Thirty six

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Xxx Início da Segunda Temporada vou continuar contando como uma sequência, então, é só pra vocês saberem que passamos de fase! Enjoy xxX

Beginning

Ludmilla Pov

Dia 3 de março. Finalmente meu aniversário de 18 anos. Independência, em partes, é claro. Eu ainda morava com minha mãe e ela pagava todas as minhas contas. Depois do ocorrido na escola no ano passado, posso dizer que ficamos ainda mais próximas, éramos confidentes e nada me fazia tão bem quanto isso. Dona Silvana foi promovida e andava de romance com um homem da firma em que trabalhava, acho que agora vai.
Marcos e Coyote estavam mais grudados, se isso fosse possível. Ele conseguiu uma bolsa como jogador no time Miami Hurricanes, representando a University Of Miami. So não tinha como ficar mais orgulhoso, porque além de Coyote realizar um sonho, estaria sob os olhares e cuidados dele, pois também tinha passado para Medicina na UOM. Claro que ele surtou quando eu disse que não tinha enviado uma carta para tentar bolsa na UOM, mas depois de eu explicar o motivo, pareceu entender.
Fernanda Ferreira. Esse nome ainda me dava um certo arrepio. Não pelo que passamos, mas pela certeza de que se um dia nossos caminhos se cruzassem, eu não deixaria algumas ofensas ditas por ela naquela sala da diretoria, esquecidas. Alguns disseram que se casou com a tal Lucy e que não dava mais aulas, outros dizem que ela desistiu do casamento e mudou-se para Londres. Acreditei muito mais na segunda hipótese, ainda mais vindo de uma pessoa como ela.
E finalmente, não menos importante, aliás, a mais importante, Brunna Gonçalves. Nosso namoro estava perfeito. Fim de semana sim, fim de semana não, eu dormia em sua casa, minha mãe já não ligava mais para esse tipo de coisa e até preferia que eu passasse mais tempo com a nora preferida dela. Como se fosse existir outra. Viajávamos sempre, o ar de Miami não fazia tão bem quanto antigamente e nosso espírito aventureiro já tinha nos levado a lugares que eu nunca vira na vida, mas Brunna, como sempre, já sabia de tudo. Me explicava cada detalhe e cada história dos locais por onde passávamos. Certa vez em Roma, quase fomos pegas transando no provador da Armani. Eu morri de vergonha, é claro, mas pensam que Brunna se abalou?! Pelo contrário, por ela, terminaríamos o que começamos, mas o meu bom senso falou mais alto. Nós fizemos isso em diversos locais que seriam fáceis de nos pegar, mas como dizem as más línguas, perigoso é divertido.
O dia de hoje estava ensolarado e o calor era insuportável. Estava deitada na minha cama com o ar condicionado ligado a 16ºC, minhas cobertas formavam um ninho e eu lia um livro novo que Brunna trouxe para mim da sua última viagem. A voz do Ed Sheeran soava baixinha vinda do som e aquele aconchego foi dando um certo sono. Porém, nem tudo são flores e meu celular vibrou enlouquecido em cima da mesa de cabeceira. Já ia xingar os antepassados do infeliz quando vi a foto do visor. Brunna.

Ligação On:

- Parabéns pra você, nesta data querida! Muitas felicidades, muitos anos de vida ao meu lado! – aquela voz rouca cantando e gargalhando no final improvisado, me deu todo o gás para pular da cama.
- Bom dia, meu amor!
- Então, aniversariante, espero que esteja de pé! Vou passar ai em quinze minutos para te dar seus dois presentes.
- Você já é o meu maior presente. – ouvi um risinho fraco, sabia bem qual cara ela estava fazendo.
- Boa tentativa, mas presente trocado não vale. Você me deu presente de natal, eu falei que não precisava, que você era o meu maior presente e você disse que não interessava. Pois hoje falo o mesmo, não interessa.
- Você sempre me convence. Tudo bem, vou me arrumar.
- Te amo. – desligou e eu corri para o banheiro, precisava tomar um banho e colocar uma roupa no mínimo decente, apesar de que Brunna já tinha me visto vestida de qualquer maneira. Sem roupa então, nem dá pra contar.

