Quando acordou de novo e dessa vez por conta própria, Beatriz notou que estava claro demais. Piscou algumas vezes, ainda presa naquele torpor sexual no qual esteve nas últimas horas.
A última vez que Justin a acordou o dia estava nascendo e como ela ficou por cima, esteve o tempo todo de costas para a janela. Adormeceu em cima dele e não viu como estava o céu quando terminaram.
Mas agora, estava claro demais. Só que não aquela claridade amarelada do sol, era aquela luz muito branca e incomoda de um dia nublado, mas coberto por nuvens claras.
Ela só mexeu os olhos e piscou lentamente. Por uns minutos não teve coragem nem de levantar o braço para retirar as mechas de cabelo da face.
Seu corpo não estava apenas fraco, estava cansado, dolorido em várias partes, muitas dela não podia nem citar que denunciavam logo o que esteve fazendo a noite toda.
Sinceramente, maratona sexual era uma coisa que as pessoas adoravam dizer que queriam participar, mas quando chegava na hora, se davam duas já estavam mortas no pós–orgasmo e dormiam como nunca.
Isso quando havia um bom orgasmo, claro. Ela não tinha essa opção. Não havia escolha se estivesse na cama com Justin. Ainda mais depois de tanto tempo de seca.
Você podia achar que depois da segunda não levantaria nem o dedo. Mas pode acreditar que ia acabar dando para ele várias vezes e claro que no meio da madrugada ia perder a conta, afinal, o desgraçado realmente sabia causar orgasmos tão bons que justificariam a desculpa da amnésia pela manhã.
Por essas e outras que ela lutou tanto para manter a calcinha.
Com essa realização, Beatriz pareceu finalmente sair do estado de confusão entre sonho e realidade e se moveu na cama. Abrindo bem os olhos.
Mas que merda! Ela perdera a calcinha com tanta vontade que não sabia nem se estava rasgada ou se fora jogada pela janela.
Assim que começou a se mover, ouviu o grunhido ao seu lado e Justin se moveu, apertando o braço que estava em sua cintura e movendo a perna que prendia a sua. Ele se aproximou, aninhando–se novamente a ela e respirando em seu pescoço.
Sua mão acariciou sua barriga e ele soltou um suspiro bem perto de seu ouvido enquanto tentava cair em sono profundo novamente.
Ela sentiu um pânico momentâneo quando encarou aquela cena tão íntima e familiar. Desejo incontrolável era um dos problemas da humanidade. Certamente um problema que ela desenvolvera. Foi assim que acabou ali.
– Droga... – ela disse sob a respiração e se moveu na cama rapidamente ao lembrar que estavam em plena quarta-feira de manhã.
Péssimo dia para ela acordar depois de ter passado a noite toda transando justamente com seu marido. Beatriz pulou da cama e experimentou uns segundos de confusão assim que ficou de pé ali no quarto de Justin. Não conseguia nem lembrar a última vez que acordou ali.
– Volta pra cama, Bia – disse Justin, sem nem se dar ao trabalho de abrir os olhos.
Ela andou ao lado da cama, procurando sua roupa íntima. Como ela não respondeu e ele também não escutou sons no banheiro, tomou coragem e abriu os olhos. Teve que piscar várias vezes por causa da claridade, passou a mão pelo rosto, afastando o cabelo da testa e se apoiou no cotovelo, elevando o corpo.
– Beatriz...
– Droga, Justin! – ela disse quando percebeu que ele a olhava enquanto ela estava andando nua pelo quarto.
– Volta pra cá – ele disse, ignorando p embaraço dela.
– Não! – ela abaixou em frente à cama e resgatou a calcinha. Estava arruinada, se ela vestisse ia descer pelas suas pernas. – Você não precisava acabar com a minha calcinha! – ela disse, jogando a lingerie arruinada pra cima dele.

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RECOVERY
FanfictionApós 4 anos de um casamento de aparências, Beatriz decide dar um fim ao sofrimento. O que ela não esperava é que o marido frio e distante, não era tão indiferente assim e não a deixaria ir facilmente. Será que Beatriz está pronta para perdoar e ce...