Beauty And The Beast.

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Draco conversava com Blaise e Theodore enquanto se arrumava. Estava exasperado e inseguro duas coisas que os amigos nunca tinham visto no outro quando dizia respeito a qualquer garota, mas com Hermione era diferente.

- Bem eu a vi no salão e disse: Você está tão bonita hoje que deveríamos ter um baile! - Explicava. - Nunca imaginei que ela realmente concordaria! No que eu estava pensando?

- Pare de se martirizar, Draco! - Falou Blaise divertido.

- Sim, isso nunca foi do seu feitio. - Completou Theodore. - E, além disso, é perfeito! Só restam quatro pétalas na rosa o que significa que...

- Hoje você pode finalmente dizer a ela como se sente! - Completou Blaise.

- Eu me sinto como um idiota. Ela nunca me amará...

- Não desanime. Ela viveu, por vontade própria, nesse castelo por quase um ano. Não faria isso se o desprezasse. - Argumentou relógio.

- Ela é a escolhida. Sua companheira!

- Pare de falar isso! - Falou raivoso com o candelabro que chamava de amigo.

- Você não se importa com ela? Quase atacou Newt Scamander quando a viu com dor por conta do plano do magizoologista.

- Exatamente! Não venha me dizer que se não fosse só nós aqui você não estaria rosnaria e mostrando a presa para qualquer homem que se aproximasse dela. - Afirmou Theodore.

- Então, vá cortejá-la apropriadamente com luz de velas e música romântica. - Continuou o candelabro.

- Apenas diga a Hermione como se sente. - Falou Pansy que entrava no aposento e ria do nervosismo do amigo. - Porque se não vou fazê-lo beber chá frio pelo resto da sua vida! - Ameaçou.

- No escuro! - Ameaçou Blaise.

- Sem se quer saber que horas são!

Enquanto isso, no quarto da garota. Hermione girava mostrando o vestido para Daphne, era de um tecido etéreo azul pervinca lindíssimo, o cabelo estava preso com um penteado simples e bem-feito, adornado com enfeites semelhantes as folhas em ouro que combinavam com os brincos dourados de videira, que se entrelaçavam a orelha da jovem.

- Lindíssima! Mas está faltando algo... Ah... isso! - Cantarolou enquanto via uma delicada chuva de gotas de ouro escorrer pelos ramos que decoravam o quarto. Suavemente eles se juntavam no ar formando desenho de flores e folhas inticados que se prenderam a saia do vestido, que agora se tornava mais magnífico com os mágicos bordados de outro.

- O toque final!

O casal se encontrou nas escadas que levavam ao salão de bailes, ela vindo da Ala Leste e o outro da Oeste. Draco não sabia o que dizer quando a viu, ela estava magnífica em azul. O bruxo, por sua vez continuava com suas vestes cujo tom de verde era tão escuro que podia muito bem ser preto bordado em prata. Os dois se encaram e sorriram genuinamente felizes quando se encontraram e depois de uma mensura profunda Hermione aceitou o braço do outro.

Uma história tão antiga quanto o tempo e tão verdadeira quanto pode ser se desenrolava. Eram apenas amigos até que então alguém cede inesperadamente, apenas uma pequena mudança, pequenina para dizer o mínimo. Ambos estavam nervosos e nenhum estava preparado.

Draco a conduziu para o salão que estava encantadoramente iluminado como outrora, as velas mágicas flutuando acima dele e acima de tudo o céu estrelado, um encantamento lindo. Os dois se cumprimentaram novamente e foi ela que lhe estendeu a mão o convidando para dançar. Era lindo de se ver, os olhares apaixonados e sorriso fácil. Ele a conduzia com maestria e mesmo quando ele a girava não deixava de fitar os olhos castanhos da morena. Hermione por sua vez estava encantada, presa a tempestade cinza que eram os olhos do outro e não percebia o sorriso satisfeito e alegre que estava em seus lábios.

Sempre a mesma história, sempre uma surpresa e tão certo quanto o nascer do sol. Uma história antiga como o tempo, uma melodia antiga como a canção doce e inesperada que descobre que é possível mudar quando se aprende que estava errado. Tão certo quanto o nascer do sol, que se levanta no Leste, é o amor entre a bela e fera.

- Venha. - Pediu Draco, quando a música terminou. Estendendo a mão para a garota e a levando para uma varanda pequena e reservada, a música recomeçou e ainda podia ser ouvida. - Eu não dançava há anos. - Suspirou. - Quase tinha esquecido a sensação. - Sorriu.

Hermione sorriu para ele, sorriu genuinamente feliz por estar junto com ele, mas as memórias antigas voltaram a sua mente e o sorriso se desfez.

- Sorria de novo. - Pediu ele.

Ela olhou para o bruxo diante de si. Seu amigo... aquele que a tinha salvo de se destruir. Então, sorri para Draco, um sorriso largo, sem se conter.

- Você é linda. - Sussurrou.

O ar estava preenchido pela tensão confortável, estavam perto demais com as mãos entrelaçadas, unidas e parecia tão certo.

- Você me deve dois pensamentos, daquele dia na torre. Diga em que está pensando. - Pediu a jovem se voltando para a paisagem a frente.

Draco esfregou o pescoço constrangido a soltando.

- É tolice, eu suponho... que alguém como eu possa ter esperança de... que um dia possa ganhar seu carinho e afeição

- Eu não sei.

- Mesmo? Você acha que poderia ser feliz aqui?- Perguntou esperançoso, mas a jovem não respondeu, apenas sorriu.

- Esse é um. - Insistiu. - Conte outro pensamento.

Os olhos de Draco se detiveram na boca da morena.

- Queria poder beijá-la.

Ela não soube o que dizer, não quando seu coração estava tão confuso e Draco viu isso quando falou.

- Agora sua vez. Conte-me ao menos um pensamento.

- Meu pai me ensinou a dançar. Eu pisava muito nos pés dele. - Riu triste.

- Você deve sentir muita falta dele. - Constatou.

- Apesar de tudo. Sim. Muita.

- Gostaria de vê-lo?

Os dois estavam ao lado da redoma de vidro da rosa e Draco estendeu um espelho de mão para Hermione depois de explicar o que era e como funcionava.

- Eu gostaria de ver o meu pai. - Pediu e assim o reflexo da garota foi substituído pelo de seu pai que estava deitado em uma cama tossindo muito. Ela viu quando ele afastou o lenço da boca e o mesmo estava sujo se sangue.

- Papai! - Exclamou preocupada. - Ele está doente! - Falou se virando para o outro.

- Você deve ir vê-lo. - Sussurrou.

- O que você disse?

- Deve ir vê-lo.- Repetiu a olhando nos olhos.- Não tem tempo a perder.

Ela quis devolver o espelho para assim partir, mas Draco recusou.

- Não. Leve com você. Assim, você sempre poderá me ver.

- Obrigada. - Falou, abraçando-o antes de aparatar.

Draco inconscientemente deu um passo desesperado na direção em que ela tinha sumido e suspirou. Ela tinha partido e ele não tinha mais tempo.


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