Morgana sempre teve a certeza de que conseguiria passar por coisas ruins, mesmo que precisasse deixar a tristeza tomar conta do seu ser por algum tempo.
Só que perder a floricultura? Aquela que sua mãe se esforçou tanto para conseguir e cuidar com t...
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❁ೃ Narração ℳorgana • Toronto, Canadá| Rosedale
Soltei um suspiro, terminando de colocar o casaco. Eu estava tentando não sorrir tanto hoje, mas era quase impossível quando eu lembrava do homem no andar debaixo.
Christopher precisou me acordar de manhã, já que pelo jeito o irmão da bela adormecida não parou de ligar para ela um minuto.
— Por que está sorrindo, tia? — reprimi mais um sorriso quando Hope perguntou.
Não gostava de mentir para a minha sobrinha, mas não era a melhor opção dizer que estava pensando no beijo que dei no seu professor e no fato de estar nas nuvens por isso.
— Nada. A tia só dormiu bem. — murmurei, terminando de esticar a colcha.
Senti as borboletas na minha barriga quando descemos as escadas. O cheiro chegava no andar de cima e por isso não foi muito difícil descobrir o que ele estava fazendo: torradas.
— Bom dia, professor Christopher. — Hope pareceu meio acanhada quando ele a olhou, abrindo os braços para receber o seu abraço.
— Aqui eu sou só Chris, ok? — ela assentiu.
Segurei a respiração instantaneamente quando seus olhos cruzaram com os meus, me fazendo se perder na imensidão do azul.
— Bom dia, Morgana. Dormiu bem?
Melhor do que imagina.
— Sim, obrigada por ter nos deixado ficar aqui hoje. — apertei uma mão na outra, sabendo que eu estava vermelha de vergonha.
— Foi a melhor decisão que tomei ontem. — Christopher murmurou baixo e sorriu de lado, voltando a mexer nas torradas.
Era estranho tomar café da manhã de frente para ele depois do que aconteceu. Talvez eu parecesse uma garotinha boba de filmes clichês, mas sentia uma sensação inibriante todas as vezes que olhava para ele ou lembrava de como foi bom sentir seus lábios nos meus, mas não podia negar o receio que sentia agora. E se para ele não passou de um beijo momentâneo? E se Christopher estivesse acostumado a ficar com garotas sem nenhum tipo de apego emocional?
Levantei da mesa quando Benjamin ligou novamente, perguntando se meu amigo realmente iria nos levar e se Hope estava bem, reforçando que o quanto mais rápido nós chegássemos, melhor seria. Quase revirei os olhos, mas me contentei em aceitar.
— Você já pode nos levar? — perguntei quando terminei de recolher as coisas da mesa, escorando no balcão atrás de mim.
— Posso sim.
— Vou buscar meu casaco, tia. — Hope disse, antes de sumir pela escada a cima.
Encarei Christopher novamente, quase derretendo quando vi o brilho do seus olhos mudarem.
