Sixty four

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Xxx Como prometido no grupo, último do dia! Boa noite! Enjoy xxX

Ludmilla Pov

- Ludmilla, não estou entendendo uma coisa.
- O que você ainda não entendeu, Lucy?
- Você disse que procurou sua médica uma semana antes da Brunna voltar para saber da inseminação. Como está grávida de duas semanas?! Por acaso tem outra criança escondida por ai? – todos me olharam com curiosidade e eu soltei uma gargalhada alta. Bebi um pouco do meu suco e observei Brunna à distância conversando com Brunno, Thor e Pepa.
- Lucy, você fez medicina e me faz uma pergunta dessas?!
- Estou confusa.
- Tudo bem, deixa eu explicar. – me ajeitei na cadeira e todas da mesa viraram a atenção para mim. – Quando Brunna voltou, faltavam duas semanas para que eu fizesse a inseminação. O problema é que nós ficamos tempo demais matando a saudade, se é que me entendem. Quando percebi, o tempo já tinha passado e decidi deixar para depois, seria melhor do que fazer e surpreendê-la. Por isso, no início desse mês, eu finalmente decidi. Acho que já estava na hora e Mariana, minha médica, falou que tomei a decisão certa. Agora estou mais madura com a ideia e a Brunna pareceu aceitar.
- Agora sim eu entendi. Nossa, minha cabeça estava criando milhões de possibilidades.
- Claro, Lucy. Ludmilla com certeza teve uma criança e ninguém percebeu, você fala cada coisa. – Daniella revirou os olhos e a mesa explodiu em uma gargalhada amistosa.
- Olha, eu adoraria ficar aqui e ver vocês tirando sarro com a minha cara, mas tenho que achar minha filha, chamar todos para cantar parabéns e depois expulsá-los, para que eu possa transar a noite toda com minha esposa.
- Nossa, você é direta.
- Exatamente. Preparem-se, em dez minutos quero todos perto da mesa do bolo.
Lucy levantou da mesa e andou em direção à um enorme grupo de crianças brincando perto de um pula-pula inflável. Observei tudo com um sorriso no rosto enquanto ela tentava, inutilmente, retirar Lana de dentro do brinquedo. Nem senti quando Brunna se aproximou de mim e mordeu o lóbulo da minha orelha direita. Meu corpo inteiro tensionou e mordi o lábio inferior, facilmente percebido por ela. Sua risadinha bateu contra meu tímpano e ela sentou do meu lado, abrindo um sorriso malicioso.
- Está toda arrepiada.
- Idiota, você sabe que isso que é culpa sua.
- Pronta pra voltar para a casa da praia?
- Não sei, você está?
- Como não sabe?! – ela franziu o cenho e armou um bico. Soltei uma risada abafada e selei nossos lábios. – Assim você me ganha.
- As coisas mudaram, professora Gonçalves. Espero que não esteja velha.
- Velha?! Vou te provar o quão velha eu sou. – mordi o lábio inferior e a beijei novamente, sentindo meu corpo receber um choque elétrico.
- Desculpa atrapalhar o casal, mas eu quero cantar parabéns para a afilhada de vocês. Podem fazer o favor?!
- Calma, Vives. Estávamos indo.
- Claro que estavam. Indo para um quarto, só se for. Agora levantem e fiquem uma de cada lado. Brunna com a Pepa e, Ludmilla, você fica comigo.
- Que troca de casais agradável.
- Cala a boca, Gonçalves. Anda logo.
Soltamos uma gargalhada em conjunto enquanto acompanhamos Lucy até a mesa do bolo. Várias crianças lutavam para pegar um lugar em frente à mesa, enquanto eu e Brunna nos juntamos à Pepa e Lucy. Por um instante, enquanto olhava para os sorrisos das duas, pensei em como seria depois de ter minha filha. Festas, colégio, reuniões de pais. Era engraçado pensar em como Brunna reagiria a tudo isso, mas não duvidava o quão boa mãe ela seria. Senti seu olhar em mim e lancei um beijo no ar, que ela fingiu pegar e colocar no peito. Éramos nós, estava na hora de acontecer.
- Vocês vão ter a lua de mel antecipada? – Pepa perguntou para Brunna, enquanto comíamos o que tinha sobrado do bolo depois da festa. Todos já tinham ido embora e apenas nós quatro estávamos no quintal.
