Dener
...
- Shiiii... se esconde Dener, eles não podem nos ver. – sussurra Matt, me puxando para traz.
- Por que você fez isso comigo? Depois de tudo que conquistamos juntos! – diz meu pai.
- Eu já te amei, mais agora já não aguento mais viver assim, você sempre tão ganancioso, tão ambicioso, nada está bom para você, sempre quer mais. Eu nunca fui o suficiente, você acha eu não sei do seu caso com aquela sua secretariazinha de merda! – minha mãe diz com repreensão, escutamos um estralo das mãos de meu pai sobre o rosto de minha mãe, vejo a pior cena que uma criança poderia ver.
Meu sangue ferve e logo saio gritando para meu pai soltar ela, Matt vem atrás de mim me segurando, mas dou um rápido empurrão. Estou prestes a abrasar minha mãe, mas logo sinto meu pai me segurando pelos braços. – Me solta! – digo, mas ele não me ouve. Quando menos espero sou jogado no chão, sinto uma forte dor na cabeça e minha visão fica turva, posso ouvir gritos e ver o semblante de alguém que não consigo identificar.
Apenas o nome do meu irmão vem em minha mente. - Matt fica comigo! – são as únicas palavras que consigo pronunciar antes de tudo ficar escuro.
...
Acordo ofegante, os pesadelos estão cada vez mais intensos e as lembranças ainda são frescas na memória. Estou suando e meu corpo está frio, sinto que estou febril então levanto e logo vou ao banheiro tomar um banho quente. Acordei mais cedo que o normal, decido ir para a empresa mais cedo. A água cai sobre mim me causando arrepios, saindo, caminho até o armário, pego um analgésico e não gosto nada do reflexo que tenho de mim no espelho. Meus olhos estão fundos e minha pele pálida, me sinto fraco. Tomo o remédio e saio do banheiro, escolho algo simples para vestir, nada muito elegante.
Saio do quarto, caminho a passos lentos até a escadaria, sinto uma leve tontura me fazendo parar por um segundo, minha visão fica turva. -O que está acontecendo comigo? – me questiono segurando o corrimão. Desço as escadas lentamente, para que ninguém me veja e saio pela porta da frente.
Entro no carro, o trajeto até o escritório é tranquilo, chego antes mesmo de Alice. Já em minha sala, noto que tudo está organizado, os papeis que havia deixado sobre a mesa já não estão mais espalhados, tudo está no lugar e me admiro com a organização do ambiente. Ligo uma de minhas velas para deixar todo o aroma no ambiente. Preparo um café na máquina e me aconchego em minha poltrona. O lugar me traz tranquilidade e paz. Posso ouvir passos no corredor e a movimentação de carros na cidade aumentar.
O tempo passa e logo o silencio se vai, ouso um murmurinho no final do corredor e me levanto para verificar. Ao abrir a porta, vejo Max com as mãos sobre a mesa de Alice, com um olhar nada inocente sobre ela. De alguma forma isso me incomoda, não penso direito e ajo por impulso, o chamando para minha sala. – O que está acontecendo comigo? – refaço a pergunta que mais cedo tinha sido mencionada, só que agora um sentimento de incerteza tinha crescido por um momento dentro de mim.
Max caminha com um sorriso falso, observo que Alice o observa.
- Obrigado amigo por estragar o clima! – diz Max entrando e fechando a porta atrás dele. Não digo uma palavra, apenas volto a me sentar.
- Ei! O que houve Dener, está pálido?! – diz me encarando.
- Não é nada, estou bem! – digo. – O que faz aqui?
- Bom, vim ver meu amigo. Faz tanto tempo que não nos falamos direito que fiquei preocupado. – diz puxando a poltrona e se sentando em seguida.
- Você sabe que depois que mi tornei dono disso aqui, não sobra muito tempo para mim. – Falo sério.
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Caminhos Cruzados Desejos Ocultos
RomantizmSinopse. A vida é a única historia sem esboço, escrita por nos mesmo todos os dias, sem sabermos como e quando será o final. Sabemos apenas dos registros do passado, mais o futuro é uma surpresa. Duas pessoas totalmente diferentes, duas mentes, do...