CAPÍTULO 14

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Chego em casa extremamente abalada com isso, entro no apê e Murilo estava sentado na sala, mexendo em algo no computador, ele vira a cabeça pra me olhar e eu ainda chorava-
MURILO: Ca?- Ele se levanta rápido e caminha na minha direção rapidamente- O que houve? Fizeram alguma coisa contigo?
CATARINA: É melhor você perguntar o que  não fizeram comigo!- Falo aos prantos e ele me abraça rapidamente-
MURILO: O que aconteceu?
CATARINA: Eu fui vítima de racismo, Murilo! A mulher achou que eu não teria dinheiro suficiente para pagar pelo vestido somente pela minha cor de pele! Eu estou me sentindo um lixo!- Conto a história de uma vez e sem parar de chorar e me solto dele para enxugar as lágrimas-
MURILO: Calma, Ca. Podemos ir lá resolver isso, quer denunciar? Fazer alguma coisa?- Fala preocupado-
CATARINA: Não! A única coisa que eu quero é nunca mais voltar naquele lugar e tentar esquecer daquilo. Mesmo que ela respondesse processo, a pessoa mais prejudicada nisso tudo sou eu mesma!- Tento me acalmar e colocar na cabeça a idéia que não havia nada de errado comigo. Eu convivo com isso desde sempre,  mas nunca parava de doer, cada cado era uma ferida aberta e incurada. Depois de um tempo assimilando tudo, já estava quase na hora de me arrumar para a inauguração e assim eu fui fazer. Deixei um pouco esse caso de lado e fui cuidar de mim, era quem mais merecia cuidado nesse momento. Tomo mais um banho, dessa vez pra relaxar e lavar essa manhã tão negativa. Saio do banheiro e Murilo entra para o banho, nem se quer tinha mostrado meu vestido pra ele ainda, queria fazer uma surpresa. Então enrolo, fazendo primeiro o meu cabelo e maquiagem. Poderia ir em um salão, mas nunca fui fã dessas coisas.

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