Capítulo 10

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O domingo para Beatriz foi bem calmo, o que é sinônimo de tedioso, mas ela gostou.

Depois de toda informação que foi jogada na cara dela, de conhecer sua melhor cópia e de dar um amasso com seu quase ex–marido no banheiro da casa dos amigos dele, ela realmente precisava de umas horas tranquilas.

Ela havia tirado uma foto com Dina e postado no seu Instagram, já estava Deus e o mundo lá comentando não só da sua roupa, mas se era verdade que ela estava "saindo com seu marido".

Como que alguém pode estar saindo com o próprio marido? Bem, ela meio que estava, mas aquelas pessoas não sabiam da real situação.

Como ainda estava metida em seu pijama e saíra da cama apenas para preparar uma xícara de mocha e pegar uns biscoitos.

Ela colocou o tablet para o lado e afundou no colchão macio, pensando que podia muito bem se dar ao luxo de ficar ali escondida.

Talvez pelos próximos dez anos. Nesse meio tempo ela ia perder todos os seus projetos e Justin ia cair nas garras daquela cover maldita e eventualmente ele ia parar de fingir e acabar arranjando outro objeto de desejo.

Tá, mentira. Ele ia era botar a porta do seu quarto abaixo e acabar com seu descanso.

Ela tinha que torcer para ele estar bem ocupado e não lembrar de...

Seu celular soltou uma notificação bem alta e pelo som ela já sabia que era do Whatsapp.

Só de olhar o começo da frase dava para notar que era uma das malditas mensagens de Justin!

Ela revirou os olhos, ainda sentindo os efeitos do tempinho que passara com seu corpo disponível para as mãos dele.

Aquilo não ia dar certo. Metade de um dia ao lado dele e sua calcinha já corria sério risco.

Isso sem falar no seu sutiã que foi o primeiro a dançar, sem a menor classe, desceu mesmo e pareceu ter gostado da experiência.

– Já se recuperou do porre de ontem, meu bem? – perguntou Roselyn, assim que Beatriz atendeu ao telefone.

– Que porre? – ela gritou isso, achando que já haviam inventado mais essa.

– Ué, to vendo aqui que você estava se pegando com seu marido numa festa. Só podia estar bêbada.

– Mas que diabos, Rose! Desde quando você acompanha a fofoca aqui de New York?

– Ei, a internet é mundial. Além disso, eu fui postar uma foto do café da manhã com as crianças lá no píer. E vi que tinha foto nova sua. Adivinha só, sou uma irmã mais velha carente, gosto de ver se sua cara está boa. Daí, eu vi os comentários.

– E me ligou para espezinhar!

– Não, pra perguntar se você voltou pra casa com a calcinha.

– Eu não acredito nisso! – respondeu Beatriz, revoltada. Será que era tão óbvio para sua irmã lá em Baltimore pensar isso ou era só porque ela a conhecia?

– Voltou ou não voltou?

– Claro que voltei!

– Olha só, seu quase ex–marido é um cavalheiro. Devolveu a calcinha e tudo...

– Ele não tocou nela! – Beatriz gritou.

– Em alguma coisa ele tocou, meu bem. Ou você não estaria querendo me esganar via telefone.

– Não foi na calcinha!

– Enfim, você disse a ele que vai fazer o negócio?

– Não.

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