- Mais ou menos isso.
- Aproveite, depois que a barriga cresce, fica cada vez mais difícil.
- É verdade. Não fizemos muita coisa durante meu período de gravidez, mas você não tem do que reclamar, Fernanda.
- Eu sei, amor. Estou só comentando. – Pepa deu um beijo na testa de Lucy e me senti bem pelas duas. Era esquisito ver uma pessoa que um dia já fui perdidamente apaixonada, bem na minha frente, casada e com duas filhas. A vida nos prega peças.
- Gente, desculpa, mas eu e Ludmilla precisamos ir. Nosso avião sai daqui a duas horas e temos que passar em casa para pegar as malas.
- Seus irmãos já foram?!
- Foram com o carro da Ludmilla.
- Brunna, cadê o Calleb?! – olhei em volta e não tive sinal do meu filhote. Levantei da cadeira e andei pelo quintal, mas não encontrei.
- Calma, Luz. A Lana levou para o quarto dela, deve estar brincando com ele ou dormiu.
- Vou até lá buscá-lo.
Entrei pela cozinha e subi as escadas com calma, não queria fazer muito barulho caso as meninas já estivessem dormindo. Passei novamente em frente à fotografia de Brunna na faculdade e abri um sorriso involuntário, passando a ponta dos dedos em cima da sua imagem. Eu queria fazê-la sorrir daquela maneira por quanto tempo fosse necessário, apesar de Mário dizer que hoje em dia, ela era mais feliz comigo.
Cheguei no quarto de Lana e me escorei na porta, observando a cena dela dormindo abraçada com Calleb. O filhote estava deitado em cima da barriga dela e a respiração de ambos era tranquila. Caminhei até a televisão e desliguei, voltando minha atenção para os dois. Com muito cuidado, retirei Calleb de cima de Lana e a cobri. A pequena virou para o outro lado e dei um beijo em sua cabeça. Mal senti quando alguém chegou por trás e me abraçou pela cintura. Confesso que por muito pouco não soltei um berro, mas ao ouvir a risadinha de Brunna, revirei os olhos.
- Já pegou nosso primogênito?
- Quer me matar do coração, Gonçalves?! Se eu grito, além de acordar a Lana, acordo a Kendall. Só que seria você quem ia se resolver com a Lucy.
- Relaxa, amor. Vamos embora, temos que passar no apartamento para pegar as bagagens e eu tenho que dar algumas informações para os meus irmãos. Não quero que aconteça nenhuma social.
- Tudo bem, vamos logo.
Demoramos meia hora nos despedindo e ouvindo Pepa fazer piadinhas sobre nossa ida à Miami, quase falando sobre a minha viagem com ela até a casa de praia anos atrás. Brunna abriu aquele velho sorriso amarelo, como quem deseja partir a cara de alguém ao meio, mas meus apertões em sua mão a fizeram recuar de qualquer possibilidade. Enrolei Calleb no meu casaco e puxei Brunna para o carro, não queria dar a chance de uma possível discussão acontecer.
Depois de vinte minutos dando instruções para os irmãos e terminando de colocar Calleb na casinha de viagem, eu e Brunna partimos para o aeroporto com pressa. Nosso avião sairia em menos de uma hora e ela parecia estranhamente empolgada, não fiz muitas perguntas, sabia que não conseguiria nenhuma resposta. Quando se trata de segredos, Brunna não mede esforços para não deixar nada escapar. O trânsito em Manhattan parecia estranhamente favorável, era como se tudo estivesse caminhando à nosso favor. Chegamos no aeroporto faltando quinze minutos para o embarque. Despachamos Calleb, as malas e corremos para a fila. Não demoramos muito para alcançar o portão e, por fim, achar nossos assentos no avião. Dei uma última olhada para Brunna enquanto ela ajeitava a bagagem de mão no compartimento superior. Ela estava diferente, parecia mais nova. Podia ser impressão minha, mas acho que essa viagem vai nos render umas boas histórias.
- Ansiosa?
- Um pouco.
- Só um pouco?
- É que eu preciso confessar.. – mordi o lábio inferior e Brunna se mexeu impaciente em seu acento, entrelaçando os dedos para me analisar melhor. – É esquisito voltar naquela casa. Sabe? Mesmo que já tenha ido até lá depois de tudo, me incomoda.
- Tem uma diferença.
- Qual?