Ligação off:

Desci as escadas dez minutos depois e fui agarrada por minha mãe. Ela me dava parabéns e chorava emocionada por eu finalmente completar dezoito anos. Coisas de mãe. Sentamos à mesa e tomamos um café que ela fez questão de colocar tudo que eu mais amava. Não demorou muito para que a campainha tocasse. Dona Sil correu na minha frente para atender, mas meu sorriso sumiu ao perceber que era só o carteiro.
- Ai, meu Deus! – minha mãe deu um berro que me fez cuspir metade do suco, veio correndo até mim com as mãos tremendo e me mostrava um envelope da Universidade Columbia em NY. Gelei na mesma hora. Naquele mísero pedaço de papel, estaria minha vaga para um futuro promissor ou um pé na bunda para uma faculdade local.
- Mãe, eu.. não consigo..
- Abre logo, filha!
- Não consigo!
A campainha tocou mais uma vez, porém, não me atrevi a levantar. Estava distraída demais olhando para o envelope da Columbia, sentindo meu cérebro colidir dentro da minha cabeça.
- Bom dia, sogra amada! – aquela voz me fez sair do transe e pulei em seus braços. Brunna estava linda com seu short jeans, coturnos e uma blusa branca larguinha. Acho engraçado que uma mulher de vinte e sete anos como ela, possa parecer uma adolescente nessas roupas. – Bom dia para você também, fedelha.
- Ludmilla, conta pra Brunna o que você acabou de receber pelo correio! – minha mãe dava pulinhos na sala e eu me divertia com a cena. – Conta, conta!
- Calma, mãe! Assim você cai dura! – fiz uma pausa, respirei fundo e encarei aquele par de olhos cor de mel que eu tanto amava. – Recebi uma carta da Columbia.
- Sério?! Meu Deus, isso é ótimo! Por que não abriu ainda?
- Eu.. estou com medo.
- Medo de que?! – Brunna franziu o cenho e pareceu entender assim que eu fitei o chão. – Não se preocupe, faz ideia do quão boas eram suas notas?! Eu tenho certeza que você passou, amor, abre logo.
Aquele sorrisinho tímido dela foi o empurrão que faltava para que eu abrisse o envelope e começasse a ler a carta. A cada letra, cada palavra, meu coração acelerava mais.
"Cara Srta. Oliveira,
O Escritório de Admissão analisou sua solicitação e tem o prazer de lhe oferecer uma vaga na Universidade Columbia no curso de Medicina.."
Eu nem terminei de ler e minha mãe, Brunna e eu, já estávamos gritando pela sala. Mal podia acreditar que consegui vaga na melhor faculdade do país. Precisava contar para Marcos, para Coyote, para o mundo. Brunna me rodava no ar e me dava beijos estalados na bochecha e por todo o meu rosto. Dona Sil chorava e tratou logo de ligar para a família toda afim de contar as novidades. Aproveitando desse ato dela, Brunna me chamou em um canto.
- Coloca essa venda, por favor.
- Pra que? – ela bufou e estendeu a venda mais uma vez. Não fiz mais perguntas e ela amarrou aquele pano preto, tampando minha visão.
- Agora, vem andando, seus dois presentes estão aqui fora.
- Odeio esse mistério todo. – ela me guiou até a varanda, me ajudou a descer os degraus e parou em algo que concluí ser a calçada.
- Tudo bem, curiosa, pode olhar.
Eu não estava acreditando. Uma BMW preta, quase igual a que ela tinha batido um ano atrás. Julguei ser um modelo novo, pois o interior era diferente. Olhei para Brunna que tinha um sorriso vitorioso no rosto e balançava um envelope também, junto com um molho de chaves.
- Vai me explicar agora ou terei que investigar?
- Bom, a BMW é o seu presente de dezoito anos. – abri a boca formando um enorme "o" e ela gargalhou. – Eu queria que você tivesse algo para lembrar de mim quando fosse pra faculdade, e bom.. nada melhor do que um carro quase igual ao que você me fez bater. – dei um tapa em seu braço e ela esfregou o local, fingindo dor. – Mas você não vai precisar desse carro pra matar a saudade de mim.
- Como assim, Brunna?! – ela fitou os pés e balançou o envelope mais uma vez.
- Você não vai precisar do carro porque simplesmente estarei mais perto do que imagina. – aproximou-se de mim e me olhou nos olhos, um arrepio percorreu minha espinha. – Dê um caloroso olá a mais nova professora de anatomia da Universidade Columbia de NY. – estendeu os braços e eu a abracei com toda força que podia usar. – Só que tem mais uma coisa..
- Se quer me infartar, fala de uma vez. – ela riu fraco e dessa vez, balançou o molho de chaves.
- Essas aqui são as chaves do nosso apartamento. Já que estaremos no mesmo campus, por que não dividir o mesmo teto?
Brunna abriu um enorme sorriso e eu selei nossos lábios, iniciando um beijo apaixonado e desesperado. Minha vida estava enfim, perfeita. Caloura do curso de medicina da melhor faculdade do país, teria minha velha "professora" de volta e moraria com ela. Realmente, esse foi e sempre será, o melhor aniversário de todos. Olá, 2015. Olá, Columbia. Olá, Nova York!

Secret Love - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora