Obscurial.

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Hermione se acostumou com as pontadas e dores de cabeça constantes, com o sono inquieto, regado de pesadelos que a acordavam e a faziam vomitar. Acostumou-se a esquecer aquela parte de si mesma e conforme as semanas passavam ela se conformava. A história que contaram a todos foi que a garota havia ficado mais dias na cidade vizinha, depois da feira. Já Maurice, por estar velho, tinha se esquecido disso e preocupara a todos sem motivo, o que desagradou a todos da cidade que agora, mais do que nunca, o chamava de louco.

Harry e os irmãos Weasleys não acreditaram nessa história, mas Hermione se recusava a contar o que realmente tinha acontecido naqueles quatro dias. Gradativamente, para evitar os interrogatórios, ela se afastou dos únicos amigos que possuía naquela cidade. O que, somado as investidas mais e mais insistentes de Cormac, deprimiam-na profundamente.

Entretanto, mesmo fazendo tudo isso, Maurice estava cada vez mais paranoico. Ele fazia de tudo para evitar que a filha saísse de casa e quando saia, sempre a companhava. O inventor a estava sufocando e ela permitia, porque sabia que ele só queria protegê-la. Dessa forma, tudo se agravou numa manhã de sábado ironicamente ensolarada.

Quando a garota saiu de seu quarto pela manhã, depois de mais uma noite quase que em claros, mal notou a inquietação de seu pai. Apenas começou a tomar seu café da manhã calma e mecanicamente, comia porque devia, a muito não sentia fome. Quando estava terminando ouviu as batidas na porta.

- Deixa que eu atendo! - Falou seu pai se levantando apressadamente. - Ah! É só você Gina. Eu estava esperando outra pessoa, mas não se importe.

- Bom dia, Senhor Granger. Eu poderia conversar com a Mione? Não a vejo mais no mercado e pensei em visitá-la.

Hermione rapidamente se levantou pensando em uma forma de recusar a visita, mas seu pai prontamente convidou a ruiva para entrar.

- Por que vocês duas não conversa no quarto da Mione? Enquanto eu espero meu outro convidado. Sim?

- Perfeito. - Falou Gina. Assim, que viu que Hermione recusaria e provavelmente daria mais uma desculpa esfarrapada para evitá-la, a ruiva a puxou rapidamente para o quarto que já conhecia. Fechando a porta depois de entrarem.

Hermione fez careta para a porta, nos últimos dias vinha se sentindo sufocada em lugares fechados, de forma que preferia gastar seu tempo na horta de casa já que não passeava mais pela cidade.

- O que está acontecendo, Hermione?

- Não tem acontecido nada, Gina. - Falou pegando um livro e folheando, precisava manter as mãos ocupadas.

- Não minta para mim. Eu sou sua amiga! Olhe para você. - Falou a gesticulando para a outra. - Está mais magra do que nunca e pelas olheiras não anda dormindo bem e...

- Eu estou bem. Sou a mesma de sempre. - Forçou um sorriso amarelo.

- Mesma de sempre? A Hermione que conheço não evita o Harry ou a mim! Ron fala que nunca mais a vê no mercado, mesmo os gêmeos, que são muito legais para comentar, perceberam que tem algo errado.

- Não tem nada errado, Gina. - Falou se levantando e andando pelo quarto que parecia mais quente do que antes.

- Claro que tem! Desde que você voltou daquela floresta não é a mesma. Eu sou sua amiga, me conte a verdade sobre o que aconteceu lá. Eu posso ajudá-la e...

- Não aconteceu nada Ginevra! - Gritou, assustando a ruiva que nunca tinha visto a amiga tão nervosa. - Eu fiquei mais tempo na cidade vizinha, foi só. - Sussurrou cansada.

- Você pode enganar a todos, mas sabe que comigo e com os rapazes é diferente. Nós somos que nem você. Sabemos que existe algo mais naquela floresta e...

The CurseOnde histórias criam vida. Descubra agora