- Agora somos noivas e não precisamos nos esconder. – Brunna deu uma piscadinha e selou nossos lábios, roçando seu nariz com o meu. Ela estava certa, não tinha com o que me preocupar, o fantasma de Pepa não atrapalharia as ótimas lembranças que eu tinha com Brunna naquele lugar. As melhores possíveis.
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Confesso que Miami não mudou nada desde que vim aqui pela última vez. Cada palmeira estava no mesmo lugar, assim como os prédios e as mesmas pessoas. Não me sentia mais em casa. Para falar a verdade, onde Brunna estivesse, era a minha casa. Calleb se mexia impaciente no meu colo, tentando pular pela janela e correr pela rua. Fui obrigada a fechar a janela e ouvir Brunna reclamando sete vezes que o filhote estava arranhando o precioso vidro de sua Ferrari.
- Para de fazer esse bico por causa de um vidro, além do mais, já estamos chegando na casa da minha mãe e vamos deixar o Calleb lá.
- Não é isso, só não quero ter que trocar esse vidro agora.
- Brunna, para com isso. É só um vidro.
- É o vidro de uma Ferrari.
- Tanto faz. Para mim, é só um pedaço de vidro como todos os outros.
Passamos os dez minutos restantes sem conversar. Brunna dirigiu apressada pelas ruas de Miami, sua vontade maior era de chegar na casa da minha mãe e entregar Calleb à ela. Só assim para o filhote parar de arranhar qualquer parte daquele maldito carro. Assim que ela estacionou, uma Luane animada correu em nossa direção e arrancou o filhote do meu colo. Minha mãe veio logo atrás, abrindo os braços e me oferecendo um caloroso abraço.
- Mi hija, como está?
- Estou bem, mãe. E você? Tem se cuidado? Não me faça vir de Manhattan às pressas, não vou tolerar que minha mãe tenha um problema cardíaco.
- Acalme-se, Dra. Oliveira, ela é bem cuidada por mim. – Renato, agora atual marido da minha mãe, nos envolveu com seus enormes braços. O cabelo grisalho lhe dava um certo charme e lembrava um pouco o meu pai.
- Olá, Renato. Como estão as coisas?
- Ótimas. Veio passar uma temporada?
- Não, eu e Brunna vamos para a casa da praia. Precisamos de um tempo sozinhas para acertar algumas coisas. Não temos essa oportunidade desde que ela voltou da Grécia. – nesse momento, Brunna se juntou a nós e cumprimentou Renato e minha mãe.
- Você está maravilhosa, Brunna.
- Obrigada, Sil. Você parece mais alegre, mais espontânea. Está fazendo um ótimo trabalho, Renato. – o homem corou e minha mãe também. Dei um tapa no braço de Brunna e ela soltou uma gargalhada gostosa. – Detesto ser estraga prazeres, mas precisamos ir. Não quero pegar a estrada de noite.
- Tudo bem. Façam boa viagem, prometo que vamos cuidar bem do Calleb. Mi hija, passe aqui e fique pelo menos um dia antes de voltar para Manhattan. Por favor.
- Farei o possível, mama.
- Vamos vir, não se preocupe, dona Sil. – Brunna abriu seu charmoso sorriso e deu um abraço apertado na minha mãe e em Renato, correndo de volta para o carro.
- Ela parece ansiosa. Alguma surpresa?
- Não sei, mama. Brunna está elétrica desde que saímos da casa da Lucy em Manhattan. Quase teve uma pequena discussão com Pepa.
- Compreendo. Bom, divirta-se e juízo.
- Te quiero, mama.
- Te quiero, mi hija.
- Cuida dela, Renato. – o homem piscou para mim e abracei os dois. Era ótimo sentir minha mãe por perto, mesmo que por tão pouco tempo. Brunna buzinou três vezes e eu percebi que tinha que ir, antes que ela descesse mais uma vez do carro e me jogasse dentro dele à força. – Credo, Brunna. Nem consegui me despedir direito da minha mãe.
- Fique calma, você vai vê-la de novo. Agora, vamos para casa, quero ficar um pouco a sós com minha noiva.
- O que está aprontando?! – um sorriso malicioso brincou nos lábios dela e eu revirei os olhos com divertimento. Ela arrancou com o carro dali e senti meu coração dar pulos dentro do peito, como se estivesse fazendo uma viagem no tempo.

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