Capítulo 4

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"Quando eu olhar pra você, escute minha voz.  Eu sei que gosta dela no seu ouvido enquanto nós..."  

     

Eram oito e vinte da noite, Don ainda estava no hotel, ele não sabia como, mas Beatriz arrumou uma mudança em um dia. Telefonou para lá e para cá, falando com seus contatos já que ela trabalhava com decoração e às oita da noite ela já tinha uma cama novinha, um sofá, uma geladeira com alguns itens que eles haviam acabado de encomendar do mercado, um microondas e uma TV grande.      

Beatriz já queria ficar no apartamento novo, mas isso era impossível, ao menos na cabeça  de mamãe coruja que Don era.  O ar não estava instalado e ele não ia deixar ela ficar lá com a janela aberta e sem um alarme sequer. 

Ele estava colocando mais uma garfada da comida na boca quando seu celular tocou. Era um dos motivos para ele não ter ido embora.

Don levantou e saiu correndo do quarto. Beatriz nem viu ele saindo, só escutou a porta batendo.      

A Ferrari era tão negra que de noite o que realmente aparecia eram os faróis.  Pelo tempo que Cristina telefonou, seu patrão deve ter descido a Quinta Avenida voando por cima dos outros carros.      

– Patrão – ele disse, movendo a cabeça em cumprimento e procurando respirar calmamente.      

– Onde ela está? – Justin perguntou, passando direto por Don. Só de olhar ele dava para ver que ele ia matar alguém, seus olhos estavam até escuros.      

O segurança correu na frente dele e o bloqueou antes que Justin chegasse ao atendente que já estava olhando para lá com os olhos brilhando.      

– Sr. Bieber, eu preciso te impedir de fazer isso.    

– Sai da minha frente, Don.      

– Patrão, exatamente por cumprir meu trabalho, eu preciso que conte até dez.      

– Você acha que vou fazer o quê? – os olhos de Justin fulminavam para cima de Don.      

– Patrão, se eu deixar você passar agora, vou merecer que me demita. 

– Don! – gritou Justin, surpreendendo o segurança a ponto de ele arregalar os olhos.

– Some da minha frente! 

– Sr. Bieber – Don o segurou pelo braço, querendo impedir ele. Justin pegou sua mão e a torceu no ar.      

Don era muito bem treinado, valia cada centavo do alto salário que recebia. E Justin era um doentio–psicótico que sabia se defender de muitos jeitos. Começou com dezesseis anos assim que levantou da cama depois da recuperação de seu sequestro e não parou, o que desse para usar para se defender, ele queria aprender.      

– Qual o andar? – Justin perguntou quando eles foram parar dentro do elevador que abriu atrás dele, ainda um segurando o outro em posição desconfortável.      

– Quinze – respondeu Don e rolou mais uma movimentação estranha – Já pode me soltar patrão. Não quero te machucar.      

– Besteira, você só está quase quebrando a minha mão. Eu devia me livrar de você.      

– O senhor não faria isso, porque sou o único segurança capaz de ficar atrás da sua esposa sem pedir demissão. – As portas do elevador abriram no décimo quinto e Don esticou a perna para elas ficarem abertas.      

– Nós vamos mesmo ficar nessa posição estranha?      

– Depende do senhor, não te ouvi contando até dez.     

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