CAPÍTULO 22

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Bruna e minha profissão eram os únicos motivos pelos quais eu ainda me sentia vivo. Tudo era por ela desde que nossos pais nos deixaram e desde que minha namorada me deixou. Só ela me restou, e mesmo tão longe, ela era a única pessoa que me fazia bem de fato. Encontar com a Catarina me despertou algo tão novo, inédito na minha vida. Acabo desligando epois de um tempinho e vou dormir sem colocar uma gota de álcool na minha boca, era o primeiro dia, depois de muitos, que eu não havia ingerido nada de álcool.
👩🏾CATARINA👩🏾
- Eu não sabia o que era mais intediante/ irritante, estar ao lado do Murilo com aquele sorriso falso nos lábios e como se estivéssemos bem, ou estar esse tempo todo com um salto apertando os meus pés para manter a pose. Depois de horas e mais horas, vamos embora, ele nem se quer abre a porta do carro pra mim, como sempre fazia. Concluo que ele estava bravo com a minha postura no começo da inauguração, mas não me importo muito, o que mais tinha me chamado atenção em meio aquela multidão era aquele moço que havia nos cumprimentado. Ninguém havia perguntado se eu era mulher do Murilo, até porque isso era meio óbvio, mas ele perguntou. Ele olhou em meus olhos como nem uma das outras pessoas, era estranho, mas bom... Assim que entro no carro, tiro meu salto e relaxo meus pés, estava cansada demais com eles me apertando há muito tempo. Murilo fica em silêncio, nem liga o rádio baixo para quebrar o clima e isso me deixa ainda mais agoniada. Coloco o cinto, ele faz o mesmo e saímos com o carro para casa. O silêncio dele me incomoda e eu fico buscando coragem para perguntar o motivo.

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