011. duas semanas atrás

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Any

─ Que merda está fazendo aqui? - grito para o homem. ─  Não, não. Não precisa dizer. Fico irritada só de ouvir a sua voz. - falo sem paciência. - Só vai embora. Agora!

─ Calminha, meu amor. - ele diz e olha em direção a escada. ─ Quem é aquela bonitinha ali, Anyzinha? - fala se referindo a Sabina que estava andando até mim, junto com krys.

─ Eu vou chamar a polícia. - pego meu celular no bolso do short. - O que você quer comigo?

─ Podemos conversar como pessoas normais e aí eu te conto.

Que cara insuportável!

─ Não. Você não é normal e eu não vou conversar coisa nenhuma. Eu não sei qual o seu problema, eu só quero que deixe minha família em paz.

─ Nossa família. - ele diz. ─ Eu vou, Any. - diz indo lentamente até a porta. - Ah, não se esquece que eu vou voltar. - pisca pra mim e bate a porta.

Passo a mão nos meus cabelos. Estou irritada, brava e preocupada. Eu não sei como as coisas foram chegar nesse ponto. A verdade é que ninguém sabe.

─ Vai explicar pra gente isso? - Krys fala me lembrando que eles estavam ali.

─ Sim... eu vou. - digo. ─ Só vou fazer a pipoca e eu explico.

─ Tudo bem. - Sabina diz me olhando.

Estamos no quarto, sentados na cama com o balde de pipoca. Estávamos conversando sobre os últimos dias e claro que eu falei sobre o Josh. O assunto estava agradável até que Krys lembrar:

─ Any! - fala e eu tomo um susto. ─ Você não explicou ainda.

─ É verdade. - suspiro. ─ Antes, preciso que confirmem que nada do que eu disser sairá daqui.

─ Você sabe que não. - Sabina diz e Krystian balança a cabeça.

─ Duas semanas atrás, esse idiota apareceu aqui. Disse que era filho da minha tia Louise, que faleceu a 4 anos. - Eu falo e eles ficam de boca aberta. ─ Eu também tive a mesma reação. Minha mãe me disse que tia Louise não podia ter filhos.

─ Como ele está aqui então, Any? - Krys pergunta.

─ Ele falou que foi adotado. No começo, Priscila não acreditou, muito menos eu. - continuo explicando.

─ Mas, ele mostrou algum documento? Sei lá, algo que comprovasse? - A mexicana diz.

─ É aí que eu quero chegar. Ele trouxe três dias depois alguns documentos e informações. O mesmo tem 22 anos, seu nome é Isaque. - falo. ─ Ligamos para o orfanato e é tudo verdade.

─ Isso é assustador! - Krystian exclama.

─ Muito, Krys! O pior é que ele aparece aqui do nada. Não sei como ele entra, mas desconfio ser pela janela. - desconfio não, né? Não tem outro lugar. Eu acho. ─ Uma vez, ele veio aqui e falou que não tinha lugar para ficar, não tinha oque comer e beber. Meu pai e minha mãe, obviamente, permitiu que ele ficasse. Até que um dia, voltando da faculdade, eu o vi na escada com vários homens da gangue do bairro, pra completar usando droga. Contei para a minha mãe e meu pai, como resultado o expulsaram. Não adiantou nada, porque ele continua vindo aqui.

─ Vocês precisam dar um jeito nisso. - Sabina diz.

─ Não pode continuar dessa forma, Any. - agora Krystian que diz.

─ Eu sei. Só que é tudo muito complicado. - suspiro.

─ Sua mãe sabe que ele vem aqui? - Krystian fala.

─ Sim! Tanto o meu pai, quanto a minha mãe resolveram deixar esse assunto "encostado". Estão ocupados com outras coisas mais importantes. - digo revirando os olhos. ─ Vamos assistir o filme? To cansada desse assunto. - eles riem e concordam.

Escolhemos o filme e quando percebemos já estávamos cochilando.

─ Crianças? - meu pai aparece na porta nos acordando.

─ Oi... - falo tentando abrir os olhos. ─ Sabina e Krystian vão jantar com a gente? - Silvio pergunta.

─ Sim! - Sabina pula da cama e vai para o banheiro.

─ Esfomeada. - Krystian sussurra.

─ Eu escutei. - grita da porta do banheiro.

─ Que bom! - Meu amigo grita de volta.

─ Parem de brigar e vamos logo.

─ Rápido, se não a comida esfria. - meu pai ri e sai.

Jantamos e quando o relógio marcou 20:32, foram embora e eu fui tomar banho.

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𝑃 𝑟𝑜𝑓𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 𝑒 𝑎𝑙𝑔𝑜 𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 | beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora