A garota se recusava a cair no choro novamente. Tinha que pensar numa forma de escapar e ao olhar para a pilha de tecidos rosas e vermelhos teve mais uma de suas loucas e inusitadas ideias, faria uma corda de tecido e desceria pela torre. Rapidamente se colocou a trabalhar alheia ao que acontecia no castelo.
Na cozinha a mesma xicarazinha, aquela que havia se movido e assustado o inventor vinha deslizando apressado gritando para todos que pudessem ouvir.
- Mamãe! Tem uma garota no castelo! Uma garota!
- Sim, James! Nós sabemos. - Respondeu um delicado bule de chá de porcelana perolada cujos detalhes eram pintados em preto, esmeralda e prateado.
- Ela gosta de que tipo de chá? De ervas? Ou frutado? Talvez camomila! Estou super animado!
- Devagar criança, antes que quebre uma asa! - Repreendeu a mãe ao ver a pequena xícara saltar entre as mesas, travessas e panelas da cozinha, que também não paravam quietas preparando o jantar da noite.
- Atenção, Pansy. - Advertiu o fogão que se aproximou com a água quente para um chá de laranja e gengibre que seria servido após a refeição.
A grande sala de jantar, que agora, estava devidamente iluminada e com a longa mesa posta para dois era convidativa. Quando as grandes portas duplas foram abertas a fera alada entrou, mal-humorado, e ao cruzar o recinto mal notou a diferença na organização. Draco usava roupas elegantes, envoltas em gavinhas da noite, sua túnica ébano era bordada a ouro e prata, calças escuras que terminavam em patas cheias de garras negras e mortais. A noite parecia irradiar dele, fria e silenciosa, como uma capa quase invisível. Mas quando ele se sentou não pode deixar de notar o novo arranjo e um rosnado furioso lhe escapou os lábios quando se levantou rapidamente indo em direção a cozinha onde sabia que seus amigos estariam.
- Zabini! - Chamou irritado. Sabendo que o novo arranjo teria vindo do amigo, que agora não passava de um candelabro de ouro ricamente detalhado e não mais o poderoso bruxo de ascendência Africana, cujo vocabulário se reduzia a divertimentos, festas e Millicent.
Theodore que estava ao lado de Blaise na cozinha, apenas cruzou os braços e girou os olhos, esperando para assistir a briga entre seus dois amigos de infância. Zabini sempre fora o mais inconsequente, já Draco perdia o temperamento por qualquer coisinha que o contrariasse minimamente.
- Fique calmo. Deixe que eu falo com ele. - Falou o candelabro.
- Não estou minimamente preocupado, é o seu pescoço que está em jogo não o meu.
- Você serviu à mesa para ela?! - Perguntou Draco.
- Bem, nós achamos que você apreciaria a companhia.
- Nós? Não me meta em seus planos, Zabini. - Falou o relógio e após um sorriso cruel e divertido, continuou. - Não foi ideia minha tirar a garota da cela e lhe dar a melhor suíte da Ala Leste!
- Você deu um quarto para ela!? - Perguntou o outro indignado se dirigindo ao candelabro.
- Sim... Mas se ela for a garota que vai quebrar o feitiço, talvez você a conquiste no jantar. Ou está tão enferrujado que não consegue nem entreter uma bela jovem? - Desafiou.
- Essa é a ideia mais ridícula que já ouvi! Entreter uma prisioneira?
- Mas você deve tentar, Draco. - Falou Baise, deixando o tom zombeteiro e de desafio de lado. - A cada dia que passa, nós nos tornamos menos humanos. Nos resta apenas mais um ano. - Suspirou cansado.
- Ela é a filha de um ladrão muggle. - Justificou. - Que tipo de pessoa, você acha que isso a torna!? Independente de ser uma bruxa ou não!
- Ora, você bem sabe que não pode julgar as pessoas por quem o pai dela é. Não é mesmo, Draco? - Falou Pansy e o outro quase rosnou para a implicação da amiga que respeitava profundamente, mas os três ali estavam passando dos limites.
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The Curse
FanficEra uma vez, no interior da Inglaterra, um belo Lorde Bruxo que vivia em um lindo castelo. Mesmo possuindo tudo o que seu coração desejava, o jovem era egoísta e preconceituoso, principalmente com aqueles que não possuíam sangue mágico. Com o dinhei...