Manhã surpreendente.

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Katrina

A musica lenta vinda de meu celular, tocava sobre a pia do banheiro enquanto sentia a água quente caindo sobre meus cabelos,o que me fazia relaxar,de olhos fechados enquanto mantinha as mãos ao lado do corpo,deixo que meus pensamentos envadam minha manhã relaxante trazendo consigo,a minha conversa com meus pais  a uma semana atrás.

Quando se tem pais que se encaixam no padrão super protetores e que as vezes esquecem que a hora do filho seguir seus próprios caminhos havia chegado,a  cada segundo de sua existência se torna frustrante e sufocante. Meus pais eram e são assim,desde que entrei na faculdade de administração,papai vive pegando em meu pé de uma forma que irrita, suas ligações em plena cinco da manhã para me despertar e garantir que eu não vá me atrasar para meus afazeres e faculdade, acabam me estressando no momento onde deveria ser os mais calmos possíveis - por sorte as vezes consigo ter minha mãe para intervir nessa forma controladora de meu pai.

Desligando o chuveiro,pego uma das toalhas que havia posto sobre a pia e me enrolo saindo do banheiro que estava abafado pelo ar quentes devidos a água que tinha sido fechada a poucos segundos.

Ao me vestir em uma roupa onde poderia ser usada tanto na faculdade como em meu local de trabalho,saio do quarto encontrando a pequena casa onde dividia com duas amigas - Carla e Jaqueline - silenciosa e vazia. Olhando para meu relógio em meu pulso, deduzo que ambas devem estar no campos da faculdade com seus namorados.

Por mais que sempre chegasse atrasada na faculdade, conseguia repor as aulas perdidas e as vezes conseguia pegar mais algumas em meus dias de folga. Como faço administração,havia conseguido um emprego na empresa de um amigo de meus pais,onde também estarei empregada como estagiária no próximo ano.

Quando resolvi sair de casa para fazer faculdade, estava com meus dezessete anos e por não consegui bancar um aluguel sozinha e ter que pagar as contas do final do mês,tais como, água, luz,as compras e entre outras, acabei chamando as meninas para morarem comigo e dividirmos as contas. Durante os primeiros meses, tudo ocorreu tudo como o combinado, porém de uns meses até hoje, Carla e Jaqueline andam se demonstrando pessoas diferentes das que conheci a três anos atrás,as garotas que viviam ao meu lado para tudo e independente do que fosse, não existiam mais. Ambas andam quebrando as regras estabelecidas e o que me prejudica, é o fato delas estarem faltando com o acordo,o que era gasto com as responsabilidades dessa casa, estavam sendo gastos em festas e baladas onde Henrique e Juliano (namorado de ambas) as levavam dizendo que precisavam relaxar após um dia corrido.

Ao ouvir meu celular tocar pela milésima vez,pego meus pertences junto as chaves de meu carro - que papai havia me dado após ter tirado a carteira de habilitação - e as chaves da casa sobre o pequeno sofá na sala de estar. Com o celular no bolso e a pequena mochila nos ombros,abro a porta da minha casa tomando um enorme susto que não demorou ser substituído por estar surpresa.

Deixando minhas coisas no chão perto da porta, me abaixo na direção do pequeno bebê conforto encontrando um bebê dormindo tranquilamente. Suas mãozinhas tão pequenas sem ter a intenção,cobriam suas bochechas rosadas,um touca na cor azul cobria sua cabecinha delicada,uma manta também azul clarinha cobria seu pequeno corpinho. Observando detalhadamente cada parte daquele bebê, foi fácil deduzir que ele não tinha mais que um mês de vida.

Ao vê-lo acordar e fazer menção de chorar,o pego no colo cuidadosamente o ninando para que voltasse a dormir novamente. Descendo oss degraus da pequena escada,olho para os dois lado(esquerdo e direito) da rua na intenção de avistar alguém que possa tê-lo deixado em minha porta, porém não consigo ver ninguém.

Vendo que agora teria algo a mais para resolver em minha vida,volto para dentro de casa pegando o bebê conforto na porta de entrada. Ao soltar um respiração pesada e frustrante, permaneço com o bebê em meus braços enquanto penso em uma solução para esse caso.

Sem fazer menção de tirá-lo do meu colo,pego o celular em meu bolso discando o número de Carla, porém a ligação nem chegou a ser completada, na tentativa de ligar para Jaqueline, me sento sobre meu sofá.

Observando o bebê em meus braços enquanto aguardo que minha colega atenda a ligação, acaricio seu pequeno rostinho cuidadosamente como se quisesse sentir e guardar cada contraste daquele ser frágil e lindo em meus braços. A um ano atrás, tive a surpresa de descobrir uma gravidez que não esperava, confesso que ver meu ex namorado sair pela porta dessa casa alegando não querer saber do filho,me feriu de uma forma desconhecida por mim,mas o que realmente me destruiu, foi saber que uma semana depois do ocorrido,o pequeno bebê de dois meses que crescia em minha barriga,havia morrido devido um aborto espontâneo sofrido. Meus pais e as meninas que moram comigo ficaram sabendo apenas quando foram me buscar no hospital.

A forma fria e irritada que meus pais me trataram ao saber que estava grávida,me fez ver que o mais importante para ambos,era uma filha formada e bem de vida, que a felicidade não era seu maior foco para mim. Ficamos meses sem contato porem no fim do ano passado, reatamos nosso relacionamento de pais e filha.

Sem ter como outra solução, peguei apenas meus documentos e as chaves do meu carro junto ao bebê conforto saindo de casa. Levaria esse bebê até a delegacia e informaria o ocorrido,mesmo não tendo ninguém como testemunha de que eram esses os reais fatos, não poderia ficar com esse garotinho en minha casa.

(...)

Sentada na sala do delegado, pude perceber que o garotinho em meu colo deveria estar com fome,pois a forma fofa em que se meche me fez deduzir isso.

  ____ O senhor se importa se eu fosse até o mercado? Esse garotinho está com fome...____ me olhando admirada pela forma que me dirigia ao bebê,o delegado nega me dando um pequeno sorriso.

O conhecia desde que me mudei para essa cidade, Nicolas era um homem de quase cinquenta anos,porem seu físico e aparência não demonstrava idade. Casado com Marcia,ambos tiveram dois filhos que frequentam a mesma faculdade que eu e consequentemente fazem o mesmo curso.

Deixando o bebê com um dos policiais que entraram em contato com a agente social, saio da delegacia quase que correndo até o mercado mais próximo, o que me rendeu uma boa caminhada....

um bebê em minha vida[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora