Pensei alguns minutos enquanto organizava a casa e acendia algumas velas com cheiro de laranja, olhei dentro dos meus armários da cozinha, eu tinha comidas cotidianas, lentilha, arroz, alguns saquinhos de sopa e na geladeira frango e carne picada. Não seria muito apropriado, ajeitei o casaco em meu corpo e desliguei as velas. Assim que abri a porta de casa pensei em pedir algo por telefone mas mesmo assim quis dar uma olhada no supermercado e ver se achava algo apropriado. No caminho, enviei para Mark o meu endereço e numero de apartamento ''111A ....''
Entrei no mercado mais perto, logo virando a esquina, eram 17hrs então eu tinha tempo mas não queria arriscar. Era um mercado novo, cheio de funcionários e tudo muito bem organizado, fazia alguns meses que tinham aberto, para a minha felicidade, do ladinho de casa. Eu normalmente venho aqui uma ou duas vezes por semana, eles tem uma sessão de frutas e legumes enorme, e minhas refeições são baseadas justamente nisso, nada como uma boa fruta fresca ou uma refeição com um legume fresquinho.
Na sessão de congelados, ao lado do açougue, não tinha quase nada interessante, e não daria tempo de descongelar nada, então segui para a sessão de carnes e comprei 1kg de filé, grosso e quase sem nada de gordura, por mais que fosse uma parte muito importante para o sabor da carne, mas não acreditei que Mark Darcy seguiria uma dieta de gordura ou comida frita, não com aquele corpo magro, alto e com certeza com uma rotina de exercícios, além do mais, a pele dele brilhava.
Arroz eu tinha em casa, então peguei apenas algumas batatas na sessão da feira e voltei para casa as pressas, estava frio demais, o vento batia no meu rosto e doía como se estivessem jogando navalhas contra mim, puxei minha manta por cima da minha boca e meu nariz e respirei ar quente embaixo do tecido quentinho.
Entrei em casa e larguei as compras em cima da mesa redonda e não muito grande ao lado da janela, que tinha uma vista para a cidade que eu amava, acho que já mencionei isso antes. Iniciei os preparos colocando a carne em uma bacia e temperando, apenas pimenta, sal, azeite e alho. Piquei as batatas em pedaços redondos ao redor de uma forma envolta de papel laminado e salpiquei com sal e orégano, coloquei a carne no meio e tudo foi ao forno. Eu estava orgulhosa de mim mesmo, e meu estômago roncava, fazia tempo que eu não comia algo que leva mais de 10 minutos para preparar.
Procurei uma garrafa de vinho que eu tinha pelas prateleiras adentro, logo após encontra-la, a posicionei sobre a mesa e agarrei meu saca-rolhas antigo que eu guardava em uma cestinha pequena no balcão, ao lado do telefone, junto com chaves, carregadores velhos e fones de ouvido. E em uma tentativa falhada, acabei arrancando metade da rolhas criando um furo no meio que parecia já estar no vinho, de maneira alguma iria ter sucesso.
– Que ótimo.. - suspirei antes de pegar uma faca de serrinha e enfiar na rolha com toda delicadeza que eu poderia ter. E novamente, nada. Senti a faca voltar em direção a cima e grunhi de frustração, antes de ouvir o belo som e batidas em minha porta, ótimo.
Abri a porta e sorri ao ver o rosto de Mark, vestindo um casacão grosso de um tecido que parecia ser muito macio, o casaco ia até os seus joelhos de comprimento e por baixo, vestia uma camisa preta acompanhando lindamente uma manta azul que protegia o peito e seu pescoço. Acho que já molhei essa manta antes.
– Então o cheiro era daqui mesmo.. - falou olhando por cima da minha cabeça, nossa altura era significantemente distinta. Não que eu fosse um anão, mas meus 1,70 aos seus 1,90 e poucos, sim, parecia que eu era bem baixinha. Enquanto me perdia nos meus pensamentos, sem nem mesmo me preocupar em deixá-lo entrar ou dizer um simples ''olá'', lembrei da carne no forno e sai correndo as pressas, deixando a porta aberta gritando para ele entrar.
Coloquei minhas luvas térmicas e retirei a carne do forno. Em. Tempo. Soltei um assopro de alívio e coloquei a carne em cima da pedra negra do balcão da cozinha. Tirei as luvas e senti Mark me olhando, virei rápido o rosto e sorri o maior que pude enquanto ele fechava a porta.
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Direito de Amar
RomanceTudo começou quando não conseguia mais tirar você da minha cabeça. O dia todo era sua imagem que sempre aparecia em minha mente. Mas por quê? Não sabia se era apenas desejo, uma atração, um fascínio momentâneo ou algo mais. Apenas sei que penso em v...