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❁ೃ Narração ℳorgana• Toronto, Canadá| Rosedale

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❁ೃ Narração ℳorgana
• Toronto, Canadá| Rosedale


Não sabia ao certo o que passou pela minha cabeça quando Christopher falou comigo na hora do almoço. Mas ficou bem claro que o desespero ganhou pontos quando respondi qualquer coisa para sair daquela situação.

Eu não estava preparada para falar com ele naquela hora, fui pega desprevenida e não sabia agir com a razão quando isso acontecia. Merda, não sabia agir com a razão nem quando me preparava horas para falar. As palavras simplesmente sumiam da minha boca.

Porém eu estava aqui. A rua de Christopher era bem iluminada a noite e as casas ficavam bem maiores quando se observava da calçada.

Não quis pedir para Benjamin me trazer, não queria contar pra ninguém onde estava indo, então peguei um metrô.

Não sabia ao certo o que aconteceria hoje, mesmo com o pensamento fixo em uma decisão, tudo podia acontecer depois que eu entrasse por aquela porta.

“Vou resolver um problema”, foi o que eu disse ao meu pai,  aproveitando que Benjamin estava no banho para não responder as suas indagações.

Atravessei o corredor que ia até a porta do Christopher, tentando não recear antes de bater na mesma.

Segundos depois, a porta foi aberta.

— Oi. — ele disse alguns instantes depois.

— Oi. — murmurei, sentindo o ar quente vindo da sua casa. Aqui fora fazia muito frio.

— Pode entrar. — Chris deu espaço, visivelmente atrapalhado.

Era bom saber que eu não era a única nervosa hoje.

Ele estava com uma blusa azul, fina para o tempo,  com as mangas arregassadas até os cotovelos.

Senti meu corpo esquentando quando passei pelo corredor e esperei Chris tomar a frente até a sala.

Eu não estava tão a vontade quanto nos outros dias, e pelo jeito que os olhos dele ficaram opacos quando me viu encolhida no canto, Christopher percebeu.

— Me dê seu casaco. — ele murmurou, não desviando os olhos dos meus, mesmo eu tentando a todo custo evitar contato visual.

Eu só queria sair daqui, pegar o metrô e me esconder debaixo das cobertas quando chegasse em casa.

Eu podia ser uma mulher fisicamente, mas minhas ações refletiam a criança Morgana, aquela que chorava dormindo quando a mãe se foi. Uma menininha amedrontada, tentando se proteger de qualquer sentimento ruim.

Não estava preparada para ter isso.

— Vem. — Chris esticou a mão na minha direção, um gesto involuntário já que ele voltou a colocá-la no bolso rapidamente, seguindo até a sala.

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