Morgana sempre teve a certeza de que conseguiria passar por coisas ruins, mesmo que precisasse deixar a tristeza tomar conta do seu ser por algum tempo.
Só que perder a floricultura? Aquela que sua mãe se esforçou tanto para conseguir e cuidar com t...
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❁ೃ Narração 🅒hris • Toronto, Canadá| Roselade
Não que eu não quisesse ver o pai da Morgana, e na verdade, queria sim conhecer a sua família se ela me apresentasse algum dia.
Mas o problema é o seu irmão. Eu tratei sobre a compra da floricultura com ele, e logicamente Benjamin se lembrava de mim. Não seria uma boa ideia se Morgana descobrisse isso agora. Muito menos por alguém que não fosse eu.
Ainda não achei um modo de conversar com ela sobre isso. Porque todas as vezes que toquei no assunto, Morgana parecia magoada com a venda e com o comprador desconhecido. Ainda mais pelo espaço estar vazio.
— Eu admito, você cozinha muito bem. — Morgana soltou um suspiro, colocando os garfos ao lado do prato.
Nunca tinha feito muita coisa sem carne, mas preparei um tofu frito recomendado pela Christina, e que por sorte deu super certo.
— É a primeira vez que faço esse prato. — fui sincero.
— Cara, você está de parabéns. — sorri de lado. Era impossível não querer sorrir com ela por perto. Tudo na Morgana me dava ânimo e vontade de ficar com os dentes á mostra. — Qual molho usou?
— Teriyaki. — murmurei, colocando os cotovelos na mesa.
— Bom saber, vou fazer em casa. — alternei meu olhar entre seu rosto e seus ombros. Morgana ficava linda sem uma roupa de frio.
Minha mãe adoraria o jeito dela, e ainda mais o fato de Morgana ser tão dócil com as pessoas. Sarah adorava isso. E Morgana também adorava conversar. As duas conversariam sem parar um segundo.
— Chris? — senti a mão dela me tocar. — Vou recolher os pratos. — confirmei com a cabeça, levantando da mesa.
— Só não lave, depois eu cuido disso. — Morgana estreitou os olhos para mim. Mas não disse nada. Talvez ela também quisesse passar mais tempo comigo.
Segurei sua mão e segui para o jardim. O tempo estava gelado e eu tinha certeza que daqui alguns dias iria nevar de novo.
— Está com muito frio? — ela negou com a cabeça. — Ótimo, porque vamo passar o resto da noite assim. — pisei no gramado, onde havia estendido um lençol.
Eu adorava ver as estrelas, na verdade adorava admirar a natureza sempre que podia. Na maioria das vezes, isso me trazia inspiração para compor.
— Chris... eu adorei. — ela sussurrou, os olhos brilhantes na minha direção.
Nós nos deitamos, sua cabeça apoiada no meu peito. Não precisava de palavras, o silêncio era agradável naquele momento. Simplesmente a presença dela me trazia calmaria e de alguma forma sentia que transmitia isso para Morgana também.
