Capítulo 5

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§ Borboletas na barriga

***

8hrs da noite eu já me via descendo as escadas, estava ansiosa, nervosa, e a todo instante reparava a roupa que vestia, se era demais ou se estava simples e horrível. Andei até à janela e o seu carro já estava aí e ele em pé me esperando.

_ Chegou! _ Falei pegando a minha bolsa.

_ Quem é ele filha? Tão lindo! _ Falou minha mãe olhando pela janela também.

_ É um colega da faculdade, mãe para! _ Falei a puxando da janela e beijei sua bochecha_ Tchau mãe!_ Falei girando a maçaneta.

_ Tchau amor! _ Falou e saí fechando a porta.

Desci os pequenos degraus e cheguei perto dele que sorriu abertamente e beijou o meu rosto, como sempre o seu perfume hipmotisou-me por completo, vestia uma roupa simples, bonita e que lhe caiu muito bem.

_ Você está linda nesse vestido! _ Falou e eu sorri.

_ Obrigada, você também está lindo! _ Falei e ele sorriu e abriu a porta do carro para mim_ Aonde vamos? _ Perguntei.

_ Não sejas curiosa! _ Falou e fechou a porta.

POV. MARCO

...

O caminho todo eu olhava para ela, estava linda e bastante cheirosa, mantinha um sorriso no rosto e olhava com curiosidade para todos os lugares, Yana era uma menina mulher, afinal ela ainda tinha um jeitinho de menina que estava descobrindo o mundo a sua volta e era mulher pela maneira como lida com as coisas e age contra ou a favor delas, como percebi em tão pouco tempo? Uma das minhas características é ser observador por mais pequena que seja a atitude de uma pessoa.

Eu a queria levar para um lugar, para o meu lugar, queria que a mesma conhecesse mais um pouco de mim e eu conhecer mais um pouco dela, eu disse que me apegava rápido às pessoas e foi o que aconteceu com a Yana.

Estacionei o carro em frente à casinha e desci do carro abrindo a porta para ela, a mesma desceu e ficou observando o sítio, procurava entender o que fazíamos ali, eu conseguia perceber pelo seu olhar curioso.

_ Já chegámos? _ Perguntou e eu assenti_ Viemos visitar alguém? As luzes estão apagadas e acho que não tem ninguém ali! _ Falou e eu sorri a pegando pela mão.

_ Vem comigo, quero mostrar-te o meu cantinho de refúgio! _ Falei e ela assentiu ainda sem perceber.

....

POV. MARCO off...

...

Esperava dar de cara com um cinema, parquinho ou até mesmo um super mercado, o que fosse, mas não imaginava que fossemos a uma casa, no meio de um mini bosque eu diria, pois havia muitas árvores a volta e poucas casas.

Abriu a porta com as suas chaves e acendeu as luzes dando visão a uma sala pequena e muito bem organizada, continha um sofá vermelho de três lugares, uma TV plasma, uma estante com muitos livros, uma cozinha pequena aberta, uma porta de vidro que separava a sala do quarto e um cantinho com piano e uma guitarra verde escura.

_ Essa casa é sua? _ Perguntei pousando a bolsa no sofá.

_ Não quero que me entenda mal, apenas achei que fosse gostar de estar num lugar tranquilo, sem o barulho da cidade, eu sempre venho para aqui quando quero fugir do mundo literalmente falando! _ Falou preocupado e eu sorri com isso.

As paredes num tom amarelo, davam certa alegria na casa, era acolhedora e linda, havia uma varanda na parte traseira que dava visão a um verde espantoso e o céu estava cheio de estrelas brilhantes e uma lua cheia linda.

_ Eu gostei! _ Falei indo em direção a estante de livros _ Também amo ler livros e muitos dos que aqui estão eu já li três vezes! _ Falei e ele se aproximou.

_ Quando leio, o mundo se torna num lugar mágico, também gosto de ler, mas o que eu mais gosto é da música! _ Falou indo se sentar no piano e tocou as teclas_ Aqui ninguém reclama do barulho, apreciam a melodia, a música me faz espantar todo stress! _ Falou e eu me sentei do seu lado.

_ Quero que toques qualquer coisa para mim! _ Falei e ele assentiu levando seus dedos contra o piano.

A melodia começou a soar pelo ar, era calma, profunda e linda, ele tocava com muito amor, seus olhos fechavam no meio da música e eu o olhava maravilhada e com atenção, foi assim até a última tecla soar e o silêncio reinar, não exitei e bati palmas.

_ Obrigado! _ Falou fechando o piano.

_ Tocas muito bem! _ Falei e ele se levantou.

_ Vou pegar uma bebida, aceitas? _ Perguntou indo até a cozinha.

_ Claro! _ Falei me levantando e girando a casa.

Andei até a varanda e me sentei na poltrona, olhei em volta e havia uma mesinha com muitos papéis e lápis o que indicava que ele tentava fazer uma planta que por acaso estava a ficar linda.

_ Ainda não terminei! _ Falou se sentando do meu lado e me entregou um copo com bebida _ Faz cinco dias que tento deixar isso perfeito! _ Falou pegando na folha.

_ Bem, perfeito não vai ficar, mas tenho umas ideias para que tenha um lindo acabamento! _ Falei e ele deu-me o lápis.

Estava gostando o facto de sermos amigos e partilharmos a mesma paixão, era alucinante, desencadeia em mim uma emoção enorme e o facto dele ter me trago para o seu lugar preferido, mostra que somos amigos de verdade agora.

[÷÷÷]

Parou o carro em frente à minha casa e tão logo descemos juntos e paramos um de frente para o outro, apenas olhando sem saber o que dizer, o que cada um estava pensando, pelo menos por parte dele, porque da minha parte, eu estava pensando na pessoa maravilhosa que ele possa ser.

_ Boa noite! _ Falou ele com as mãos no bolso _ Espero que tenha gostado do passeio! _ Falou.

_ Eu amei, foi muito bom ouvir-te tocar e terminar a sua planta, teve um toque meu nela! _ Falei e ele assentiu_ Então, boa noite! _ Falei.

Nos aproximamos para  despedirmo-nos com um beijo na bochecha e quase nos beijamos na boca, então decidimos dar um abraço e assim foi.
Tirei as chaves da bolsa e abri a porta devagar, entrei e já estava escuro, apenas os abujures estavam acesos, subi as escadas e entrei no meu quarto, deitei a bolsa na cama e corri na janela vendo-o entrar em sua casa e um sorriso involuntário surgiu em meus lábios.

Ciúmes : Amor ou Possessão? Onde histórias criam vida. Descubra agora