Capítulo 23

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"Quando eu olhar pra você, feche a porta e não ouse fugir. Deixe as roupas no chão, também. Vai ser mais fácil."


Na terça-feira, ou seja, uma semana depois do dia em que se encontraram, Beatriz atravessou o hall do prédio do Grupo Bieber, pronta para enfrentar as fotos.

Carregava uma bolsa grande e branca, usava um conjunto em marfim de blusa e saia da Carolina Herrera, um belo colar e saltos poderosos e altíssimos. Não parecia que ela jamais havia passado um final de semana se consolando nos braços da irmã e chorando em alguns momentos.

Além dos cremes calmantes para pele que eliminavam qualquer vermelhidão e do pepino que usara sobre os olhos, sua maquiagem estava impecável.

Lá no começo do casamento, Justin havia lhe dado um cartão do grupo GB que vinha preso em um crachá e servia para passar nas catracas eletrônicas que liberavam o acesso para entrar no prédio. Beatriz gastou a manhã inteira procurando o maldito cartão e por sorte o encontrou em uma carteira antiga que havia vindo dentro de uma mala que o próprio Justin levou para o seu apartamento com itens que ela deixou para trás.

Ela lembrava que ele havia lhe dito para ir lá quando quisesse. Ela só foi duas vezes, uma foi com ele que lhe mostrou onde trabalhava e outra porque estava esperando ele para um evento e como ele ia demorar, ela foi esperar lá em cima.

Apesar de casada com ele, era como a maioria das pessoas que não trabalhava no GB e morria de curiosidade sobre como funcionava tudo por trás das paredes daquele prédio gigante no coração de Manhattan.

A segurança no prédio era tão boa que provavelmente o único que passava facilmente sem mostrar nem identidade era Justin.

As pessoas por quem ela passava ficavam olhando para ela, não só porque ela chamava atenção, mas quem iria trabalhar no GB e não a conheceria? Era quase um pré–requisito.

Quando ela entrou no elevador as pessoas atrás dela faziam movimentos discretos, indicando para quem não havia notado. Olhar os detalhes da esposa do chefe era sempre interessantíssimo, ainda mais quando ela nunca ia lá.

– Olá, posso esperar aqui?

Estella levou um baita susto com aquela voz e pulou na cadeira. Olhou a porta de vidro que Don estava fechando, ele vinha trazendo um embrulho e uma bandeja com três copos de café da Starbucks. Então ela reparou em Beatriz de pé a sua frente e piscou algumas vezes até sua mente lhe dizer quem era ela.

– Cla–claro. Por favor! – ela pulou de pé. – Quer um café ou água, suco, refrigerante, chá?

Rico saiu correndo da sala dele e se adiantou.

– Nada disso, Estella! Depois – ele parou a frente de Beatriz, já com um sorriso enorme. – Madame Bieber, que prazer vê–la por aqui.

– Corta essa, Rico. Não vou te dar minha mão pra beijar, você já faz isso com a minha sogra. E a hora disponível, arranjou?

– O que madame pede que eu não faço? Não tinha não, mas eu troquei os compromissos da tarde, ele nem percebeu. Ainda.

Beatriz foi atrás de Rico enquanto amaldiçoava sua irmã mentalmente, não sabia como havia sido convencida a ter essa ideia enquanto elas tomavam sorvete e andavam procurando lingerie nova para Rose.

– Você é o máximo, Rico. Vou te comprar um presente por isso – prometeu Beatriz.

Rico ficou todo bobo e estava com um sorriso enorme quando bateu na porta de Justin e entrou. Ele não estava mais com receio de entrar ali, Justin não estava de péssimo humor, até que viajar para Washington o ajudou a relaxar.

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