Capítulo 31

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§ Um pouco de amor próprio, por favor

***

O tempo ia passando, minha vida não era exatamente o que imaginei, Tinha uma filha maravilhosa de certeza, o melhor presente nessa vida de casada com o Marco.
O Marco, bem, esta é a pessoa que eu amo incondicionalmente, mas que tem sido uma facada em meu peito a cada tapa, a cada grito, a cada empurrão, a cada palavra dura, Marco é totalmente o oposto do que imaginei pra mim de facto, mas eu o amo mais que tudo, eu o tenho como um porto seguro e acho que é por isso que ele faz tudo isso comigo, porque sabe que eu jamais seria capaz de deixá-lo.

Saí do closet da Laura com algumas roupas suas por engomar, devia ser um trabalho da Marta, mas eu prefiro cuidar pessoalmente da minha filha, assim também terei uma ocupação.
Saí do quarto e fui andando com o cesto nas mãos e ouvi gargalhadas vindo do outro quarto, parei surrateira no batente da porta e vi uma cena linda, Marco brincando e arrancando gargalhadas da nossa filha, ambos jogados na cama sem nem ver o tempo passar.

_ Porquê não sorri assim sempre? _ Falei olhando para o Marco e no lugar da alegria de vê-los juntos bateu uma angústia enorme.

Respirei fundo e segui até a sala, fui para a lavandaria de casa e peguei no ferro para passar as roupas, fiz um coque no cabelo e logo comecei.

(...)

Saí do banho e andei até ao closet, tirei a toalha e hidratei meu corpo, vesti um conjunto e fiquei assim mesmo, quando ia pegar uma roupa de dormir vi o que mais me irritava.

_ Ah, Marco! _ Resmunguei indo até o canto pegar suas roupas sujas.

Marco tinha a maninha de chegar e jogar as roupas em qualquer canto do closet e quando a Marta viesse recolher as roupas para lavar não via as dele, porque ficavam dispersas ao invés de ficar no cesto que fica no banheiro.

Peguei nas peças e pude ver que eram as que ele usou duas noites atrás quando saiu no meio da noite. Me levantei as pressas para levar, mas fui impedida de prosseguir quando algo caiu no chão, saindo do bolso da sua calça.

_ O que é isso? _ Falei bufando e baixei para apanhar.

Quando vi o que era, eu fiquei apreensiva, olhei bem e era um pacote aberto e vazio de camisinha indicando seu uso, logo minha respiração descompassou, cheirei sua roupa e só tinha o seu perfume, analisei a camisa e na gola tinha uma marca falha de batom vermelho, logo as lágrimas se formaram em meus olhos, mas eu engoli o choro.

_ Não acredito que fez isso comigo! _ Falei desanimada e me sentei no puff ao lado deixando as roupas cair no chão e baixei minha cabeça começando a chorar.

Eu me dedicando todos os dias para agrada-lo e ele corre pra primeira mulher que vê só por eu dizer que estava exausta por cuidar da nossa filha. Eu senti uma raiva enorme me consumir, ao mesmo tempo era uma tristeza absurda, ele me traiu com certeza e sem dúvida alguma.

Levantei com o pacote e a camisa em minhas mãos e fui para o quarto batendo forte os pés contra o chão, ele estava deitado vendo televisão e assim que me viu ficou me observando.

_ Você está chorando Yana? _ Perguntou preocupado se sentando na cama _ O que foi? Aconteceu alguma coisa? _ Falou.

Respirei fundo e com muita precisão eu joguei tudo na cara dele que logo me olhou com certa raiva.

_ Está maluca? _ Falei raivoso.

_ Eu estou, estou e você é que está me deixando assim! _ Gritei e ele se levantou_ Marco, eu sei que você dormiu com outra mulher há duas noites atrás e não adianta mentir! _ Falei e ele arregalou os olhos surpreendido.

Ciúmes : Amor ou Possessão? Onde histórias criam vida. Descubra agora