Capítulo 16

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"Quando eu olhar pra você, feche os olhos e afaste mais as pernas. Vai ser bom. Você pode abri–los quando começar a gozar."


Em condições normais, Justin nunca sairia de sua casa em pleno sábado para ir a uma festa e logo de Maribel Petterson.

Mas ao invés disso, lá estava ele sentado no banco de trás do carro que procurava um bom lugar para estacionar.

Ele não havia recebido apenas um convite para festa, foram três. Dois pelos correios e um como entrega especial no escritório, além de uma notificação de Rico avisando que Beatriz iria à festa e isso causou sua ida.

Ele gostava de surpreendê–la, assim ela não tinha tempo de levantar sua parede de vidro à prova de bala e agia mais livremente.

Quem diria, ele nem se esforçou para corresponder às expectativas, tinha passado a mão pelo cabelo úmido quando saiu do banho e calçou os primeiros sapatos diurnos que viu no closet.

E causou mais rebuliço que sua esposa ao chegar.

Justinho quase teve um ataque de fã quando o viu, teve gente soltando suspiros femininos e se denunciando por aí.

Uma das blogueiras que vivia dizendo sonhar com uma foto ao lado dele saiu correndo para o banheiro, revoltada por não estar com a roupa que deveria para a foto.

Ele retirou os óculos escuros e vasculhou os arredores, procurando algum sinal de Beatriz.

Acabou mesmo embaixo do espaço coberto, cumprimentando Ofélia que ao menos para ele nem abriu a boca para falar de Pattie.

Maribel refez a maquiagem e apareceu exultante; pronta para a foto. Mas Justin viu Elis e escapou de todo mundo para ir cumprimentá–la, aproveitou também para perguntar sobre Beatriz, pois se tinha alguém que podia livrá–lo de toda aquela perturbação era sua esposa, já tinha mais um motivo para achá–la imediatamente.

Beatriz estava lá no final do jardim, a mesa que ela estava era a mais afastada.

Já era quase uma da tarde, ela estava faminta e com sede. Passou os últimos dez minutos investigando os buffets espalhados e quase não encontrou nada que pudesse consumir.

Estava ali justamente de costas para todo mundo, devorando seu segundo pote de gelatina, praticamente a única comida totalmente segura.

– O que está fazendo aí sozinha?

O pulo que ela deu na cadeira ao escutar a voz de Justin quase a fez cair, a colherada de gelatina que tinha acabado de colocar na boca desceu toda de uma vez pela sua garganta e ela teve que deixar o potinho sobre a mesa antes de se virar no lugar.

Justin inclinou a cabeça e soltou uma gargalhada quando viu o que ela estava fazendo.

Em cima da mesa havia um prato cheio de comida, mas intocado, um pote com morangos e mais três cumbucas de gelatina.

– O que diabos você está fazendo aqui? – ela perguntou, ainda apertando a colher.

– Eu acho que deveria perguntar o que você está fazendo.

– Tentando comer.

Justin se aproximou, pegou o guardanapo de cima da mesa e limpou o canto da boca dela, depois se sentou na cadeira em frente e olhou o que havia ali.

– Isso é gelatina?

– Sim – ela pegou o pote que estava consumindo antes dele chegar.

– Está tão ruim assim?

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