Ciúmes : Amor ou Possessão?

Capítulo 6

§ Mais próximos

***

Acordei pela manhã e fiz a minha higiene matinal, vesti uma roupa confortável, arrumei minha bolsa e saí do quarto. Após descer as escadas, agarrei nas chaves do carro sobre a mesa.

_ Bom dia menina! _ Falou Cecília entrando na sala.

_ Bom dia Cecília! _ Falei pegando nalguns livros _ Hoje não vou tomar o café da manhã, tenho mesmo de ir! _ Falei a beijando.

_ Aviso aos teus pais, vai tranquila! _ Falou e eu assenti.

Saí fechando a porta e andei até o meu carro, quando ia subir, olhei para a casa ao lado e vi o Marco sair com a mochila nas mãos, fiquei por minutos o olhando e admirando a sua espontaneidade ao fazer as coisas, era mesmo lindo e incrível.

_ Olá Yana! _ Gritou ele do seu quintal e eu saí dos devaneios.

_ Estava só... Nem percebi que estavas aí! _ Falei sem jeito e ele riu.

_ Devias estar a caminho da universidade, já estás atrasada! _ Falou e eu olhei para o relógio de pulso e ele tinha razão.

Entrei rapidamente no carro e com certa pressa arranquei com o carro indo estrada a fora.

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POV. MARCO

A aula acabou e eu fechei os livros saindo da sala, andei até a cantina e fiz o meu pedido indo me sentar numa das mesas disponíveis. Estava distraído a mexer no celular que nem percebi quando a Verónica se sentou.

_ Posso lhe fazer companhia? _ Perguntou e eu suspirei incrédulo.

_ Já te sentaste! _ Falei apoiando as mãos na mesa e ela sorriu sedutora.

Verónica era uma colega de turma que vive a vida a tentar ter alguma coisa comigo, é mimada, rica, linda e com o mundo aos seus pés menos eu claro e faz anos que ela me persegue literalmente e eu claro fujo das suas garras.
Verónica tem a maior parte dos homens morrendo de amores por ela, alguns por interesse e outros verdadeiramente, mas eu nunca dei por ela e por isso a mesma me persegue.

_ estás sempre tão sozinho, decidi tomar o lanche contigo! _ Falou.

_ Eu gosto de estar sozinho, parece que tu é que não gostas de estar sozinha! _ Falei e ela sorriu.

_ Ah, claro! _ Falou.

Os nossos pedidos chegaram e ela deu início a refeição, eu fiquei a observá-la e logo vi a Lura e a Yana se aproximarem, não sei porquê, mas a vontade de ir ter com a Yana era bem forte, a tinha visto pela manhã, mas ainda assim anseiava pela sua presença, ouvir sua voz e roubar sorrisos dela, sem contar o seu perfume delicioso entumpindo minhas narinas.

_ Queres um pouco da salada? _ Perguntou ela me chamando a atenção.

_ Não, obrigada! _ Falei ainda olhando para a Yana_ Acho que tenho de ir agora! _ Falei me preparando para levantar.

_ Fica mais um pouco por favor! _ Falou ela me pegando pelo braço e a esta altura a Yana e a Lura olharam para nós_ Não é educação deixares uma dama sozinha! _ Continuou.

Yana pareceu não entender o que estava a acontecer, olhou por instantes e como uma criminosa em fuga puxou a Lura pela mão e saíram disparadas, eu claro bufei insatisfeito.

...

POV. MARCO off...

...

Andamos até a biblioteca e como se nada fosse tiramos um livro qualquer e nos sentamos perto da janela, abri o livro e comecei a ler aquilo tudo, enquanto a Lura olhava para mim a espera que eu dissesse algo para o que vimos na cantina, apenas acho que ele é livre de estar com quem quiser e onde quiser.

_ Você ficou incomodada que eu sei, eu te conheço Yana! _ Falou ela e eu respirei fundo.

_ Eu não sei por que reagi assim, não sei, não devia ter saído dessa maneira! _ Falei fechando o livro.

_ Você está a começar a sentir algo por ele, é simples! _ Falou ela.

