❁ೃ Narração ℳorgana
• Toronto, Canadá| Liberty VillageEu não tinha muita opção quanto a trabalhar hoje. Christopher não estaria lá, e eu agradeci aos céus por isso. Minha cabeça estava girando em torno de várias coisas.
Era uma idiota por sair correndo? Sim.
Pareci uma menina de 10 anos mimada? Sim.Mas nunca tive um relacionamento pra saber como agir. Naquela hora eu só pensava em todas as opções que Christopher pudesse ter quando omitiu as coisas de mim.
Balancei a cabeça, tentando me concentrar no batom que passava. Eu não estava animada nem para levantar da cama, muito menos me arrumar, só que a Morgana de 25 anos tinha responsabilidades e precisava aprender a pensar dessa forma. Em todas as partes da vida dela.
Benjamin estava inquieto quando saí do quarto, e soltou um suspiro longo quando me olhou.
Não sabia o que meu irmão estava pensando, e tentei não descobrir nisso também.
Hope brincava com a sua boneca antes de me ver, e o sorriso que me lançou quando me aproximei foi o bastante para acalmar um pouco o meu coração.
Arrumei ela na cadeirinha do carro. Benjamin ainda não falou nada e esses momentos pareciam os mais angustiantes. O silêncio podia ser uma tortura quando queria, mas não precisava de mais alguém enchendo a minha cabeça e esperava que ele não fizesse isso.
— Morgana? — engoli em seco. Ora! Era só pensar que o contrário acontecia. Olhei para meu irmão, torcendo mentalmente para que não tocasse no assunto. —Precisei contar para o pai o que aconteceu. — arregalei os olhos.
— Mas por...
— Espera. — ele levantou a mão para mim, pedindo silêncio. — Eu posso estar puto de raiva e você também, mas você sabe como Bernardo sabe mexer com a nossa mente quando quer. — suas mãos apertaram o volante.
Sim, Bernardo sabia como entrar na nossa cabeça. Para a nossa sorte, meu pai sempre foi um homem de senso, que sabe o que falar e nunca errou nas palavras quando tratou dos nossos assuntos pessoais.
Não me espantaria se ele dissesse para me afastar de Christopher. Aquela floricultura era tudo para ele tamb...
— Ele disse que foi totalmente ridículo o que fizemos. — entreabri a boca. E se antes meus olhos estavam arregalados, agora as orbes quase caíam para fora. — Me repreendeu, dizendo que coloquei lenha na fogueira e que você precisa aprender a conversar. — olhei para a janela, tentando digerir as palavras. — Não queria dizer isso, mas ele murmurou que você herdou muitas coisas da mamãe, menos a compreensão.
Isso bastou para que eu quisesse chorar de novo. Funguei, expremendo os olhos para que as lágrimas não caíssem. Estava de rimel, droga! Não podia chorar.
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Sob as Estrelas ☆ೃ
Literatura FemininaMorgana sempre teve a certeza de que conseguiria passar por coisas ruins, mesmo que precisasse deixar a tristeza tomar conta do seu ser por algum tempo. Só que perder a floricultura? Aquela que sua mãe se esforçou tanto para conseguir e cuidar com t...