Adeus Papai !

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Alice

- Filho, amor, acorda. - falei olhando para Arthur que dormia no banco de traz. Ele abriu os olhos devagar. - chegamos querido.

- Na vovó mamãe ? - perguntou ele erguendo a cabeça.

- Sim meu amor, na vovó. - falei tirando meu cinto.

Olhei pelo vidro, e notei que além do meu carro, havia outro estacionado na frente da garagem da casa de meus pais. - deve ser o carro do Dr. Augusto.- pensei, desci do carro e ajudei Arthur a se soltar da cadeirinha, o peguei no colo, tranquei o carro e fomos para frente da casa. Antes que eu tocasse a campainha , a porta foi aberta e minha mãe com um sorriso no rosto me recebeu.

- Filha, meu amor. - os olhos dela se encheram de lágrimas. - que bom que chegou.- ela olhou para Arthur que logo gritou.

- Vovó, você ta cholando? - perguntou olhando para ela.

- Mãe! O quê aconteceu? -dei um abraço nela.

- Entre! - disse nos puxando para dentro. - como você estar meu bebê? - perguntou para Arthur que foi abraçá-la.

- To bem. - disse.

- Arthur querido, vem brincar com a prima vem. - disse minha cunhada que havia aparecido na escada.

- Olá Olivia. - disse olhando para ela em forma de agradecimento. Ela assentiu com a cabeça e logo Arthur corre em direção a ela, e eles saem do meu campo de visão.

- Mãe, vi carro do Dr. Augusto do lado de fora, o quê esta havendo? - disse enquanto andávamos até a sala.

Ao chegarmos na sala vi o Dr. Augusto sentado no sofá com o telefone na mão, parecia está apreensivo fazendo alguns telefonemas.

- Não! Não pode ser em meia hora, tem que ser pra agora... - diz ele falando com alguém do outro lado da linha. -... Preciso que mandem uma ambulância, o paciente não vai aguentar mais um minuto... - ele olha para mim e surpreso por não esperar que nós estivéssemos ouvindo. - Sim, por favor, obrigado. - conclui e finaliza.

- Augusto, o quê eles falaram? - minha mãe pergunta apreensiva, ela se senta com a mão no peito.

- Eles iram vir o mais rápido possível Anne, não se preocupe, estou com você. - ele passa a mão no cabelo e se senta ao lado dela, abraçando envolta do pescoço. - você contou a ela? - perguntou para minha mãe.

- Ainda não. - ela o olha e volta seu olhar para mim. - Alice, pedi que você viesse aqui, pois seu pai passou mal essa madrugada, o Dr. Augusto disse que foi um começo de infarto, e que ele precisa ir urgente para um hospital.

- Sim, eu realizei os procedimentos necessários aqui, mas o melhor a se fazer é dentro de um estabelecimento apropriado. Lá teremos como monitorar o coração do seu pai e o cuidado será maior. - diz ele completando.

- Onde está meu pai? - pergunto.

- No quarto! - diz o Doutor.

Retiro-me da presença deles e subo as escadas na direção do quarto do meu pai. A cada passo, meu coração acelera, percebo que o medo começa a surgir dentro de mim, minhas mãos soam, minha respiração fica ofegante e meus olhos começam a marejar. Paro na frente da porta e respiro fundo, enxugo meus olhos e entro de uma vez. Ao entrar vejo que meu pai está deitado, os olhos fechados, e com cuidado eu chego perto da cama e me ajoelho ao seu lado, seguro uma de suas mãos e apoio o meu rosto em seu peito. - Papai, sou eu Alice. - sussurro baixo. - papai eu estou aqui, aguente só mais um pouco, por favor. - digo e já não suportando mais as lágrimas rolam dos meus olhos. Sinto ele se mexer.

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