New Cell.

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A cela circular em que estava possuía duas saídas, uma por onde estava à porta gradeada e a outra uma parede aberta que levaria a uma queda mortal, um convite para quando qualquer prisioneiro decidisse terminar seu cativeiro definitivamente. Durante a primeira hora, hermione considerou a opção de saltar pela abertura e tentar alcançar outro patamar para escapar, mas ao analisar a distância, constatou que era verdadeiramente impossível, afinal quem construiu aquela prisão não queria que seus prisioneiros escapassem de nenhuma forma.

Horas e horas haviam se passado e nenhum sinal de seu captor, talvez isso fosse um alívio, entretanto conforme o sol ia baixando e a torre ficando mais fria ,a angustia tomou conta da jovem. Será que ela havia sido esquecida ali para morrer de fome ou frio? Será que era isso que significava ser prisioneira daquele monstro? Hermione desistiu de continuar nessa linha de raciocínio pois isso só a faria enlouquecer, cansada e triste apenas se abraçou tentando preservar o máximo de calor possível, não queria pensar nas consequências de sua escolha, não quando ela a tinha feito para salvar seu pai.

De repente a porta da cela abre num rompante assustando a garota que logo se colocou de pé.

-Perdoe a invasão, my Lady. Mas eu vim para escoltá-la ao seu quarto. - Disse uma voz galante e sem rosto.

Rapidamente, Hermione pegou o pequeno banquinho de madeira de três pernas que estava em sua cela e o levantou acima da cabeça, pronta para atacar qualquer coisa que estivesse em seu caminho.

- Meu quarto? - Perguntou, hesitante, enquanto saia lentamente da cela. - Mas eu pensei que...

- Oh, pensou o que? Que aquele "Quando essa porta fechar, jamais se abrirá novamente!" era sério? - A voz zombou divertida, enquanto imitava o rosnado da fera. - Eu sei. Ele pode ser bem dramático quando quer.

Quando Hermione finalmente viu quem falava com ela, ficou tão assustada com o candelabro de ouro que lhe dizia "Olá" que não pensou duas vezes ates de descer o banquinho, que estava em suas mãos, em cima do ornamento tentando esmagá-lo. E com um grito estridente a jovem viu o banquinho se partiu no chão, mas o candelabro continuava vivo e falante, para seu total desespero.

- Nossa você é bem forte. Isso é uma ótima qualidade! - Continuou o candelabro enquanto reacendia suas três velas.

- O que é você!?

- Eu sou Blaise Zabini! A seu dispor. - Afirmou o candelabro ao fazer uma mensura elaborada na direção da garota

- E e... Você pode falar!?

- Bem, claro que ele pode falar. - Falou outra voz vinda das escadas. - É a única coisa que ele sempre faz. Agora, Blaise, como seu superior e chefe da casa eu comando que a coloque de volta na cela definitivamente! - Continuou o relógio, enquanto caminhava mal-humorado na direção do candelabro.

Hermione, por sua vez, arregalou os olhos com a visão de mais um utensílio falante e entrou na cela buscando qualquer outra coisa que pudesse usar para se defender. Pegando uma jarra de metal vazia e levantou sobre a cabeça, novamente pronta, para esmagar qualquer coisa que se aproximasse dela.

- O que você quer ser pelo resto da sua vida, Theodore? Um homem ou um relógio vivo? - Sussurrou para o outro. - Pronta, senhorita? - Perguntou para a jovem que saia novamente da cela, agora com outra arma. - Confie em mim. - Sussurrou novamente para o amigo antes de se voltar para a garota e acalmá-la, convencendo que nenhuma jarra seria necessária, ele só queriam realocá-la para um lugar melhor e mais confortável no castelo.

Hermione, sem muita opção, apenas seguiu o candelabro e seu companheiro relógio, finalmente entendendo o que seu pai queria dizer quando afirmou que o castelo estava vivo, entretanto ele nunca tinha mencionado que a mobília podia falar! Conforme cruzavam os corredores vazios e silenciosos, agora banhados pela luz dourada do sol poente, o candelabro continuava a tagarelar e apresentar o lugar.

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