"Quando eu olhar pra você, lembre–se do que imaginou fazer comigo antes de dormir. Foi sujo, doce ou selvagem?"
Domingo não foi um dia legal. Para quem chegou da "farra" as três e pouca da manhã, Beatriz demorou um bocado para dormir.
Ela precisava de oito horas de sono, condicionara seu corpo a funcionar bem dessa forma. Então só acordou quando seu celular tocou, passando da uma da tarde.
– Alô... – ela murmurou, virando–se na cama e empurrando o cabelo de seu rosto.
– Beatriz! Por onde você andou? – perguntou Nina num tom de alarme.
A voz da mulher trouxe–a para o mundo dos vivos. A última vez que falou com Nina foi justamente no dia que viu Justin com a sua cover naquele restaurante.
Desde então se esqueceu de um bando de coisa, ainda mais agora com essa loucura que estava vivendo.
– Andei com uns projetos atrasados, precisei dar uma sumida – ela sentou na cama, tentando tirar o corpo do torpor.
– Estou sabendo, você vai refazer a Campanale! Estou louca para ver.
Mas eu já lhe disse que você tem trabalhado demais. Nunca mais ligou e nem apareceu nos eventos. Senti sua falta. As meninas não são nada sem você. Está um caos sem seu bom senso.– Imagino... – Beatriz deixou a cabeça cair contra o encosto da cama.
Nina era uma madame rica que não via motivo para gastar seu tempo trabalhando. Seu marido já fazia isso, seu pai também, já tinha dinheiro suficiente. Mas ela e duas amigas tinham uma galeria de arte e brincavam de trabalhar lá.
Faziam um bom trabalho, realmente se dedicavam, era um dos projetos delas. E como tinham dinheiro de sobra, gostavam de descobrir gente com muito talento e pouca verba.
– Não, você não imagina! Está um caos! Maribel, aquela louca, está novamente fora de controle! E ela vai fazer uma festa em homenagem à sogra! Você tem noção disso? A velha a odiava quando ela ainda era boa das ideias!
A Maribel em questão era uma mulher enlouquecida, cheia de manias, metida à besta,
desvairada, alucinada e até engraçada, mas tinha que saber lidar.No círculo deles, ela era a pessoa que dava mais festas; todo mundo sempre estava envolvido com alguma das festas de Maribel Petterson.
Apesar de tantas, os convites eram artigo concorrido no mercado, mesmo que ela inventasse as maiores loucuras e temas.
– Ela está doida também?
– A mãe do Justinho? Mais doida que relógio de dar corda! – exclamou
Nina, chamando Justin Petterson, pelo apelido, pois tiveram que achar uma alternativa, já que Justin já pertencia ao Bieber. E era único.
– Desde quando? – perguntou Beatriz que felizmente não tinha contato com a mãe de Justinho.
– Em minha opinião, desde sempre. Mas de um ano pra cá, a mulher mudou drasticamente.
– Todo mundo muda...
– Não Ofélia Petterson! De qualquer forma, você precisa ir. Alguém precisa por senso na mente de Maribel novamente.
– Não vou dar outro tapa na cara dela – decretou Beatriz.
– Só você pode fazer isso! – guinchou Nina.
– Nem pensar, me recuso. Da outra vez ela ficou catatônica.
– Mas voltou a si!
– Ela ainda me odeia – Beatriz argumentou, não que o ódio de Maribel a preocupasse, não era como se ela fosse matá–la.

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RECOVERY
Fiksi PenggemarApós 4 anos de um casamento de aparências, Beatriz decide dar um fim ao sofrimento. O que ela não esperava é que o marido frio e distante, não era tão indiferente assim e não a deixaria ir facilmente. Será que Beatriz está pronta para perdoar e ce...