"Quando eu olhar pra você, morda os lábios. Mas dê um gemido de satisfação se estiver gostoso.''
Quando saiu do seu prédio na Sutton Place South, Beatriz agradeceu por estar de óculos escuros. Ela ainda não acreditava que estava se metendo nisso.
Suas malditas listas, supervisionadas pela sua irmã ditadora, continuavam incompletas em seu bloco de notas.
Ela seguiu em frente, equilibrando–se com destreza em cima de seus saltos que combinavam perfeitamente com seu jeans
claro e sua blusa leve.O que ela não tinha esperado era encontrar Justin recostado em um dos seus carros, dessa vez o Nissan GT–R, modificado e escuro, só que ao invés da carroceria fosca, esse era de um negro brilhante.
Beatriz reparou nisso tudo enquanto pregava o olhar no carro e tentava manobrar sua vista para não grudá–la em Justin.
Ele sorriu quando a viu, mostrando aqueles malditos dentes brancos.
Mesmo de óculos ela podia ver as marquinhas um pouco embaixo e dos lados de seus olhos que apareciam quando ele dava um desses sorrisos grandes.
Alguém poderia lembrá–la por que ela aceitou isso? De verdade, será que dava para voltar atrás?
Ela podia dizer que ia testá–lo hoje e no fim pular fora!
Desencostando–se do carro para cumprimentar ela, Beatriz apenas parou e olhou–o seriamente, mesmo que ele não pudesse ver bem por trás daqueles enormes óculos que ela usava.
– Eu ainda tive esperança de que você prestasse atenção na letra da música e visse que era para dar o fora – ela colocou uma mão na cintura e manteve a cabeça levantada, seus saltos hoje tinham apenas oito centímetros o que ainda a deixava irritantemente mais baixa do que ele.
– Não, você nem mandaria a música se não fosse tentar.
– Eu tinha que te dar alguma resposta antes que você baixasse aqui no meu apartamento de novo.
Depois que ela entrou e o carro saiu rapidamente, foi que Beatriz se lembrou de que dessa vez não foi Rico quem lhe mandou instruções detalhadas sobre o evento.
Justin quem lhe mandou um Whatsapp com o
horário, dizendo que era festa casual de um conhecido e que ele iria buscá–la.– Para onde você está me levando?
– Uma festa de um amigo de faculdade.
Ela nem sabia se ele mantinha contato com amigos dessa época, até porque ele estudara em mais de um país, mas imaginava que quando viajava ele acabava reencontrando um ou outro.
Às vezes Beatriz gostava de ao menos fingir que ele tinha uma vida normal.
– Sério? Ainda o convidam?
– Eu não sou tão antissocial quanto você pensa, Beatriz.
– Então às vezes você se dispõe a ir a festas sem graça apenas pelo prazer de alegrar um amigo que te convidou com esperança vã de te ver?
– Sim, é o que estamos fazendo neste exato momento. A diferença é que dessa vez eu consegui arrastá–la comigo.
– Eu nunca disse que não iria – ela cruzou os braços e olhou pela janela enquanto passavam pela ponte George Washington.
– Verdade. Eu realmente devia tê–la convidado antes.
– E desde quando você tem tempo para esse tipo de programa?

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RECOVERY
FanfictionApós 4 anos de um casamento de aparências, Beatriz decide dar um fim ao sofrimento. O que ela não esperava é que o marido frio e distante, não era tão indiferente assim e não a deixaria ir facilmente. Será que Beatriz está pronta para perdoar e ce...