Yana e Marco conhecem-se na universidade de Lisboa, ambos cursando arquitectura, tornam-se muito amigos com o passar do tempo e descobrem que têm muito em comum e dessa amizade surge o amor.
Se será tudo perfeito? Só o tempo dirá.
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Dispenso apresentações, mas é necessário, sou Yana Dias, tenho 21 anos e estou no quarto ano da minha formação, ou seja, logo irei receber o meu canudo. Sempre fui apaixonada por arquitectura, lembro-me de ter apenas dez anos e dizer ao meu pai que seria uma grande arquitecta como a minha mãe, sempre admirei o seu trabalho e a sua força.
Hoje eu sou o orgulho dos meus pais , uma filha exemplar, dedicada, apaixonada pelo que faz, solteira e sonhando com um casamento tradicional e lindo, virgem, sim sou virgem aos 21 anos de idade, não por escolha, mas porque não encontrei a pessoa certa para me entregar, penso que se tiver que acontecer, deve ser especial, inesquecível no bom sentido e jamais em vão.
A esta altura Portugal se tornou o meu país de paixão, vim para cá aos 15 anos de idade e não conseguia encontrar o sentido de nos mudarmos de Londres para Lisboa, mas o tempo me mostrou que qualquer canto do mundo pode se tornar especial se encontrarmos conforto nele e hoje sou feliz, pelo menos uma metade de mim é feliz.
Terminei de arrumar as minhas coisas por cima da carteira e o professor anunciou o fim de mais uma aula maravilhosa, peguei a minha mochila e a maqueta, com bastante cuidado fui descendo as escadas e no meio do corredor vi a Lura, minha amiga há quase três anos.
_ Lura! _ Gritei e ela se virou_ Preciso da sua ajuda! _ Falei assim que ela se aproxima.
_ Como foi? Ele gostou? _ Perguntou agarrando a maqueta pelas extremidades esquerda e eu pela direita.
_ A mim parece que ele gostou bastante, apenas me fez lembrar da minha assinatura no projecto! _ Falei e ela pulou feliz.
_ Aposto que a tua maqueta será escolhida para representar na formatura! _ Falou e eu ri.
Chegámos no parque de estacionamento da universidade e eu abri o meu carro colocando a maqueta dentro do mesmo, fechei as portas e voltei a olhar para a Lura que sorriu para mim olhando no horizonte.
_ O que foi? _ Perguntei seguindo o seu olhar.
_ Parece que ele está a olhar para ti! _ Falou se referindo ao rapaz no fundo olhando em nossa direção.
_ Quem é ele? _ Pergunto já esperando um relatório pois a Lura conhece todo mundo, todo mundo mesmo.
_ Marco Prata, 22 anos, quarto ano de arquitectura, inteligente, 1,78 metros de altura, faz sucesso entre as mulheres da sua turma, passatempos: Leituras, música e treinos ! _ Falou rapidamente e eu sorri ainda olhando para o rapaz.
_ Pelo menos sei que ele é mais alto do que eu! _ Falei_ Vamos comer qualquer coisa, estou morta de fome! _ Falei a puxando pelo braço.
Andamos em direcção a cantina e nos sentamos numa das mesas ali postas, logo a atendente veio e fizemos os nossos pedidos, eu amo vir aqui, é um lugar tranquilo, rodeado de plantas e a comida é deliciosa, é um dos locais que aprecio no bairro.
_ salada de frutas e água ! _ Falou a atendente entregando na Lura_ E um croissant misto, pastel de nata e sumo de laranja! _ Falou sorridente.
_ Obrigada! _ Falei e ela saiu_ Que cheiro gostoso! _ Falei pegando o meu croissant.
_ Você tem um buraco, tudo isso? _ Perguntou e eu dei uma mordida com vontade _ Ainda não me conformo com o facto de comeres tanto e não engordar! _ Falou e eu gargalhei.
_ Genética meu amor! _ Falei.
_ Passa-me então, não aguento mais esses pneus em mim! _ Falou.
_ Que pneus? Você é magra menina! _ Falei e ela sorriu.
Lura é obcecada pelo corpo perfeito, vive a vida fazendo dietas, treinos loucos e nunca está satisfeita, ela não consegue ver o corpo lindo, magnífico que tem. Após tomarmos o lanche pedimos a conta e saímos daí, Lura foi ter com o namorado e eu segui até o parque de estacionamento para pegar o meu carro. Abri a porta e entrei, fiz a manobra e quando mencionei seguir em frente, um carro quase bate no meu, porém, o pior foi evitado, furiosa, desci do carro e verifiquei se não tinha nenhum arranhão, logo a seguir desceu o dono do carro maluco e era o tal Marco.
_ Partiu alguma coisa? _ Perguntou ele sereno.
_ Você é maluco? Não me viu a sair? _ Falei irritada.
_ Desculpa, mas você saiu muito mal, deve usar os espelhos que tem no carro, eu travei para que não me batesse! _ Falou singelo e com um sorriso no rosto.
_ Vai me dar aulas de condução agora? _ Perguntei cruzando os braços.
_ Menina louca! _ Falou e me deu as costas indo para o seu carro.
_ Ainda me ofende, idiota! _ Falei voltando a subir no meu carro.
Ele deu partida e eu fiz o mesmo, liguei o som e fiz a viagem até á casa ouvindo a minha melhor playlist, quando cheguei no condomínio em que moro, estacionei na garagem. Peguei as minhas coisas e entrei pela porta dos fundos que dá na cozinha.
_ Boa tarde Cicilia! _ Falei beijando sua bochecha.
_ Boa tarde querida! _ Falou sorridente _ Está com fome? Quer que eu prepare alguma coisa? _ Perguntou.
_ Não, obrigada mas eu já comi! _ Falei e ela voltou a cortar os legumes _ A minha mãe está em casa? _ Perguntei.
_ Não menina, ela saiu com umas amigas e só volta pra jantar! _ Falou e eu agradeci.
Saí em direção ao quarto, subi as escadas correndo e entrei no meu quarto, tirei a roupa jogando pelo chão e fui tomar um banho demorado. Saí uma hora depois e vesti uma roupa confortável, fiz um coque em meu cabelo e saí em direção à varanda do meu quarto.
_ Que dia lindo! _ Falei sorridente olhando ao redor pela vizinhança, mas meu olhar parou no carro que estava parado em frente à garagem da casa ao lado _ Marco? _ Sussurrei sem acreditar.
Saí correndo do quarto e desci as escadas como louca, abri a porta rapidamente e saí em direcção à casa ao lado, olho melhor o carro e era exatamente igual ao que vi mais cedo, olhei para os lados vendo se ninguém via e caminhei até a casa, girei a relva que separa as casas e fiquei rondando a janela vendo o que tinha dentro da casa.
_ Meu Deus, o que estou fazendo? _ Falei olhando para os lados_ Ainda me apanham! _ Falei olhando de perto e vendo a sala enorme vazia_ Chega Yana, isso é errado! _ Falei para mim mesma.
Quando me virei para ir embora, bati de frente com alguém indo parar de bunda ao chão, quando olhei para cima era o Marco, eu baixei a cara de vergonha.
_ Estava me espionando? _ Perguntou me olhando _ Sabe que posso chamar a polícia por invadir minha propriedade! _ Falou pegando no telefone.
_ Não, por favor, não! _ Gritei levantando rapidamente e agarrei sua mão olhando em seus olhos.
