Sixty three

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Xxx Vamos as explicações sim? Enjoy xxX

Ludmilla Pov

A freada brusca dada por ela, quase nos rendeu um carro amassado e duas idosas atropeladas. Brunna não me olhava, mas vi seus dedos apertando o volante com tanta força, que já estavam brancos. O silêncio dentro daquele minúsculo espaço estava me sufocando. Alguns carros buzinavam, mas Brunna não mexia um músculo. Tudo bem, agora fiquei realmente preocupada. Tendo em vista de que ela não ia reagir, fiz a única coisa que me veio à cabeça. Sair do carro. Brunna não veio atrás, assim que bati a porta, arrancou dali. Não esperava reação melhor que essa, na verdade, achei que ela fosse começar a berrar. Sabendo que não voltaria, liguei para Mário e pedi que me buscassem em uma loja de produtos para bebês perto da Quinta Avenida.
Entrei no estabelecimento e uma jovem simpática pediu para que eu ficasse à vontade. Passei os olhos pelo lugar e andei até uma prateleira cheia de roupas para recém nascidos. Uma mais fofa que a outra, mas só fez minha angústia aumentar. E se Brunna não aceitasse?! Não casamos ainda, ela pode muito bem largar tudo e virar mochileira, ou voltar para aquela maldita expedição na Grécia. Peguei dois macacões e levei até o caixa, recebendo um sorriso amigável da atendente.
- Está com quantos meses?
- Desculpa?!
- Sua gravidez. Tem quanto tempo?
- Como sabe que estou grávida?!
- Dá para ver no rosto da mulher quando carrega uma outra vida com ela. Fica mais viva, mais bonita. - a atendendo sorriu e eu me permiti sorrir junto. - Então, tem quanto tempo?
- Duas semanas.
- Seu marido deve estar radiante.
- Na verdade, é noiva. E não.. infelizmente, ela não pareceu gostar muito da ideia.
- Como pode ter tanta certeza disso?
- Assim que eu contei, ela não falou nada, não reagiu. Eu sai do carro e ela arrancou, sumindo do meu campo de visão.
- Não se preocupe, ela só está um pouco assustada. Vocês planejaram isso tem muito tempo?
- Bom.. ai que mora o problema. Não planejamos. – a atendente franziu o cenho e arqueou uma das sobrancelhas. É claro, não esperava outra reação. Pelo visto, todo mundo que ouvisse essa história, faria a mesma cara de dúvida e desconfiança.
- Se não planejaram.. como você engravidou?
- Longa história, a questão é que..
- Ludmilla! Finalmente! – ouvi a voz de Mário invadir a loja e olhei pra trás para vê-lo se aproximar com uma cara preocupado. – Sabe quantas lojas de produtos para bebês existem só nesse quarteirão?! Estou rondando isso aqui feito uma louca. Mandei o Thor dar uma volta com o Apolo enquanto isso. Como você está?
- Eu.. não sei.
- Você contou para ela, não foi?
- Contei. – abaixei a cabeça e fitei meus pés. Senti vontade de chorar, não queria perder Brunna mais uma vez por uma burrada minha. Ouvi Mário suspirar e tirar os dois macacões da minha mão. – O que está fazendo?
- Esse não é o lugar apropriado para termos essa conversa. Eu vou pagar esses macacões e iremos até a Starbucks aqui do lado.
- Tudo bem.
Me despedi da jovem atendente e prometi voltar àquela loja para comprar mais algumas coisas, até que ela foi bem simpática. Mário iniciou um sermão insuportável de como eu não deveria falar da minha vida para qualquer pessoa que eu encontrar na rua, algumas não são tão mente aberta como a atendente. Apesar de odiar todo aquele bla bla bla, ele estava certo. Caminhamos até a Starbucks entre a 46ª e 47ª, estava um pouco lotada, mas nada como a desculpa de que temos uma mulher grávida, não resolvesse. Não me imaginava recebendo esse título tão cedo. Era assustador.
Sentamos em uma mesa isolada no segundo andar, tínhamos a vista parcial da Quinta Avenida e da confusão de pessoas consumistas entrando e saindo das lojas com enormes sacolas. Mario não tentou começar uma conversa, na verdade, nem sabíamos por onde começar. Depois que nossos pedidos chegaram, comecei a brincar com a colher enquanto mexia no cappuccino. Ele tomou à frente e pigarreou para que eu o olhasse.
- Como se sente?
- Perdida. – suspirei um pouco derrotada e senti minha visão ficar turva por conta das lágrimas recém formadas.
- Não, Ludmilla. Você não vai chorar dentro da Starbucks e em lugar nenhum. Para já com isso.
- Mas, Mário, ela não vai me perdoar. Você sabe muito bem a irmã que tem.
- Brunna não é tão cabeça dura. – olhei para ele com uma cara de você só pode estar brincando e ele deu de ombros. – Tudo bem, só um pouco. Mas isso não quer dizer que ela vai te abandonar. Vocês são noivas.
- Ai que está o xis da questão, Mar. Nós somos somente noivas. Brunna pode muito bem largar tudo e ir embora, esse é o meu medo.
- Ludmilla, ela te ama.
- Eu sei que ela me ama, Mário, mas já passamos por tantas coisas por causa de ciúme e desconfiança. Sua irmã já terminou comigo algumas vezes por esse motivo. Tem noção do que pode estar passando pela cabeça dela nesse momento?! Eu tenho. Uma provável traição minha enquanto ela estava na Grécia. Isso me dói, Mar. Eu.. – respirei fundo e deixei lágrimas descerem pela minha bochecha, mas tratei de secá-las. – Eu não traí a Brunna, jamais faria isso com ela. Os dois anos que ficamos longe uma da outra, me dediquei inteiramente ao hospital. Se a traí com alguém, foi com aquele lugar. Entende meu desespero?!
- Sim, eu entendo. Mas sofrer por antecipação não vai te levar a lugar nenhum. Deixa a Brunna ficar sozinha um pouco, na casa da Fernanda vocês conversam e tudo vai se resolver. Ludmilla, posso te fazer uma pergunta?
- Claro..
- Onde estava com a cabeça quando inventou de fazer essa maldita inseminação?!
- Ai, Mar..

Secret Love - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora