Capítulo 26

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''Quando eu olhar pra você, deite a cabeça no travesseiro e se aninhe ao meu corpo. Eu adoro dormir com você.''


Antes de ir embora, Beatriz e Justin foram olhar o tal jardim iluminado por luz de velas, deixando Jared e Gwen rindo de histórias antigas. Justin levantou o rosto e enfiou as mãos nos bolsos para reprimir a vontade de agarrar Beatriz e imprensá–la ao lado da porta.

Estavam há pouco tempo seguindo essa história de "tentar ser um casal" e ele já estava mal acostumado. Afinal, para quem estava habituado a ser tratado como um acompanhante estranho e incômodo, nas últimas vezes que saíram, estavam sempre se tocando. E é fácil se acostumar com o que é bom.

Beatriz ainda tinha dificuldade para tomar a iniciativa de se aproximar dele. Era muito tempo evitando isso, aliás, o pensamento geralmente a fazia se retrair. Pior ainda porque ao se lembrar da última vez que ela começou, acabou em cima da mesa dele. E até onde sabia, quando deixara o escritório dele, os dois estavam desejando a morte um do outro.

Ainda assim, ela se virou e se aconchegou a ele. Justin tirou as mãos dos bolsos e escorregou os braços em volta dela, colando–a mais ao seu corpo. 

Beatriz levantou o rosto e o beijou lentamente, deixando–o aproveitar o momento. Havia um leve gostinho adocicado e picante no beijo por cortesia dos coquetéis que haviam acabado de tomar. Beatriz espalmou as mãos nas costas dele, amarrotando o tecido da camisa.

O paletó havia ficado no carro, as mangas da camisa estavam dobradas e os botões de cima abertos. Justin delineou a cintura dela com as mãos, insatisfeito em não tocar seu corpo inteiro, pouco se importando que os outros o vissem acariciando aquelas curvas femininas, como um prelúdio para o que podiam fazer depois.

– Eu estava te dando mais dois minutos pra resolver me beijar – ele diss quando ela abaixou o rosto.

– E ia me ameaçar? – ela passou os dedos pela gola dele, ajeitando–a.

– Não, ia levá–la ao banheiro. Você viu o papel de parede? Imagens bem indecentes, já pensou em pedir um painel assim pra Elis?

– Não – ela riu. – Mas ela é boa em arte erótica.

– Pede a ela pra me ligar. Tenho ideias pro banheiro...

– Nem pensar.

Beatriz se afastou em direção a porta porque já eram duas e meia da manhã e Justin a seguiu, mas parou antes de voltarem para dentro, capturando–a e puxando para o lado.

– Essa era a minha semana e eu não sei se um encontro familiar foi suficiente – ele disse. – Mal ficamos sozinhos.

– E a terça-feira?

Justin levantou a sobrancelha direita enquanto a olhava.

– A terça voltou a existir? Você disse que não havia acontecido nada. Acho que sonhei no meio do dia com uma transa que quase quebrou minha mesa.

Beatriz soltou o ar e não precisava nem admitir.

– Seu tarado pervertido, não sei de terça nenhuma – ela disse.

– Eu quero dormir com você.

Beatriz franziu o cenho e soltou uma leve risada antes de olhá–lo.

– Você está sendo sutil, Justin? Que fofura.

– Não. Droga. Eu também quero muito te foder, mas... caramba – ele parou, como se não soubesse como proceder dali.

Ela piorou a situação quando riu dele.

– Eu ainda quero dormir com você e deitar a cabeça perto do seu cabelo, envolver sua cintura com o braço, passar a perna por cima da sua e me aninhar ao seu corpo para na manhã seguinte acordar em qualquer outra posição sem saber quando nos movemos. Claro que isso tudo é mais gostoso depois de fazer amor, mas eu realmente quero dormir com você. Porque a última vez que conseguimos fazer isso foi há um ano. Trezentos e sessenta e cinco dias malditos que eu gostaria de esquecer.

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