Morgana sempre teve a certeza de que conseguiria passar por coisas ruins, mesmo que precisasse deixar a tristeza tomar conta do seu ser por algum tempo.
Só que perder a floricultura? Aquela que sua mãe se esforçou tanto para conseguir e cuidar com t...
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❁ೃ Narração 🅒hris • Toronto, Canadá| The York School
Retribui o aceno para Morgana quando a vi passar pela porta da minha sala, soltando um suspiro e negando com a cabeça lentamente.
Fazia uma semana desde a nossa última conversa, e desde então nossos "contatos" não passavam de cumprimentos pelos corredores.
Eu não conseguia conter minha frustração todas as vezes que a vi na sala dos professores ou indo embora de metrô, até tentei chamá-la para ir comigo no carro, mas ela recusou os convites com toda a convicção, me olhando com aquela expressão de "preciso de tempo".
Éramos pra sermos amigos, mas ao mesmo tempo entendia porque ela queria manter essa distância.
Tudo o que eu fiz resultou nisso, e tive sorte dela não querer sumir da minha vida, como provavelmente qualquer outra pessoa faria.
O horário de almoço havia começado a alguns minutos, mas eu não estava com fome para ir até algum restaurante, muito menos afim de ficar aqui na escola.
As únicas vezes que precisei ir até a biblioteca, tive a péssima visão de Beau conversando com Morgana, ou os dois rindo de algo que os alunos fizeram.
"Ouviu essa, Evans?" é o que ele soltava sempre, fazendo Morgana recuar um pouco.
Mas ela podia ficar tranquila, eu não tinha a mínima vontade de participar das conversas dos dois.
Meu foco era manter minha saniedade e conter o ciúmes.
Nós não tínhamos nada.
Ela pediu um tempo.
Fazer ceninha não era o mais propício agora.
Bufei, pegando minhas coisas e saindo da escola.
Não queria passar na sala dos professores e ver os dois conversando, como provavelmente estariam fazendo.
Meu sangue fervia só de pensar, e aguentar mais os olhares dos outros professores era algo que eu não precisava.
Estacionei o carro na frente daquelas portas, demorando alguns segundos para sair e entrar por elas.
Olhei em volta, o ambiente completamente vazio. Esse lugar foi uma floricultura e eu não fazia a menor ideia do porquê tinha comprado.
Mas todas as vezes que minha mente voltava no passado, eu me via perdido - em partes como estou agora - procurando alguma razão, sentia que esse lugar pudesse ser uma chance de recomeçar. De achar o meu eu novamente.
