Capítulo 12

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"Quando eu olhar pra você, não tente se esconder de mim. Eu a conheço. Apenas sinta o pulsar do meu coração sob sua mão. É seu, tudo para você."


O carro subia a quinta avenida enquanto Justin mantinha um leve sorriso no rosto, pensando em seu papel de vilão da história.

Ele ia usar todo tipo de golpe baixo e fraqueza para ganhar a guerra e no final daria um jeito de se redimir.

– Mas isso é um bairro residencial – Beatriz olhou em volta quando ele abriu a porta do carro e desceu na calçada.

– Não fique preocupada é tudo tão inocente que Lyle o crocodilo, até morava aqui perto – Justin puxou–a pela mão ao entrar na portaria, avisou que ia a cobertura e ninguém tentou impedi–lo.

– Eu não acredito que você se lembra dessa história de criança! – ela disse, bastante surpresa.

Justin apertou o botão do elevador algumas vezes. Era daqueles bem antigos com grades e que fazia um barulho todo característico.

– Dei a coleção toda do Lyle para minha sobrinha. E adivinha quem ela escolheu para ler os malditos livrinhos com ela?

Ela ficou olhando para ele como se ele tivesse dito algo muito ultrajante.

– Você lê para sua sobrinha – o tom dela chegava à descrença.

Justin virou–se para ela e chegou bem perto.

– Não fique decepcionada com o seu ogro. Eu juro que tenho muitas outras partes malvadas para você se aproveitar.

Justin não perdeu a chance de aproveitar e assim que o elevador abriu a porta, ele puxou–a para dentro, mantendo–a nos seus braços e procurando seus lábios.

Ela ainda parecia muito relaxada e deliciosa demais para ele resistir.

– Não era isso que eu tinha em mente quando aceitei que tentássemos– ela virou o rosto, sem querer cair nas garras dele novamente. – Além disso, não estou acostumada com todo esse contato.

Ele pegou–a pela cintura e prendeu–a no fundo do elevador.

– Não dá – Justin prendia o corpo dela com o seu. – Não sei fazer de outro jeito.

– Não é assim!

– E como você queria? Com longas conversas num banquinho de praça, você me conta os últimos livros que leu e eu os últimos filmes que assisti. Falamos do tempo, das peripécias das crianças em volta, damos comida aos pombos e mantemos uma distância física de pelo menos trinta centímetros.

– Eu tenho muitos livros para indicar.

– Você pode me indicar livros na cama. É muito tempo com você, eu é que não estou acostumado com isso. Não consigo resistir.

Justamente quanto ele passou a mão por baixo da coxa dela e puxou–a para cima, um casal de idosos entrou no elevador.

Eles estavam muito bem vestidos e pelo jeito voltavam de algum evento. Assim que os viram, os dois arregalaram os olhos e se viraram rapidamente, apertando o botão do segundo andar.

– Eu te disse que esse pessoal da cobertura é de má influência – cochichou a mulher para o marido, mas dentro do elevador era o mesmo que ter gritado.

Eles saíram rapidamente e Justin que esteve tão absorto em sua conversa com Beatriz que não havia apertado botão nenhum, pressionou o quarto andar.

– O Shrek não é um ogro? – Beatriz perguntou assim que saíram do elevador, aquilo simplesmente veio à mente dela, já que tinham acabado de falar sobre ogros.

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