_ O quê? Claro que não! _ Falei negando o que talvez fosse verdade.

_ Yana, você nunca contou com tanto entusiasmo sobre uma saída com um rapaz, nem os namorados que você teve te fizeram rir do nada no meio de uma aula que você tanto gosta e presta muita atenção! _ Falou e eu mordida o lábio coçando a cabeça.

_ Ah, para lá com isso Lura! _ Falei corando com certeza e ela sorriu_ Foi um passeio maravilhoso de certeza e eu apenas achei diferente por isso o entusiasmo! _ Falei.

_ Também acho que ele gosta de ti! _ Falou como quem nada pensa _ Aquela miúda lá na mesa com ele o persegue há anos e ele nunca ligou, não tens com que se preocupar! _ Falou e eu a olhei com curiosidade.

_ Isso é verdade mesmo? _ Perguntei rapidamente sem pensar _ Digo, isso não me interessa nada! _ Falei e ela riu mexendo a cabeça.

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Terminei de regar as plantas junto da minha mãe e fomos em direção a cozinha tomar uma limonada bem fresca, estava um pouco quente hoje e precisávamos mesmo de um refresco.
Sentei-me no balcão e comecei a mexer no celular, Cecília serviu a limonada e logo começamos a beber.

_ Como foi o passeio? Nem te vi chegar! _ falou minha mãe.

_ Foi muito bom, deu para respirar um ar puro mãe! _ Falei sorridente.

_ Nunca mais te vi com esse sorriso no rosto ao falar de um rapaz! _ Falou ela e eu quase engasguei_ Ele parece ser um ótimo amigo, tra-lo para cá um dia e jantaremos juntos! _ Falou e eu ri.

_ Mãe, não comeces a flertar por favor! _ Falei e ela gargalhou.

_ O que as duas mulheres da minha vida estão rindo? _ Pergunta o meu pai entrando.

Foi até a minha mãe e deu-lhe um beijo juvenil, de língua e com vontade, decerto eles são o meu casal favorito, quase trinta anos Juntos e o amor deles não se acaba, nem a chama se apaga, espero me casar com um homem que só me trará felicidade.

_ Quer uma limonada senhor? _ Perguntou Cecília.

_ Sim por favor! _ Falou ele abraçando a minha mãe_ Filha, sua mãe me disse que tens saído com um lindo rapaz, é seu namorado? _ Perguntou ele e eu olhei para a minha mãe.

_ Pai, só saímos uma vez e não, não somos namorados, apenas amigos! _ Falei.

Eles dois se olharam e deram uma risada sapeca e eu ri junto, não posso com eles dois. Terminei a limonada e decidi dar uma volta, então saí porta a fora, estava a caminhar, mas fui interrompida por alguém pegando-me pelo braço.

_ Encontrei - te! _ Falou ele parando a minha frente.

_ Nem te vi chegar, o que aconteceu? _ Perguntei.

_ Queria perceber porque foste? _ Falou e eu o olhei confusa.

_ O quê? _ Perguntei.

_ Hoje na cantina, tu foste embora sem nem falar comigo! _ Falou e eu passei as mãos no cabelo_ Eu e a Verónica não temos nada, ela pediu-me para se sentar e deixei! _ Falou.

_ Não precisas dar uma explicação, somos apenas amigos cada um anda com quem quiser, não te preocupes! _ Falei e ele mudou a sua expressão.

_ Esse comentário foi muito liberal não achas? _ Perguntou e eu dei de ombros _ Eu não ia gostar de ver-te a andar com todo mundo e divertir-se com eles do mesmo jeito que te divertes comigo Yana! _ Falou e eu ri.

_ És mesmo um amigo ciumento! _ Falei e ele riu_ Ia dar um passeio, vens comigo? _ Perguntei e ele me abraçou pelo ombro.

_ Vamos então! _ Falou e eu assenti.

Sua aproximação me deixou um tanto nervosa, eu podia sentir outra vez Borboletas na barriga, era estranho em como tão pouco tempo eu já confio nele.