"Quando eu olhar pra você, não tente se esconder de mim. Eu a conheço. Apenas sinta o pulsar do meu coração sob sua mão. É seu, tudo para você."
O carro subia a quinta avenida enquanto Justin mantinha um leve sorriso no rosto, pensando em seu papel de vilão da história.
Ele ia usar todo tipo de golpe baixo e fraqueza para ganhar a guerra e no final daria um jeito de se redimir.
– Mas isso é um bairro residencial – Beatriz olhou em volta quando ele abriu a porta do carro e desceu na calçada.
– Não fique preocupada é tudo tão inocente que Lyle o crocodilo, até morava aqui perto – Justin puxou–a pela mão ao entrar na portaria, avisou que ia a cobertura e ninguém tentou impedi–lo.
– Eu não acredito que você se lembra dessa história de criança! – ela disse, bastante surpresa.
Justin apertou o botão do elevador algumas vezes. Era daqueles bem antigos com grades e que fazia um barulho todo característico.
– Dei a coleção toda do Lyle para minha sobrinha. E adivinha quem ela escolheu para ler os malditos livrinhos com ela?
Ela ficou olhando para ele como se ele tivesse dito algo muito ultrajante.
– Você lê para sua sobrinha – o tom dela chegava à descrença.
Justin virou–se para ela e chegou bem perto.
– Não fique decepcionada com o seu ogro. Eu juro que tenho muitas outras partes malvadas para você se aproveitar.
Justin não perdeu a chance de aproveitar e assim que o elevador abriu a porta, ele puxou–a para dentro, mantendo–a nos seus braços e procurando seus lábios.
Ela ainda parecia muito relaxada e deliciosa demais para ele resistir.
– Não era isso que eu tinha em mente quando aceitei que tentássemos– ela virou o rosto, sem querer cair nas garras dele novamente. – Além disso, não estou acostumada com todo esse contato.
Ele pegou–a pela cintura e prendeu–a no fundo do elevador.
– Não dá – Justin prendia o corpo dela com o seu. – Não sei fazer de outro jeito.
– Não é assim!
– E como você queria? Com longas conversas num banquinho de praça, você me conta os últimos livros que leu e eu os últimos filmes que assisti. Falamos do tempo, das peripécias das crianças em volta, damos comida aos pombos e mantemos uma distância física de pelo menos trinta centímetros.
– Eu tenho muitos livros para indicar.
– Você pode me indicar livros na cama. É muito tempo com você, eu é que não estou acostumado com isso. Não consigo resistir.
Justamente quanto ele passou a mão por baixo da coxa dela e puxou–a para cima, um casal de idosos entrou no elevador.
Eles estavam muito bem vestidos e pelo jeito voltavam de algum evento. Assim que os viram, os dois arregalaram os olhos e se viraram rapidamente, apertando o botão do segundo andar.
– Eu te disse que esse pessoal da cobertura é de má influência – cochichou a mulher para o marido, mas dentro do elevador era o mesmo que ter gritado.
Eles saíram rapidamente e Justin que esteve tão absorto em sua conversa com Beatriz que não havia apertado botão nenhum, pressionou o quarto andar.
– O Shrek não é um ogro? – Beatriz perguntou assim que saíram do elevador, aquilo simplesmente veio à mente dela, já que tinham acabado de falar sobre ogros.

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RECOVERY
FanficApós 4 anos de um casamento de aparências, Beatriz decide dar um fim ao sofrimento. O que ela não esperava é que o marido frio e distante, não era tão indiferente assim e não a deixaria ir facilmente. Será que Beatriz está pronta para perdoar e ce...