CAPÍTULO 65

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- Escuto quando ele desliga o chuveiro e eu fecho os olhos pedindo aos céus para que ele não viesse falar e nem tão pouco fazer nada comigo. Pego meu celular e disco o número da minha mãe, estava prestes à pedir pra ir embora quando ele adentrou a sala, me encarando-
MURILO: Volta pro quarto!- Ele fala com um tom autoritário-
CATARINA: Não, eu vou ficar aqui! E me deixa em paz, vai deitar, fica com a cama! E me deixa aqui, eu só te peço isso!- Falo olhando o celular-
MURILO:  Presta atenção no que eu estou falando, Catarina!- Ele fala alto-
CATARINA: Me deixa quieta, pelo amor de Deus!- Falo fungando- Eu só tô te pedindo isso, não é nada demais...- Falo enxugando as lágrimas, que não paravam de cair-
MURILO: Tá certo, mas isso não vai ficar assim, viu?- Ele aponta pra mim, me ameaçando- Não vai mesmo! Dorme aí, no frio!- Apenas assenti com a cabeça e ele se retirou, batendo a porta mais uma vez e trancando a mesma. Isso me amedronta, me dói, me faz sentir culpa. Abraço meus próprios joelho com muita dor no peito e deixo o choro sair sem cessar, estava cansada, dolorida, com medo! Eu já não tinha nem coragem de ligar para a minha mãe, com certeza ela ficaria desesperada e não era essa a minha intenção, eu tinha que arrumar ajuda de alguém sem causar alarde. Aliás, eu precisava me curar sozinha, eu quem entrei nisso e eu quem devo sair sozinha também... Mordo o lábio com muita vontade de mandar mensagem para o Luan ou pra Noemi, mas me controlo, ninguém tem culpa dos meus problemas e eu vou passar por isso tudo sozinha.

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