Capítulo 18

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"Quando eu olhar pra você, comece a tirar a calcinha. Devagar... você sabe que eu gosto de ver."



Eles chegaram num horário bom, a reserva lhes permitiu uma mesa no canto de uma das divisórias dos tradicionais sofás vermelhos do La Grenouille. O restaurante era lindo, romance puro, desses que vem logo a mente de alguém como o lugar perfeito para um pedido de casamento ou um encontro especial.

Eles foram guiados até aquele canto, onde ambos ficariam no sofá, bem na virada e ele estaria ao seu lado, perto demais, nem precisavam do incômodo do braço ter que atravessar sobre a mesa para haver algum toque.

Se ela quisesse por a mão naquela mandíbula máscula, era só levantar o braço e esticá–lo um pouquinho, os outros nem notariam. Ela se ajeitou primeiro, sentando–se de costas para a parede. Justin sentou–se no lado direito, com as costas para o outro lado do salão de jantar,

Beatriz observou o arranjo bem à frente deles, era enorme e lindo. Um dos garçons, vestindo aquele uniforme branco com gravatinha negra apareceu para falar dos vinhos e da entrada. Nenhum dos dois era exatamente fácil de se decidir no que comer, especialmente num lugar que não era seu habitual. Então iam beber um pouco e pensar depois, até porque estavam ambos imaginando que num encontro você gasta certo tempo.

– Sabia que eu vou redecorar o apartamento onde você morava? – disse Beatriz, iniciando logo um assunto para mantê–los entretidos e nenhum dos dois ter ideias antes de sequer começar a entrada.

– Mesmo? – Justin sentara–se o mais perto dela que dava, suas pernas longas estavam se encostando as dela e ele se inclinara em sua direção, com toda sua atenção concentrada nela. – Ela vai mudar tudo?

– Sim, segundo Pattie, ela resolveu me escolher porque tem visto e lido por aí que sou um novo talento, já com a agenda cheia e projetos badalados demais para uma decoradora tão nova. Então ela acha que devo ser boa – Beatriz sorriu e foi forçada a olhar para cima.

Ela falava baixo, já que havia gente nas duas mesas que ficavam próximas. Ela descansara as mãos sobre a mesa e Justin não sabia onde por as dele, porque o lugar onde ele queria por ainda parecia fora de alcance.

– Minha mãe é uma figura. Ela também me diz coisas bem parecidas sobre minha habilidade para investir o dinheiro dela. A última foi algo sobre eu merecer crédito já que consegui um aumento médio acima da porcentagem aceitável para o grupo. E ela ainda citou todas as porcentagens dos relatórios que recebe como acionista.

– E eu pensando que tudo isso era porque ela gostava de mim – disse Beatriz, ironicamente.

– Ela gosta muito de você. Acredite. Já teríamos problemas a essa altura se ela a odiasse.

O garçom trouxe o champanhe, falou dos pratos recomendados da noite e sobre o que seria ótimo para a transição dos vinhos que estavam disponíveis na adega.

– Minha irmã quer matá–lo – ela disse de repente e a cara que ele fez a forçou a rir.

– Rose me ligou. – ele confessou.

– O quê? – ela cruzou os braços e ficou olhando–o com o cenho bem franzido. – Quando? Aquela vaca não me disse.

– Bem, não era para eu te contar. Mas já que estamos sendo sinceros... – o sorriso dele sobre a taça ia contra o tom inocente de sua alegação.

– O que ela disse? – demandou Beatriz.

– É pessoal.. – Justin se obrigou a tirar os olhos de cima dela enquanto bebia mais um gole.

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