esperar o bebê nascer e ainda tinha os meses que eu ficaria afastada antes de trabalhar.

- Que carinha triste é essa? - Ana perguntou, estávamos na piscina da casa, deitadas nas cadeiras chiques de praia, comendo e bebendo sucos enquanto ela me atualizava sobre a escola.

- O museu ligou, eles me querem mas não posso ir trabalhar.

-Tenso, mas quem sabe ano que vem. - Ela dar de ombros. Já tínhamos falado hoje sobre a situação da escola, Jéssica estava de namorado novo. Nada menos que o José, professor de educação física.

- Eca! Ele tem uma vibe nojenta.  - Estremeci em nojo, pegando uma frutinha e comendo.

- Total! Mas não espero nada vindo dela, espero que tenha aprendido. - Ana diz, concordo com ela e erguia minha taça de água de coco e batia na taça dela de vinho branco.  - Um brinde aos nossos ex.

- E um brinde aos chifres. - Eu ria, Cavill não me deu chifre, mas não significa que meus ex não tenham.

- Você devia ligar pro museu. Pedir pra eles aguardar você. - Ana diz e eu fico com isso na cabeça, não custa tentar.

Na manhã seguinte, início de outubro, eu estava linda diante o espelho alisando minha barriga de grávida e o telefone na mão, ligando para o museu.

- Alô? Sim, aqui é Maria Clara, eu fui chamada para trabalhar no museu de artes...... -  A secretária me atendia e então passava para a diretora do lugar. - Oi, tudo bem? Gostaria de estar falando sobre a vaga de emprego.

- Oi Clarinha. Sim, você tinha nos dito que não pode estar começando agora. - A voz da mulher era suave mas rouca, aquela rouquidão de idade, de gente mais velha.

- No meu caso eu tenho uma licença médica, não posso estar trabalhando até o meu parto e depois ainda tem a licença maternidade. - Começo a explicar. Eu estava nervosa mas confiante quando o meu bebê chuta na barriga.

- Porque você está de licença médica?

- Minha gravidez é de risco.

- Ah! Entendo.

Fica um silêncio por um instante mas então a mulher respondia.  - Poderemos estar pondo você para o início de Julho do ano que vem, sua vaga estará aqui, Senhora Cavill.

- Ah! Muito muito obrigada! - Eu digo animada e a mulher desliga antes que eu perceba uma coisa. Ela me chamou de Senhora Cavill?

Nesse exato momento o Henry estava entrando no quarto com uma bandeja de café da manhã.

- Bom dia, Clara.

- Bom dia é o caralho! Você falou com a diretora do museu de artes? - Acuso jogando o celular na cama e cruzando os braços, ele pega um pedaço de pão e leva a boca.

- Sim, pedi pra ela respeitar sua situação e disse que você era a melhor candidata para o serviço, o quão entusiasmada é dedicada é. - Minha raiva vai sumindo, ele se aproxima me dando uma frutinha na boca. - Eu sei o quanto você queria essa vaga, eu apenas pedi ela pra te da uma chance.

Awn! Eu me derretia o deixando me abraçar e deitando minha cabeça em seu peito.

- Obrigada, é o meu sonho.

- Eu sei, e você é o meu.