Luna.

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Gina aparatou na frente da mansão do amigo, em prantos, quando entrou na casa se deparou com Harry e Ron conversando exaltados.

- Graças a Merlin você está bem! - Falou Ron a abraçando, sem perceber que a irmã menor chorava. - Um Obscuros atacou! Destruiu umas três casas perto da saída da cidade, onde você tinha ido visitar Hermione. Fiquei tão preocupado e como você não apareceu em casa imaginei que talvez estivesse aqui! Mamãe está desesperada atrás de você!? - Continuou falando sem parar.

- Ron, largue ela! Deixe Gina respirar. - Falou Harry tocando o ombro do amigo e assim os dois perceberam que a ruiva estava em prantos. - Gina o que aconteceu!? Você está bem? - Perguntou assustado com o choro da irmã que se agarrou ao moreno, chorando em seu peito.

- É Hermione... - Conseguiu dizer entre soluços.

- O que tem a Mione? Ela está bem? Se ferio com o ataque do Obscuro? - Perguntou Ron.

- Não Ron... Ela é o Obscuro. Eu a vi se transformar naquela força escura e incontrolável! Ela desapareceu na direção da floresta e... - Seus soluços não permitiram que terminasse.

O silêncio mórbido passou pelos três e Ron recuou três passos sem entender. Não podia ser verdade. Um obscuro surge quando uma criança bruxa reprime sua magia voluntária ou involuntariamente, é um parasita, uma força sombria que só preza destruição e morte. Hermione já era adulta, não podia ter se tornado uma Obscurial! Ou podia?

- Eu... Eu não entendo? - Gaguejou Ron, branco como uma folha de pergaminho.

- Como isso é possível? - Perguntou Harry.

- Ela vem reprimindo a magia dela desde que voltou! - Gina chorava copiosamente. - Ela estava se sufocando!

- Nós vimos que ela não estava bem e não fizemos nada. - Constatou Ron, num sussurro chocado.

- Mas pensei que ela só precisava de espaço para...

- Nós não fizemos nada! - Gritou Ron cortando Harry e saindo da casa correndo.

- Ron! O que vai fazer? - Harry foi atrás do amigo enquanto Gina caia sentada no sofá, cobrindo o rosto em prantos pela amiga. Um Obscuro era um mostro cruel, um parasita que se alimenta de seu hospedeiro e a única forma de matá-lo era matando seu Obscurial ou esperando que o bruxo fosse totalmente consumido e desaparecesse.

Harry não teve tempo de impedir quando viu o amigo selar um cavalo e sair em disparada na direção em que Gina tinha dito que o Obscuro tinha desaparecido. Ele tentaria encontrar Hermione. Ron gostava dela mais do que a uma amiga e não poderia deixar que a garota se consumisse em ódio e desespero. Precisava encontrá-la.

Ron cavalgou o mais rápido que podia para dentro da floresta e quanto mais se embrenhava no meio dela, mais escuro e frio seu entorno se tornava. Conforme corria sem direção as folhas e galhos finos cortavam seu rosto, era como se as próprias árvores quisessem impedi-lo de adentrar a mata. E foi, desatento, que ele chocou a cabeça em um galho baixo que surgira do nada a sua frente. Com a velocidade da cavalgada foi arremessado com tudo no chão, sentiu a dor forte na perna e o som de osso partido.

Seu berro de dor cortou a floresta, mas isso não foi o pior. Raízes e galhos começaram a se amarrar em seus braços e pernas, prendendo-o e puxando. Desesperado ele tentou se soltar usando sua varinha para cortar os ramos, mas eram muitos. Em poucos minutos ele estava imobilizado sendo esmagado por raízes e gavinhas. Era assim que morreria? Não pudera nem tentar salvar sua amiga e a dor latejante em sua perna direita e o sufocamento o levaram a inconsciência.

Foi na manhã do dia seguinte que uma jovem loira e de vestes muito desgastadas se aproximou do bruxo inconsciente. Ela era a guardiã daquela floresta e ao analisar o jovem ruivo viu que ele não queria fazer mal algum, entretanto por mais nobres e movidas por amor que suas intenções fossem, elas atrapalhariam os planos muito maiores do destino. Sorrindo, ela fez um gesto com as mãos e as raízes regrediram enquanto ela gentilmente apoiou ruivo no chão e com um gesto de varinha o levitou atrás de si conforme caminhava pela floresta até sua cabana construída entre as árvores. Era uma clareira clara e florida, cuja brisa carregava o aroma das flores. Uma coruja piou ao ver sua mestra voltando para casa.

A estranha deitou o ruivo gentilmente em uma cama estreita de madeira forrada com peles macias e se sentou ao lado enquanto misturava diferentes ervas para preparar uma poção revitalizante. Ron abriu os olhos quando sentiu o cheiro forte das evars e não reconheceu a cabana quente e aconchegante que estava, por ter passado a noite na floresta tremia de frio e sua perna gritava de dor ao menor movimento.

- Beba. - Falou a voz melodiosa e infantil.

- Obrigado, Luna. - Agradeceu ao reconhecer a garota que vagava pela cidade e todos chamavam de lunática. Ela, por sua vez, sorriu para ele.

- Sua perna vai demorar a se curar, mesmo com meus feitiços. - Falou distraída olhando para lugar nenhum, o que permitiu que Ron admirasse os delicados fios loiros que voavam com a brisa vinda da janela.

- Não tenho tempo. - Tentou se levantar, mas a dor na perna quebrada o derrubou de novo sobre a cama com um urro. - Hermione precisa de mim. - Concluiu num fôlego tentando afastar as pontadas de dor profundas.

- Oh! Sua amiga está bem. - Cantarolou se levantando. - O corvo encontrou sua rosa e a maldição será quebrada!

- Corvo? Maldição? Do que está falando?

- A rosa precisa de tempo para se curar e o pássaro se apaixonar. - Continuou enquanto caminhava entre os livros e utensílios estranhamente coloridos e loucos daquela casa. - Ela ficará bem. Sua amiga. Não se preocupe, o destino é gentil com ela. - Riu melodiosa.

- Tudo bem, Luna. - Falou derrotado, porque mesmo que tentasse não poderia ir atrás da amiga, não naquele estado. E porque, por alguma razão, se viu encantado pela pequena garota radiante como o sol, cuja voz era doce como mel.

Ron ficou naquela clareira com Luna por meses até que sua perna estivesse totalmente curada e ele pudesse andar novamente sem dores. Mesmo suspeitando que a garota não o curava por qualquer outro capricho, ele apendeu a confiar em Luna e se apaixonou pela companhia alegre e aérea da jovem. Ronald não curava a si mesmo, pois não confiava nas próprias habilidades com feitiços de cura e além disso, tinha partido sua varinha ao meio, para seu desespero e risada da loira, quando cairá do cavalo. Conseguiu avisar o amigo e a família que estava bem, por meio de uma carta enviada pela coruja da loira e assim, em meio a cantorias em línguas inexistentes, jantares malucos e deliciosos o ruivo também cativou a garota com seu jeito comilão e risonho, com seus trocadilhos ruinsa e um coração leal e verdadeiro. Ele aprendeu, na certeza da outra, que Hermione estaria a salvo onde quer que estivesse e que, estranhamente, um corvo podia amar uma rosa.


The CurseOnde histórias criam vida. Descubra agora