CAPÍTULO 29

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CATARINA: Eu não quero ser um estorvo pra você, me deixa te ajudar com as finanças?- Falo já com um nó na garganta, uma vontade de chorar e uma vergonha tão grande que eu não conseguia olhar no olho dele.-
MURILO: Como você quer fazer isso, Catarina? Você não conhece nada dessa cidade, não pode sair sem mim por aí e achar que vai desbravar o mundo, mulher minha tem que ficar dentro de casa, eu trabalho pra isso!- Ele fala de uma vez e meu coração se aperta, minha intenção inicial era realmente trabalhar fora, mas desvio um pouco o rumo do assunto para que eu consiga ao menos sair um pouco de casa.-
CATARINA: E se eu trabalhar no mercado?- Olho ele mordendo o canto da boca-
MURILO: Você não precisa disso, Catarina!- Ele fala cruzando os braços-
CATARINA: Eu sei que eu não preciso! Você me da de um tudo e eu sou grata por isso, mas eu quero me sentir útil, Murilo! Eu quero me sentir viva! Não precisa me pagar como os outros, pode me pagar menos! Só não me deixa enfurnada aqui, eu não quero ficar nessa casa mofando e sem fazer nada além de limpar e cozinhar- Falo com um pingo de coragem que ainda me restava, ele me olhava com raiva e eu prendia o choro, no final ele sabia que isso poderia até ser benéfico pra ele, visando que ele não precisaria me pagar tanto quanto os outros. Ele respira fundo, passa a mão pelo rosto e continua me olhando-
MURILO: Se arruma! Você vai pro mercado comigo!- Fala da forma mais seca possível-
CATARINA: Jura?- Arregalo os olhos hiper empolgada-
MURILO: Anda logo, eu não tenho tempo para os teus charmes!-

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